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ADIADO PARA 19/03-QUARTA-FEIRA- às 21:10 : “TODXS CONTRA A COPA” Ao Vivo na Rádio Cordel Libertário

mar10
por cordellibertario em 10 \10\-03:00 março \10\-03:00 2014 no 20:13
Postado em: Notícias Libertárias

 
Todxs Contra a Copa #1
AO VIVO E ONLINE NA RÁDIO CORDEL LIBERTÁRIO
Entendendo a necessidade e a importância de construirmos nosso próprio meio de comunicação para fortalecermos a luta libertária, anarquista e popular, como também compreendendo a atual conjuntura de luta que estamos vivendo, tendo o objetivo de somar com individualidades e coletivos libertários e anarquistas, para produzirmos nossa própria comunicação, são por esses e outros motivos que a Rádio Cordel Libertário retoma suas atividades, iniciando com o programa “Todxs Contra a Copa”.
Se no âmbito de luta local existe uma grande dificuldade de sabermos realmente o que acontece, no âmbito mais macro essa dificuldade é muito maior, são prisões, desalojos, opressões de todos os tipos, que na maioria das vezes não temos conhecimento, o que impossibilita de contribuirmos ou mesmo denunciarmos o que acontece.
Estamos diante de uma conjuntura política que devido a grande ambição dxs opressorxs, fazem escancarar diversas contradições, mas que junto com isso vemos aumentar cada vez mais o numero de manifestações, greves e diversos tipos de revoltas, algo que alguns anos atrás achávamos impensáveis, o que torna necessário o fortalecimento de meios de comunicação libertários e anarquistas, para que não fiquemos reféns dos meios burgueses de comunicação e tão pouco da esquerda autoritária.
“Todxs Contra a Copa” tem o objetivo de estabelecer diversas parcerias, para que possamos aumentar cada vez mais nossa rede de comunicação e diante disso nesse nosso primeiro programa traremos companheirxs de diferentes regiões, debatendo o que acontece em suas respectivas localidades e organizações, estarão presentes:
Saci Perere: Integrante da Rádio L.a.m.a de Recife/PE e que organiza o Revocultura,
 programa quinzenal de entrevistas.
O Revocultura realiza uma série chamada "Não Vai Ter Copa!" na qual debate os impactos 
da realização da copa na cidade do Recife. Também nesta quinta irá ao ar o terceiro 
programa da série: "Direito à moradia". Os dois primeiros vocês pode encontrar aqui:
http://lama.noblogs.org/post/category/revocultura/
 
Danilo Mandioca: Militante anarquista de São Paulo/SP, membro do Comitê 
Popular da Copa-SP.
QUANDO: 13/03/2014 5ª feira
HORAS: 21:10 (horário de brasília)
Se você ficou interessadx não pode deixar de ouvir e participar!
http://radiocordel-libertario.blogspot.com.br/
Faça Parte da Rádio Cordel Libertário

Faça parte desta Rede de Comunicação Libertária divulgando a programação para sua lista de e-mails e para toda sua rede social, e também se tiver algum contato ou conhecimento de algum Coletivo/Movimento Libertário/Anarquista existente, mande para a Rádio o e-mail, contribuindo assim de forma direta na programação e o fortalecimento deste meio de comunicação. O Coletivo Rádio Cordel Libertário está aberto à novxs integrantes, quem tiver interesse entre em contato conosco.

Durante as transmissões ao vivo xs ouvinte poderão participar ativamente do bate-papo, por meio de perguntas e reflexões através do chat presente no blog, ou mesmo AO VIVO.
Quem quiser acompanhar/escutar as entrevistas que já ocorreram, elas estão disponíveis no Blog na página ÁUDIOS PROGRAMAS ANTERIORES.

  LEMBRANDO: *21:10 – Transmissão ao Vivo e Oline   *09:00 – Reprise no dia seguinte

 

Programa Rádio Cordel Vai a Campo #2: Especial 4º Feira Anarquista de SP.‏

nov27
por cordellibertario em 27 \27\-03:00 novembro \27\-03:00 2013 no 16:10
Postado em: Encontros, Notícias Libertárias

No dia 10 de dezembro de 2013 ocorreu a 4º Feira Anarquista de São Paulo e a Rádio Cordel Libertário esteve presente, e fez diversas entrevistas, foram entrevistadxs: Jam de Natal/RN, Fábio da Rádio da Juventude de Praia Grande/SP, Elaine Campos da Coletiva Marana de São Paulo/SP, Renata e Victor da Biblioteca Terra Livre de São Paulo/SP, Companheiros do Coletivo Libertário Viver a Utopia de Ribeirão Preto/SP e mais uma Companheira. No programa também contamos com a trilha sonora de punk canibal, fanfarra do mal e com a encenação da companheira cibelle troiano, todxs essxs gravado durante a feira.

Já está Disponível para BAIXAR ou ESCUTAR em nosso blog o aúdio 57º Programa Gravado “Rádio Cordel Vai a Campo #2: Especial 4º Feira Anarquista de São Paulo”.

Para baixar ou escutar em nosso blog:


http://radiocordel-libertario.blogspot.com.br/p/programas-anteriores.html

 

Faça parte da rádio cordel libertário

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Programa Rádio Cordel Vai a Campo #2: Especial 4º Feira Anarquista de SP.‏

nov27
por cordellibertario em 27 \27\-03:00 novembro \27\-03:00 2013 no 13:10
Postado em: Encontros, Notícias Libertárias

No dia 10 de dezembro de 2013 ocorreu a 4º Feira Anarquista de São Paulo e a Rádio Cordel Libertário esteve presente, e fez diversas entrevistas, foram entrevistadxs: Jam de Natal/RN, Fábio da Rádio da Juventude de Praia Grande/SP, Elaine Campos da Coletiva Marana de São Paulo/SP, Renata e Victor da Biblioteca Terra Livre de São Paulo/SP, Companheiros do Coletivo Libertário Viver a Utopia de Ribeirão Preto/SP e mais uma Companheira. No programa também contamos com a trilha sonora de punk canibal, fanfarra do mal e com a encenação da companheira cibelle troiano, todxs essxs gravado durante a feira.

Já está Disponível para BAIXAR ou ESCUTAR em nosso blog o aúdio 57º Programa Gravado “Rádio Cordel Vai a Campo #2: Especial 4º Feira Anarquista de São Paulo”.

Para baixar ou escutar em nosso blog:


http://radiocordel-libertario.blogspot.com.br/p/programas-anteriores.html

 

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Durante as transmissões ao vivo xs ouvinte poderão participar ativamente do bate-papo, por meio de perguntas e reflexões através do chat presente no blog, ou mesmo AO VIVO.
Quem quiser acompanhar/escutar as entrevistas que já ocorreram, elas estão disponíveis no Blog na página ÁUDIOS PROGRAMAS ANTERIORES.
  LEMBRANDO:  *21:10 – Transmissão ao Vivo e Oline   *09:00 – Reprise no dia seguinte

Pequeno relato sobre a I Feira de Cultura Libertária de Recife

nov04
por cordellibertario em 4 \04\-03:00 novembro \04\-03:00 2013 no 16:04
Postado em: Notícias Libertárias

Pequeno relato sobre a I Feira de Cultura Libertaria de Recife
Esse é um pequeno relato que tem o objetivo de incentivar ainda mais essas iniciativas, e também de passar um pouco para quem não teve a oportunidade de participar o que aconteceu durante a feira.
Entre os dias 12 e 13 de outubro rolou I Feira de Cultura Libertaria de Recife, vindo a somar com as diversas feiras libertárias e anarquistas que vem acontecendo no brasil e no mundo, e coincidentemente nessa mesma data também estava rolando a I Feira Anarquista de Ribeirão Preto/SP.
Logo que soubemos que haveria a feira em recife nos empolgamos em comparecer para fortalecer mais essa iniciativa, e ao chegar na feira o que mais nos impressionou foi perceber que diversxs companheirxs de varias regiões do nordeste também se fizeram presentes, companheirxs de natal/rn, caicó/rn, delmiro gouveia/rn, fortaleza/ce, e que além de contribuírem para a feira também pudemos nos rever, estreitando cada vez mais nossas relações.
O primeiro dia foi na Praça Oswaldo cruz no centro de recife, varias banquinhas, de livros, zines, jornais e como não poderia faltar também banquinhas de comidas veganas. Rolou alguns debates, a apresentação de um grupo de rap local, e roda de capoeira de angola, pudemos estar presente em dois debates, um sobre as manifestações de junho “A urgência das Ruas: As manifestações no Brasil sob um olhar libertário”, e o outro sobre “Feminismo e o enfrentamento do machismo no meio libertário”, que no qual esse último nos chamou muita atenção pela quantidade de pessoas e intervenções que ocorreram, mas principalmente pela combatividade presente nas falas.
Já no segundo dia a feira aconteceu no bar do iraq e a maior parte das atividades estavam previstas para o período da tarde exceto a culinária, que foi a responsável pelo almoço de todxs, e que aconteceu a partir de contribuição voluntária.
Por conta de algumas oficinas e debates que aconteceriam no primeiro dia terem sido transferidas para o segundo, por conta do tempo, aconteceu que houve diversas oficinas e debates simultâneos, fazendo com que tivéssemos que ser mais seletivxs na escolha das atividades que iriamos participar, deixando de participar de algumas oficinas que tínhamos muito interesse em participar também.    
Nossa escolha foi pela oficina “Produção de Livros Artesanais” que foi organizada por uma galera de Caicó/RN, que dificilmente não chamam atenção onde estão pela energia e empolgação que trazem. Foi uma oficina típica da frase “Faça você mesmx” desmistificando os mistérios e dificuldades que muitas vezes envolvem a produção de livros, e também todxs que participaram puderem levar o exemplar do livro que produziu.
Na ultimo debate da Feira que aconteceu já no final de tarde e começo da noite foi o de “Mídias Autônomas” debate puxado por nós da Rádio Cordel Libertário e também pelo pessoal da Rádio Lama de Recife. Foi um debate que superou nossas expectativas, pela quantidade de informação e a presença de companheirxs que participavam em diferentes espaços de se fazer mídia, (rádio lama – transmissor, rádio cordel libertário- rádio web, recife resiste – web e jornal, e tinha um outro companheiro que participava de uma rádio poste no bairro alto José do pinho em recife/pe), foi trazido várias questões que giraram em torno das dificuldades e desafios de se criar e manter meios de comunicação autônomos e libertários.     
Quando terminou a feira fomos com um pessoal (que alias gostamos bastante) para uns trailers próximos ao espaço que estava acontecendo a feira, e fechamos o dia dançando anarcofunk.
Ainda antes de voltarmos para Salvador/Ba fomos convidadxs para participar de 2 transmissões ao vivo na rádio lama, onde a primeira o tema era a própria feira que aconteceu e também falar um pouco sobre a rádio cordel libertário, e a segunda sobre veganismo, foi uma vivência muito interessante, falar em uma rádio com transmissor, o que certamente nos instigou em futuramente investir em um transmissor, e assim ter muito mais contato com a comunidade.      
Espaço como este que rolou em Recife é muito importante que tenha uma vida longa e incentive outros lugares a também construírem, criando assim mais um espaço que nos faça mexer, que cutuca o automatizado que esta em nós, possibilitando assim mudanças, articulações e construção dessa rede de iniciativas libertárias/anarquista pelo mundo afora, reconhecendo assim os nossos pares, as nossas forças e por fim os pontos de resistências.

Rádio Cordel Libertário
A Rádio que Valoriza e Respeita a Liberdade e a Diversidade!
radiocordel-libertario.blogspot.com
radiocordel-libertario@hotmail.com
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Pequeno relato sobre a I Feira de Cultura Libertária de Recife

nov04
por cordellibertario em 4 \04\-03:00 novembro \04\-03:00 2013 no 13:04
Postado em: Notícias Libertárias

Pequeno relato sobre a I Feira de Cultura Libertaria de Recife
Esse é um pequeno relato que tem o objetivo de incentivar ainda mais essas iniciativas, e também de passar um pouco para quem não teve a oportunidade de participar o que aconteceu durante a feira.
Entre os dias 12 e 13 de outubro rolou I Feira de Cultura Libertaria de Recife, vindo a somar com as diversas feiras libertárias e anarquistas que vem acontecendo no brasil e no mundo, e coincidentemente nessa mesma data também estava rolando a I Feira Anarquista de Ribeirão Preto/SP.
Logo que soubemos que haveria a feira em recife nos empolgamos em comparecer para fortalecer mais essa iniciativa, e ao chegar na feira o que mais nos impressionou foi perceber que diversxs companheirxs de varias regiões do nordeste também se fizeram presentes, companheirxs de natal/rn, caicó/rn, delmiro gouveia/rn, fortaleza/ce, e que além de contribuírem para a feira também pudemos nos rever, estreitando cada vez mais nossas relações.
O primeiro dia foi na Praça Oswaldo cruz no centro de recife, varias banquinhas, de livros, zines, jornais e como não poderia faltar também banquinhas de comidas veganas. Rolou alguns debates, a apresentação de um grupo de rap local, e roda de capoeira de angola, pudemos estar presente em dois debates, um sobre as manifestações de junho “A urgência das Ruas: As manifestações no Brasil sob um olhar libertário”, e o outro sobre “Feminismo e o enfrentamento do machismo no meio libertário”, que no qual esse último nos chamou muita atenção pela quantidade de pessoas e intervenções que ocorreram, mas principalmente pela combatividade presente nas falas.
Já no segundo dia a feira aconteceu no bar do iraq e a maior parte das atividades estavam previstas para o período da tarde exceto a culinária, que foi a responsável pelo almoço de todxs, e que aconteceu a partir de contribuição voluntária.
Por conta de algumas oficinas e debates que aconteceriam no primeiro dia terem sido transferidas para o segundo, por conta do tempo, aconteceu que houve diversas oficinas e debates simultâneos, fazendo com que tivéssemos que ser mais seletivxs na escolha das atividades que iriamos participar, deixando de participar de algumas oficinas que tínhamos muito interesse em participar também.    
Nossa escolha foi pela oficina “Produção de Livros Artesanais” que foi organizada por uma galera de Caicó/RN, que dificilmente não chamam atenção onde estão pela energia e empolgação que trazem. Foi uma oficina típica da frase “Faça você mesmx” desmistificando os mistérios e dificuldades que muitas vezes envolvem a produção de livros, e também todxs que participaram puderem levar o exemplar do livro que produziu.
Na ultimo debate da Feira que aconteceu já no final de tarde e começo da noite foi o de “Mídias Autônomas” debate puxado por nós da Rádio Cordel Libertário e também pelo pessoal da Rádio Lama de Recife. Foi um debate que superou nossas expectativas, pela quantidade de informação e a presença de companheirxs que participavam em diferentes espaços de se fazer mídia, (rádio lama – transmissor, rádio cordel libertário- rádio web, recife resiste – web e jornal, e tinha um outro companheiro que participava de uma rádio poste no bairro alto José do pinho em recife/pe), foi trazido várias questões que giraram em torno das dificuldades e desafios de se criar e manter meios de comunicação autônomos e libertários.     
Quando terminou a feira fomos com um pessoal (que alias gostamos bastante) para uns trailers próximos ao espaço que estava acontecendo a feira, e fechamos o dia dançando anarcofunk.
Ainda antes de voltarmos para Salvador/Ba fomos convidadxs para participar de 2 transmissões ao vivo na rádio lama, onde a primeira o tema era a própria feira que aconteceu e também falar um pouco sobre a rádio cordel libertário, e a segunda sobre veganismo, foi uma vivência muito interessante, falar em uma rádio com transmissor, o que certamente nos instigou em futuramente investir em um transmissor, e assim ter muito mais contato com a comunidade.      
Espaço como este que rolou em Recife é muito importante que tenha uma vida longa e incentive outros lugares a também construírem, criando assim mais um espaço que nos faça mexer, que cutuca o automatizado que esta em nós, possibilitando assim mudanças, articulações e construção dessa rede de iniciativas libertárias/anarquista pelo mundo afora, reconhecendo assim os nossos pares, as nossas forças e por fim os pontos de resistências.

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26/09 – 21:10 – COMO A NÃO VIOLÊNCIA PROTEGE O ESTADO – AO VIVO

set25
por cordellibertario em 25 \25\-03:00 setembro \25\-03:00 2013 no 13:59
Postado em: Notícias Libertárias, Programação da Cordel

COMO A NÃO VIOLÊNCIA PROTEGE O ESTADO
Debate sobre o Livro e a Importância desse Tema na Atualidade
Após dois meses sem transmissão a Rádio Cordel Libertário retoma suas atividades trazendo para o debate um tema bastante discutido seja nos espaços libertários e anarquistas ou mesmo nos espaços em geral.
A partir das manifestações de junho de 2013 apareceu um tema um pouco esquecido no cenário da luta popular no Brasil, a dicotomia entre a ação pacifica ou violenta, sendo o principal responsável para levantar essa “polêmica” as mídias burguesas, que como era de se esperar atacam maciçamente e quase diariamente qualquer ação que fuja do padrão “fora Collor”, e principalmente quando o que é atacado são os pilares dessa sociedade, o estado e os bancos.
Levando em consideração que esse tema antes mesmo das manifestações, sempre fizeram parte do debate no anarquismo, a Rádio Cordel Libertário traz para complementar o debate companheirxs que irão comentar o livro de Peter Gelderloos “Como a Não Violência Protege o Estado” e paralelamente discutiremos a importância desse tema na atualidade.
Contaremos com a participação dx:                      
AKUENDA – RECIFE/PE
MARCOS
QUANDO: 26/09/2013  5ª feira
HORAS: 21:10 (horário de brasília)
Se você ficou interessadx não pode deixar de ouvir e participar!
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Durante as transmissões ao vivo xs ouvinte poderão participar ativamente do bate-papo, por meio de perguntas e reflexões através do chat presente no blog, ou mesmo AO VIVO.
Quem quiser acompanhar/escutar as entrevistas que já ocorreram, elas estão disponíveis no Blog na página ÁUDIOS PROGRAMAS ANTERIORES.
  LEMBRANDO:  *21:10 – Transmissão ao Vivo e Oline   *09:00 – Reprise no dia seguinte
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26/09 – 21:10 – COMO A NÃO VIOLÊNCIA PROTEGE O ESTADO – AO VIVO

set25
por cordellibertario em 25 \25\-03:00 setembro \25\-03:00 2013 no 10:59
Postado em: Notícias Libertárias, Programação da Cordel

COMO A NÃO VIOLÊNCIA PROTEGE O ESTADO
Debate sobre o Livro e a Importância desse Tema na Atualidade
Após dois meses sem transmissão a Rádio Cordel Libertário retoma suas atividades trazendo para o debate um tema bastante discutido seja nos espaços libertários e anarquistas ou mesmo nos espaços em geral.
A partir das manifestações de junho de 2013 apareceu um tema um pouco esquecido no cenário da luta popular no Brasil, a dicotomia entre a ação pacifica ou violenta, sendo o principal responsável para levantar essa “polêmica” as mídias burguesas, que como era de se esperar atacam maciçamente e quase diariamente qualquer ação que fuja do padrão “fora Collor”, e principalmente quando o que é atacado são os pilares dessa sociedade, o estado e os bancos.
Levando em consideração que esse tema antes mesmo das manifestações, sempre fizeram parte do debate no anarquismo, a Rádio Cordel Libertário traz para complementar o debate companheirxs que irão comentar o livro de Peter Gelderloos “Como a Não Violência Protege o Estado” e paralelamente discutiremos a importância desse tema na atualidade.
Contaremos com a participação dx:                      
AKUENDA – RECIFE/PE
MARCOS
QUANDO: 26/09/2013  5ª feira
HORAS: 21:10 (horário de brasília)
Se você ficou interessadx não pode deixar de ouvir e participar!
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Durante as transmissões ao vivo xs ouvinte poderão participar ativamente do bate-papo, por meio de perguntas e reflexões através do chat presente no blog, ou mesmo AO VIVO.
Quem quiser acompanhar/escutar as entrevistas que já ocorreram, elas estão disponíveis no Blog na página ÁUDIOS PROGRAMAS ANTERIORES.
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Em Breve Jornal Cordel Libertário

ago25
por cordellibertario em 25 \25\-03:00 agosto \25\-03:00 2013 no 14:55
Postado em: Notícias Libertárias

Em Breve estaremos com o Jornal Cordel Libertário, e contaremos com a colaboração de diversxs companheirxs libertárixs e anarquistas de várias partes do Brasil. 

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Em Breve Jornal Cordel Libertário

ago25
por cordellibertario em 25 \25\-03:00 agosto \25\-03:00 2013 no 11:55
Postado em: Notícias Libertárias

Em Breve estaremos com o Jornal Cordel Libertário, e contaremos com a colaboração de diversxs companheirxs libertárixs e anarquistas de várias partes do Brasil. 

Comunicado para xs ouvintes e parceirxs

ago19
por cordellibertario em 19 \19\-03:00 agosto \19\-03:00 2013 no 18:50
Postado em: Notícias Libertárias
Ouvintes e parceirxs da Rádio Cordel Libertario tivemos que dar uma pausa em nossas transmissões AO VIVO devido a diversas questões, mas estamos nos preparando para retomar as transmissões, e continuar debatendo e divulgando iniciativas libertárias e anarquistas ao redor do brasil e do mundo.
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Comunicado para xs ouvintes e parceirxs

ago19
por cordellibertario em 19 \19\-03:00 agosto \19\-03:00 2013 no 15:50
Postado em: Notícias Libertárias
Ouvintes e parceirxs da Rádio Cordel Libertario tivemos que dar uma pausa em nossas transmissões AO VIVO devido a diversas questões, mas estamos nos preparando para retomar as transmissões, e continuar debatendo e divulgando iniciativas libertárias e anarquistas ao redor do brasil e do mundo.

[Campina Grande/PB] Intervenções Marginais Agosto 2013

ago16
por cordellibertario em 16 \16\-03:00 agosto \16\-03:00 2013 no 11:28
Postado em: Encontros, Notícias Libertárias

 
INTERVENÇÕES MARGINAIS – AGOSTO 2013


PRÓXIMO SÁBADO 17/08
Sarau Poético + lançamento do zine Heresia Coletiva nº3 + banquinha de materiais libertarios + rango vegan
às 19h na Praça da Morgação – Campina Grande – PB

DIA 30/08
Gig Dia de Cultura Punk
às 15h na UEPB – Campina Grande -PB
Entrada gratuita

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[Campina Grande/PB] Intervenções Marginais Agosto 2013

ago16
por cordellibertario em 16 \16\-03:00 agosto \16\-03:00 2013 no 08:28
Postado em: Encontros, Notícias Libertárias

 
INTERVENÇÕES MARGINAIS – AGOSTO 2013


PRÓXIMO SÁBADO 17/08
Sarau Poético + lançamento do zine Heresia Coletiva nº3 + banquinha de materiais libertarios + rango vegan
às 19h na Praça da Morgação – Campina Grande – PB

DIA 30/08
Gig Dia de Cultura Punk
às 15h na UEPB – Campina Grande -PB
Entrada gratuita

[Natal/RN] Jornadas Libertárias Setembro 2013

ago16
por cordellibertario em 16 \16\-03:00 agosto \16\-03:00 2013 no 04:13
Postado em: Encontros, Notícias Libertárias
Jornadas Libertárias de 11 a 13 de Setembro

11/09 – 14hs: Abertura: Dinâmicas de Interação libertária;reciclando idéias

12/09 – 19hs: Oficina: Pornodissidência e desconstrução de privilégio

12/09 – 09Hs: Oficina: Bike (traga sua bike e ferramentas).

12/09 – 14Hs: Oficina: Pornodissidência e Ação Direta

12/09 – 19Hs: Video-DEbate: Um pequeno GRão de Areia (Mèxico,2005)

13/09 – 09HS: Oficina: Stancils.

13/09 – 14Hs: Oficina: Anarquismo e redescobertas alimentares

13/09 – 19Hs: Anarquismo hoje; Contribuições e barramentos.

Local: UFRN – NATAL/RN

Mais informações: luz.anaquia@riseup.net
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[Contagem/MG] Encontro Libertário Terra Preta 30/08 a 01/09

ago16
por cordellibertario em 16 \16\-03:00 agosto \16\-03:00 2013 no 03:56
Postado em: Encontros, Notícias Libertárias
Nos dias 30, 31 e 01 de agosto/setembro, acontecerá na Ocupação Guarani Kaiowá, em Contagem, o Encontro Libertário Terra Preta.

Serão três dias de acampamento na comunidade com debates, oficinas, mesas, sarau, filmes, músicas, atividades culturais e outras atividades de cunho libertário. Três dias de vivência libertária e horizontal em uma comunidade de luta que abraçou a proposta do Terra Preta!

O convite é aberto e feito à tod@s que desejam aprofundar o debate, o conhecimento e o contato com ideias, pessoas e relações autogeridas, horizontais e livres, além de dar mais visibilidade e força à luta por moradia na região metropolitana da capital.

A participação é gratuita e a alimentação será feita de modo coletivo e solidário por tod@s.

Em breve a programação será divulgada junto ao blog do Encontro, que terá mais informações e maiores detalhes.

Saudações libertárias!

Evento: https://www.facebook.com/events/609189439121777/?fref=ts
Blog: http://terrapreta.pw/wp
Mias infos: terrapreta@riseup.net

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[Espanha] Após 8 dias, chega ao fim a marcha desobediente contra o TAV

ago16
por cordellibertario em 16 \16\-03:00 agosto \16\-03:00 2013 no 03:45
Postado em: Notícias Libertárias


Em 1 de agosto, foi concluída em Donostia a bicicletada desobediente contra o TAV (Trem de Alta Velocidade) que durante uma semana percorreu diferentes localidades de Hego Euskal Herria realizando diversas atividades, ações, debates, protestos, etc. O final da bicicletada se deu com uma marcha a pé com as bicis à mão desde a praça Buen Pastor até o Boulevard. Neste último quilômetro transladamos o protesto contra o TAV e o modelo desenvolvimentista e capitalista que fomenta esta infraestrutura entre diferentes instituições promotoras desse projeto, dessa vez manifestando nossa oposição sobre as grandes infraestruturas que destroem a terra, reivindicando a desobediência como ferramenta para transformar a sociedade.

Dessa maneira, lotamos a fachada da delegação do Governo Basco na rua Andia com adesivos com o lema “TAV Via Morta – AHT Bide Itsua”.

Assim, as últimas notícias demonstram mais claramente que nunca que a construção do TAV e de outros projetos destrutivos, além de ser uma grave agressão à terra, não são mais que vias mortas, totalmente nocivos tanto do ponto de vista social como econômico.

Isso evidencia o fracasso dos governos centrais, basco e navarro, que seguem teimosamente com o TAV apesar do fato deste modelo desenvolvimentista que fomenta esta infraestrutura nos ter conduzido a crise em que nos encontramos. Continuando o protesto contra o TAV seguiu-se até a delegação do Ministério da Fazenda, onde denunciamos o desperdício de recursos públicos destinados ao TAV. Em terceiro lugar, realizamos um protesto gráfico na sede principal da Kuxta-Bank, em cuja fachada desenhamos com giz colorido as silhuetas de pessoas e setores sociais afetados pela atual crise econômica e social (jovens, pensionistas, campesinos, donas de casa…). Finalmente, o quiosque do Boulevard acolheu o ato final dessa marcha em bici desobediente contra o TAV e a favor da terra. No dito ato procedeu-se a leitura do comunicado final e de uma carta dirigida ao preso Aitor Esnaola, campesino afetado pelo TAV.

Uma vez terminada a leitura, várias dezenas de participantes da marcha subiram ao quiosque para cantar alguns versos contra o TAV e dessa maneira se concluiu a marcha com grande humor.

MARCHA BICICLETEIRA DESOBEDIENTE CONTRA O TAV. COMUNICADO FINAL.

Depois de oito dias pedalando e percorridos 356 quilômetros das terras de Hego Euskal Herria afetadas pelo TAV, essa marcha desobediente chega ao seu fim. Nessa marcha enchemos nossas mochilas com mais razões ainda, para seguir lutando contra essa infraestrutura:

• Sofremos ao contemplar de perto a destruição da terra que nos protege e nos alimenta.

• Nos indignamos junto aos campesinos que sofrem a imposição e o menosprezo das diferentes administrações.

• Conhecemos os grupos locais que seguem lutando contra o despautério dessa obra.

• Gozamos com as belezas dos rincões da terra que estamos defendendo.

• Reafirmamos a desproporção e inutilidade dessa obra que toma todo o dinheiro e recursos imprescindíveis que satisfariam as necessidades básicas do povo.

• Compartilhamos as vivências dos vizinhos que lutam para recuperar a terra expropriada.
• Solidarizamos com os coletivos que lutam contra outros projetos destrutivos.

• Desfrutamos da generosidade dos povos e vilas resistentes que nos receberam de braços abertos.

Essa marcha nos reafirmou a eficácia e o poder da desobediência:

• Introduzimo-nos em suas obras sem permissão para mostrar à sociedade a destruição que querem ocultar.

• Utilizando suas altas gruas para colocar nossas reivindicações nas alturas.

• Nos algemando aos trens e evitando que usem nosso dinheiro para a destruição.

• Superando as proibições policiais, utilizando nossos corpos nus para difundir nossa mensagem.

• Reivindicando a doçura da torta desobediente frente à milhares de banhistas na praia.

• Semeando a semente da desobediência valendo-nos da atmosfera imbatível que temos vivido em grupo.

• Em uma palavra: fortalecemos nossa autoestima coletiva para a desobediência.

Por meio dessa marcha, ficou mais claro que nunca a diferença entre duas formas de entender a vida: a da alta e a da baixa velocidade, simbolizadas respectivamente pelo TAV e pela bicicleta:

• A alta velocidade promove a destruição, a morte, o espólio, o individualismo, o estresse e a enfermidade. O caminho não importa, só a meta. Para chegar ao destino tudo vale.

• A velocidade lenta, em troca, possibilita a vida, a saúde, a tranquilidade, o equilíbrio e respeito com a natureza e com o resto dos povos; facilita a relação e a solidariedade entre o viajante e a vizinhança. A meta é o caminho em si.

Esperamos que as sementes de desobediência semeadas nessa marcha deem seus frutos. Temos que recuperar o que destruíram e espoliaram. Aprendamos das cabras que vivem em túneis escavados nas entranhas de Udalaitz, convertendo-os em insólitos estábulos de vários quilômetros. Façamos como os campesinos que empregam os túneis para acumular lenha e fardos de palha. Recuperemos as terras expropriadas para infraestruturas e plataformas logísticas, convertendo-as em saudáveis hortas. Transformemos essa irracionalidade em pista de bici mais cara do mundo. Sigamos definitivamente avançando pelo caminho da desobediência que percorremos nessa marcha bicicleteira.

UTILIZEMOS A DESOBEDIÊNCIA COMO ARMA PARA DEFENDER A TERRA.

AHT – TAV STOP

Galeria de imagens:

https://plus.google.com/photos/111459001586646448689/albums/5898655375441552817?banner=pwa

Tradução > Tio TAZ

Notícia relacionada:

http://noticiasanarquistas.noblogs.org/post/2013/07/15/espanha-faixa-gigante-e-estendida-em-festa-de-sao-firmino-em-solidariedade-com-os-torteiros/
agência de notícias anarquistas-ana

Ninho de colibri,
no cantinho da varanda,
no vaso de avenca.

Angela Togeiro Ferreira
Comentários desativados em [Espanha] Após 8 dias, chega ao fim a marcha desobediente contra o TAV

[EUA] Centro Social Gato Selvagem de Seattle fecha suas portas

ago16
por cordellibertario em 16 \16\-03:00 agosto \16\-03:00 2013 no 03:34
Postado em: Notícias Libertárias


Comunicado:

Enquanto membros do coletivo Gato Selvagem (Wildcat), estamos tanto aliviados quanto chateados em anunciar que o favorito e minúsculo centro social irá fechar suas portas no dia 15 de agosto.

Desde sua abertura em fevereiro de 2012 no cruzamento carregado de política das avenidas 23 e Union no Distrito Central de Seattle, o Gato Selvagem sediou dezenas de eventos de discussão, jantares e filmes. Também abrigou L@s Quixotes, uma biblioteca radical de empréstimo com uma grande coleção de livros antiautoritários e horários de abertura consistentes. Abrimos o espaço durante o refluxo crucial entre o desalojo do acampamento Descolonize/Ocupe Seattle no Colégio Comunitário Central de Seattle e o 1º de Maio de 2012. Sem o Ocupa ou o centro social Autonomia, a crescente e de formação solta rede antiestado/anticapitalista precisava desesperadamente de um novo ponto de encontro para continuar a criar novas formas de sociabilidade e descobrir novas afinidades. Por um tempo, o Gato Selvagem era exatamente isso. Verdadeiro à nossa missão, nosso cubículo de três quartos foi “um trampolim para camaradas se conhecerem e lançar suas lutas coletivas na direção da liberdade”.

Ao longo da primavera de 2012, o Gato Selvagem foi um centro coordenador de cartazes promovendo o que teria sido um 1º de Maio inesquecível. O espaço animou os finais de semana de verão, enquanto as pessoas circulavam provenientes do restaurante Churrasco e Comida Para Todos do outro lado da rua, em frente ao predominantemente vazio edifício Horace Mann, um local de disputa histórica no Distrito Central. Em conjunto com o Centro de PAZ Umoja fest (Umoja fest PEACE center), também do outro lado da rua, o Gato Selvagem ajudou a espalhar sentimentos antipolícia e antigentrificação na vizinhança. Cidadãos de bem destacavam os graffitis, os cartazes e as manifestações.

Infelizmente, construtoras estão planejando atualmente destruir o bloco sudeste da 23 com a Union para construir um prédio gigantesco similar aos que existem na Capitol Hill. Este desenvolvimento pode destruir definitivamente o Umoja e o comércio pertencente aos negros – e marrons – localizados nas proximidades do centro social. Tendo em vista que não temos nenhum amor pelos empreendimentos capitalistas no geral, reconhecemos que projeto de desenvolvimento é mais um passo em um processo que está transformando Seattle rapidamente em uma zona morta estéril, de preços exagerados e embranquecida. Neste contexto, é muito triste ver o Gato Negro indo embora. Os yuppies teriam nos odiado muito, muito mesmo.

Não é nenhum segredo que o espaço tem passado por dificuldades financeiras desde o último outono. Nós achamos que isso aconteceu principalmente como um resultado dos ataques da repressão contra anarquistas no Noroeste que começaram logo após o 1º de Maio de 2012. A impressionante quantidade de energia e financiamento que todos nós colocamos no sentido da grande resistência jurídica infelizmente minou muitas vidas do Gato Negro, e nunca nos recuperamos de fato. Lamentavelmente, esse é exatamente o tipo de dano que os agentes do Estado pretendiam infligir quando iniciaram operações de contrainsurgência como esta massiva investigação jurídica.

O Estado mobiliza suas forças repressivas não só para espalhar o medo, desencorajar a ação e sufocar a energia rebelde, mas também para lançar-nos em uma ansiedade hiper-reativa que com muita frequência interrompe objetivos a longo prazo e projetos infraestruturais. E de fato, enquanto estávamos ocupados cifrando suporte para nossos camaradas e tomando conta uns dos outros, às vezes negligenciávamos o espaço e não promovíamos nossos eventos apropriadamente. Felizmente, o novo café anarquista “Black Coffee” (Café Negro) estava lá para compensar nosso declínio. Seu tamanho e local (alguns quarteirões distante do local original do acampamento Ocupa na Capitol Hill, a vizinhança residencial mais densa de Seattle) torna o espaço perfeito para acolher os grandes eventos que iriam inundar os alojamentos apertados do Gato Negro. Mas, visto que dependíamos sobretudo de doações em grandes eventos para financiamento, o desabamento começou. Agora estamos de cabeça erguida e prontos para chamar seu fim.

Tudo isso soa muito deprimente, mas não se desespere! Todo fim abre oportunidade para um novo começo. Já está sendo discutida a abertura de um novo centro social em Seattle, então mantenha seus ouvidos atentos.
Isso nos deixa reflexivos sobre como podemos fortalecer nossos projetos para que permaneçam de pé quando a próxima crise aparecer. Como podemos criar uma infraestrutura sustentável e antagônica em uma cidade cara como Seattle? Que tipo de modelo de centro social poderia funcionar aqui? O que precisamos em um espaço anarquista que já não é providenciado pelo Café Negro e pela Livraria da Margem Esquerda (Left Bank Books)? Como pode um espaço anarquista se tornar relevante para a vizinhança ao seu redor? Estas são questões que precisam de resposta como uma forma de descobrir o que será necessário para abrir outro espaço¹.
Por enquanto, por favor, venha para a festa de despedida do Gato Negro, na sexta-feira, dia 9 de agosto, começando as 20h. E, se você não se importar, traga alguns dólares para bebidas e guloseimas para que possamos pagar nossa absurda conta de eletricidade. Ou então, se você não puder comparecer à festa, faça sua doação aqui: https://www.wepay.com/donations/87344.

Solidariedade para sempre,

The Wildcat – O Gato Negro

Tradução > Malobeo

[1] Em setembro, provavelmente, haverá uma discussão aberta sobre espaços anarquistas em Seattle que tem o intuito de responder algumas dessas questões.

agência de notícias anarquistas-ana

notícias do sol –
os pássaros da manhã
cantam na varanda

Zemaria Pinto

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[Grécia] Sobre o desalojo das 3 okupas em Patras

ago16
por cordellibertario em 16 \16\-03:00 agosto \16\-03:00 2013 no 03:33
Postado em: Notícias Libertárias

Patras, 5 de agosto de 2013

Nas primeiras horas da última segunda-feira, 5 de agosto, às 06h30, teve lugar em Patras uma vasta operação das forças de segurança, a fim de expulsar o espaço autogerido okupado “Espaço TEI – N. Gyzi”, a okupação “Maragkopouleiou” e a histórica “Okupação Parartima”. Dentro de um clima policial e absolutamente repressivo, com os policiais prendendo cinco companheiros que estavam naquele momento na okupa Maragkopouliou, e detendo vários solidários no lado de fora do edifício, bem como em outras partes da cidade, o Estado realizou outra prova de força e de cunho “democrático”, continuando com seu movimento que começou há alguns poucos meses contra as okupas e os espaços de luta de toda a Grécia.

Frente ao ataque da Dominação contra os que escolhem lutar e definem eles mesmos suas vidas, o que precisamos contrapor é a solidariedade e a nossa luta social, diária e multiforme. As okupações, como parte integrante desta luta, não constituem para nós ilhas de liberdades utópicas, mas sim focos de ruptura e resistência, bases de companheirismo em nossa guerra contra o Estado e o Capital, contra todo tipo de opressores. As okupações não são suas paredes, por isso não morrem uma vez que essas são tomadas através da repressão. Como parte da nossa luta, são as próprias pessoas que as compõem, que as convertem em espaços vivos de criação, de expressão, de solidariedade e de resistência. Enquanto essas pessoas não desistirem de lutar, os ataques contra as okupas não conseguirão mais que enfurecer-nos e reagrupar-nos ainda mais. É possível desalojar e lacrar os prédios, mas as ideias permanecem firmes e fortes no tempo. Se temos algo a dizer aos líderes desta operação grotesca é que não temos medo, que não nos assustamos e que vamos continuar presentes.

Solidariedade com os compas das okupas processados!

Não nos dão medo – Nos dão raiva!

Anarquistas Solidários

Notícia relacionada:

http://noticiasanarquistas.noblogs.org/post/2013/08/05/grecia-forcas-de-seguranca-desalojam-3-espacos-okupados-em-patras/
agência de notícias anarquistas-ana

Haste de bambu;
uma viola que chora,
sob a ventania.

Álvaro Cardoso Gomes
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[México] Lançamento: “Práticas libertárias e movimentos anticapitalistas”

ago16
por cordellibertario em 16 \16\-03:00 agosto \16\-03:00 2013 no 03:32
Postado em: Notícias Libertárias


[O livro “Prácticas libertarias y movimientos anticapitalistas. Devenir revolucionario de las colectividades en ruptura” (Práticas libertárias e movimentos anticapitalistas. Devenir revolucionário das coletividades em ruptura), escrito por Hugo Marcelo Sandoval Vargas, foi lançado recentemente pela “Grietas Editores”.]

Apresentação:

O anarquismo, pensado como um movimento que têm desenvolvido processos de antagonismo social, lutas, insurreições, greves e revoluções, tem um futuro de grande fôlego. É um movimento que gera instantes de resistência e um projeto político radical, desde formas de fazer política baseadas na ação direta. As formas de pensamento, posicionamentos ético-políticos e práticas que têm construído as individualidades e coletividades libertárias, adquirem vitalidade e voltam ao tempo de agora nos movimentos anticapitalistas que criam formas de fazer política e de organização na perspectiva da autogestão e descentralização.

Este livro pretende dar conta de uma compilação de movimentos anticapitalistas e de instantes de rebelião que atualmente tem aparecido no horizonte anarquista, desde noções e práticas que significam tentativas de criar uma existência contra a dominação e contra toda forma de poder hierárquico. A reflexão que se condensa nestas páginas têm um sentido e uma perspectiva provisória e aberta, que corresponde a uma elaboração situada em um tempo e um espaço concreto, onde têm intervido aspectos subjetivos – boa parte deles inconscientes – e políticos que convertem este trabalho de elucidação em uma imagem temporal, que pretende estar em movimento, disposta à crítica e ao conflito. Pois só um pensamento que existe como crise e negação pode aspirar a ser um pensamento crítico.

Primeira Parte

Pensamento crítico e memória insubmissa.

Crises, negatividade e insubordinação.

I – Abordagens na contramão das coletividades em ruptura. Uma aposta pelo pensar do modo não estatal.

A. História na contramão: A atualização dos passados marginais.
B. Sociedade instituinte e pensamento não estatal. Estado de exceção e conflito social.

II – Investigação militante e caminhar perguntando. Reflexões desde a crítica, o conflito e a luta.

A. Pensamento crítico e rupturas emergentes.
B. Caminhar na incerteza: Interrogação, reflexão e rememoração.

III. O horizonte anarquista contemporâneo. Um fazer-pensar contra a dominação.

A. Reflexões libertárias contra a dominação.
B. As noções práticas anarquistas, viver-resistir em ruptura.

IV – A revolução social no tempo atual. Antagonismo social e horizontes de autonomia.

A. A revolução mundial dos trabalhadores: luta de classes e ação direta.
B. 1968: a irrupção de uma imagem rebelde.
C. Constelação de lutas anticapitalistas contemporâneas.

Segunda Parte

Irrupções libertárias no tempo atual.

I. Horizonte libertário e zapatismo. Terra, comunidade e autonomia.

A. A prática zapatista. Mandar-obedecendo e auto-organização dos povos.
B. Viver a autonomia nos feitos. O autogoverno e as comunidades indígenas em rebeldia.

II. Do movimento antineoliberal aos indignados e ocupas: ressonâncias do anarquismo.

A. As lutas antineoliberais: entre os protestos e as assembleias.
B. Ocupar tudo. Instantes de ruptura para criar crises no capitalismo.

III. Contracultura libertária e negação da sociedade do espetáculo. Alteridade e resistência.

A. Irrupção do punk. Anti-arte e faça você mesmo!
B. O movimento anarcopunk em Guadalajara. Resistir e criar autonomia.

IV. Espaços-tempos de autogestão e luta. Práticas antagônicas para deixar de ser o que somos.

A. A emergência de formas de fazer políticas anticapitalistas no tempo atual.
B. Imaginários e potencialidades para a autogestão generalizada.

Para mais informações, contactar: grietas.editores@gmail.com
agência de notícias anarquistas-ana

Novos ares respirar
Vento traz palavras
Sentimento é semente

Mara Mari
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[São Paulo/SP] 2º Festival do Filme Anarquista e Punk de SP

ago16
por cordellibertario em 16 \16\-03:00 agosto \16\-03:00 2013 no 03:15
Postado em: Encontros, Notícias Libertárias

2º Festival do Filme Anarquista e Punk de SP
dezembro de 2013

No ano passado conseguimos reunir em um evento de três dias dezenas de filmes e atividades ligadas a produção audiovisual libertária no mundo, com participação e contribuição de companheirxs de diversas partes. Em 2013, a Editora e Distro Anarcopunk Imprensa Marginal/Anarco-Filmes e da Do Morro Produções, dois grupos de São Paulo envolvidos com a produção audiovisual libertária na atualidade,  organizam a segunda edição do Festival do Filme Anarquista e Punk de São Paulo, reunindo a exibição de filmes e documentários recentes produzidos por anarquistas e punks ou com temática ligada a questões sociais libertárias diversas, bem como realização de debates, palestras, oficinas e exposições sobre a produção audiovisual libertária no mundo. A data e local ainda serão definidos.

Estamos abert@s a propostas de atividades, parcerias e intervenções, se você tiver uma idéia, basta nos escrever!
http://anarcopunk.org/festival/
 
festival@anarcopunk.org | Caixa Postal 665 CEP 01032-970 São Paulo/SP – Brasil
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[Recife/PE] 1º Feira de Cultura Libertária de Recife Outubro 2013

ago16
por cordellibertario em 16 \16\-03:00 agosto \16\-03:00 2013 no 02:43
Postado em: Encontros, Notícias Libertárias

1º Feira Cultural Libertária de Recife/PE em Outubro

Sugira sua atividade!!
Pode ser oficina, roda de diálogo ou intervenção artística!
Exponha sua produção, seus materiais, sua disposição!!
Confirme e marque sua presença!!
difusaolibertaria@gmail.com

Blog : http://feiralibertariadorecife.noblogs.org/

Via Difusão Libertária 

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[Natal/RN] Jornadas Libertárias Setembro 2013

ago16
por cordellibertario em 16 \16\-03:00 agosto \16\-03:00 2013 no 01:13
Postado em: Encontros, Notícias Libertárias
Jornadas Libertárias de 11 a 13 de Setembro

11/09 – 14hs: Abertura: Dinâmicas de Interação libertária;reciclando idéias

12/09 – 19hs: Oficina: Pornodissidência e desconstrução de privilégio

12/09 – 09Hs: Oficina: Bike (traga sua bike e ferramentas).

12/09 – 14Hs: Oficina: Pornodissidência e Ação Direta

12/09 – 19Hs: Video-DEbate: Um pequeno GRão de Areia (Mèxico,2005)

13/09 – 09HS: Oficina: Stancils.

13/09 – 14Hs: Oficina: Anarquismo e redescobertas alimentares

13/09 – 19Hs: Anarquismo hoje; Contribuições e barramentos.

Local: UFRN – NATAL/RN

Mais informações: luz.anaquia@riseup.net

[Contagem/MG] Encontro Libertário Terra Preta 30/08 a 01/09

ago16
por cordellibertario em 16 \16\-03:00 agosto \16\-03:00 2013 no 00:56
Postado em: Encontros, Notícias Libertárias
Nos dias 30, 31 e 01 de agosto/setembro, acontecerá na Ocupação Guarani Kaiowá, em Contagem, o Encontro Libertário Terra Preta.

Serão três dias de acampamento na comunidade com debates, oficinas, mesas, sarau, filmes, músicas, atividades culturais e outras atividades de cunho libertário. Três dias de vivência libertária e horizontal em uma comunidade de luta que abraçou a proposta do Terra Preta!

O convite é aberto e feito à tod@s que desejam aprofundar o debate, o conhecimento e o contato com ideias, pessoas e relações autogeridas, horizontais e livres, além de dar mais visibilidade e força à luta por moradia na região metropolitana da capital.

A participação é gratuita e a alimentação será feita de modo coletivo e solidário por tod@s.

Em breve a programação será divulgada junto ao blog do Encontro, que terá mais informações e maiores detalhes.

Saudações libertárias!

Evento: https://www.facebook.com/events/609189439121777/?fref=ts
Blog: http://terrapreta.pw/wp
Mias infos: terrapreta@riseup.net

[Espanha] Após 8 dias, chega ao fim a marcha desobediente contra o TAV

ago16
por cordellibertario em 16 \16\-03:00 agosto \16\-03:00 2013 no 00:45
Postado em: Notícias Libertárias


Em 1 de agosto, foi concluída em Donostia a bicicletada desobediente contra o TAV (Trem de Alta Velocidade) que durante uma semana percorreu diferentes localidades de Hego Euskal Herria realizando diversas atividades, ações, debates, protestos, etc. O final da bicicletada se deu com uma marcha a pé com as bicis à mão desde a praça Buen Pastor até o Boulevard. Neste último quilômetro transladamos o protesto contra o TAV e o modelo desenvolvimentista e capitalista que fomenta esta infraestrutura entre diferentes instituições promotoras desse projeto, dessa vez manifestando nossa oposição sobre as grandes infraestruturas que destroem a terra, reivindicando a desobediência como ferramenta para transformar a sociedade.

Dessa maneira, lotamos a fachada da delegação do Governo Basco na rua Andia com adesivos com o lema “TAV Via Morta – AHT Bide Itsua”.

Assim, as últimas notícias demonstram mais claramente que nunca que a construção do TAV e de outros projetos destrutivos, além de ser uma grave agressão à terra, não são mais que vias mortas, totalmente nocivos tanto do ponto de vista social como econômico.

Isso evidencia o fracasso dos governos centrais, basco e navarro, que seguem teimosamente com o TAV apesar do fato deste modelo desenvolvimentista que fomenta esta infraestrutura nos ter conduzido a crise em que nos encontramos. Continuando o protesto contra o TAV seguiu-se até a delegação do Ministério da Fazenda, onde denunciamos o desperdício de recursos públicos destinados ao TAV. Em terceiro lugar, realizamos um protesto gráfico na sede principal da Kuxta-Bank, em cuja fachada desenhamos com giz colorido as silhuetas de pessoas e setores sociais afetados pela atual crise econômica e social (jovens, pensionistas, campesinos, donas de casa…). Finalmente, o quiosque do Boulevard acolheu o ato final dessa marcha em bici desobediente contra o TAV e a favor da terra. No dito ato procedeu-se a leitura do comunicado final e de uma carta dirigida ao preso Aitor Esnaola, campesino afetado pelo TAV.

Uma vez terminada a leitura, várias dezenas de participantes da marcha subiram ao quiosque para cantar alguns versos contra o TAV e dessa maneira se concluiu a marcha com grande humor.

MARCHA BICICLETEIRA DESOBEDIENTE CONTRA O TAV. COMUNICADO FINAL.

Depois de oito dias pedalando e percorridos 356 quilômetros das terras de Hego Euskal Herria afetadas pelo TAV, essa marcha desobediente chega ao seu fim. Nessa marcha enchemos nossas mochilas com mais razões ainda, para seguir lutando contra essa infraestrutura:

• Sofremos ao contemplar de perto a destruição da terra que nos protege e nos alimenta.

• Nos indignamos junto aos campesinos que sofrem a imposição e o menosprezo das diferentes administrações.

• Conhecemos os grupos locais que seguem lutando contra o despautério dessa obra.

• Gozamos com as belezas dos rincões da terra que estamos defendendo.

• Reafirmamos a desproporção e inutilidade dessa obra que toma todo o dinheiro e recursos imprescindíveis que satisfariam as necessidades básicas do povo.

• Compartilhamos as vivências dos vizinhos que lutam para recuperar a terra expropriada.
• Solidarizamos com os coletivos que lutam contra outros projetos destrutivos.

• Desfrutamos da generosidade dos povos e vilas resistentes que nos receberam de braços abertos.

Essa marcha nos reafirmou a eficácia e o poder da desobediência:

• Introduzimo-nos em suas obras sem permissão para mostrar à sociedade a destruição que querem ocultar.

• Utilizando suas altas gruas para colocar nossas reivindicações nas alturas.

• Nos algemando aos trens e evitando que usem nosso dinheiro para a destruição.

• Superando as proibições policiais, utilizando nossos corpos nus para difundir nossa mensagem.

• Reivindicando a doçura da torta desobediente frente à milhares de banhistas na praia.

• Semeando a semente da desobediência valendo-nos da atmosfera imbatível que temos vivido em grupo.

• Em uma palavra: fortalecemos nossa autoestima coletiva para a desobediência.

Por meio dessa marcha, ficou mais claro que nunca a diferença entre duas formas de entender a vida: a da alta e a da baixa velocidade, simbolizadas respectivamente pelo TAV e pela bicicleta:

• A alta velocidade promove a destruição, a morte, o espólio, o individualismo, o estresse e a enfermidade. O caminho não importa, só a meta. Para chegar ao destino tudo vale.

• A velocidade lenta, em troca, possibilita a vida, a saúde, a tranquilidade, o equilíbrio e respeito com a natureza e com o resto dos povos; facilita a relação e a solidariedade entre o viajante e a vizinhança. A meta é o caminho em si.

Esperamos que as sementes de desobediência semeadas nessa marcha deem seus frutos. Temos que recuperar o que destruíram e espoliaram. Aprendamos das cabras que vivem em túneis escavados nas entranhas de Udalaitz, convertendo-os em insólitos estábulos de vários quilômetros. Façamos como os campesinos que empregam os túneis para acumular lenha e fardos de palha. Recuperemos as terras expropriadas para infraestruturas e plataformas logísticas, convertendo-as em saudáveis hortas. Transformemos essa irracionalidade em pista de bici mais cara do mundo. Sigamos definitivamente avançando pelo caminho da desobediência que percorremos nessa marcha bicicleteira.

UTILIZEMOS A DESOBEDIÊNCIA COMO ARMA PARA DEFENDER A TERRA.

< /span>
AHT – TAV STOP

Galeria de imagens:

https://plus.google.com/photos/111459001586646448689/albums/5898655375441552817?banner=pwa

Tradução > Tio TAZ

Notícia relacionada:

http://noticiasanarquistas.noblogs.org/post/2013/07/15/espanha-faixa-gigante-e-estendida-em-festa-de-sao-firmino-em-solidariedade-com-os-torteiros/
agência de notícias anarquistas-ana

Ninho de colibri,
no cantinho da varanda,
no vaso de avenca.

Angela Togeiro Ferreira

[EUA] Centro Social Gato Selvagem de Seattle fecha suas portas

ago16
por cordellibertario em 16 \16\-03:00 agosto \16\-03:00 2013 no 00:34
Postado em: Notícias Libertárias


Comunicado:

Enquanto membros do coletivo Gato Selvagem (Wildcat), estamos tanto aliviados quanto chateados em anunciar que o favorito e minúsculo centro social irá fechar suas portas no dia 15 de agosto.

Desde sua abertura em fevereiro de 2012 no cruzamento carregado de política das avenidas 23 e Union no Distrito Central de Seattle, o Gato Selvagem sediou dezenas de eventos de discussão, jantares e filmes. Também abrigou L@s Quixotes, uma biblioteca radical de empréstimo com uma grande coleção de livros antiautoritários e horários de abertura consistentes. Abrimos o espaço durante o refluxo crucial entre o desalojo do acampamento Descolonize/Ocupe Seattle no Colégio Comunitário Central de Seattle e o 1º de Maio de 2012. Sem o Ocupa ou o centro social Autonomia, a crescente e de formação solta rede antiestado/anticapitalista precisava desesperadamente de um novo ponto de encontro para continuar a criar novas formas de sociabilidade e descobrir novas afinidades. Por um tempo, o Gato Selvagem era exatamente isso. Verdadeiro à nossa missão, nosso cubículo de três quartos foi “um trampolim para camaradas se conhecerem e lançar suas lutas coletivas na direção da liberdade”.

Ao longo da primavera de 2012, o Gato Selvagem foi um centro coordenador de cartazes promovendo o que teria sido um 1º de Maio inesquecível. O espaço animou os finais de semana de verão, enquanto as pessoas circulavam provenientes do restaurante Churrasco e Comida Para Todos do outro lado da rua, em frente ao predominantemente vazio edifício Horace Mann, um local de disputa histórica no Distrito Central. Em conjunto com o Centro de PAZ Umoja fest (Umoja fest PEACE center), também do outro lado da rua, o Gato Selvagem ajudou a espalhar sentimentos antipolícia e antigentrificação na vizinhança. Cidadãos de bem destacavam os graffitis, os cartazes e as manifestações.

Infelizmente, construtoras estão planejando atualmente destruir o bloco sudeste da 23 com a Union para construir um prédio gigantesco similar aos que existem na Capitol Hill. Este desenvolvimento pode destruir definitivamente o Umoja e o comércio pertencente aos negros – e marrons – localizados nas proximidades do centro social. Tendo em vista que não temos nenhum amor pelos empreendimentos capitalistas no geral, reconhecemos que projeto de desenvolvimento é mais um passo em um processo que está transformando Seattle rapidamente em uma zona morta estéril, de preços exagerados e embranquecida. Neste contexto, é muito triste ver o Gato Negro indo embora. Os yuppies teriam nos odiado muito, muito mesmo.

Não é nenhum segredo que o espaço tem passado por dificuldades financeiras desde o último outono. Nós achamos que isso aconteceu principalmente como um resultado dos ataques da repressão contra anarquistas no Noroeste que começaram logo após o 1º de Maio de 2012. A impressionante quantidade de energia e financiamento que todos nós colocamos no sentido da grande resistência jurídica infelizmente minou muitas vidas do Gato Negro, e nunca nos recuperamos de fato. Lamentavelmente, esse é exatamente o tipo de dano que os agentes do Estado pretendiam infligir quando iniciaram operações de contrainsurgência como esta massiva investigação jurídica.

O Estado mobiliza suas forças repressivas não só para espalhar o medo, desencorajar a ação e sufocar a energia rebelde, mas também para lançar-nos em uma ansiedade hiper-reativa que com muita frequência interrompe objetivos a longo prazo e projetos infraestruturais. E de fato, enquanto estávamos ocupados cifrando suporte para nossos camaradas e tomando conta uns dos outros, às vezes negligenciávamos o espaço e não promovíamos nossos eventos apropriadamente. Felizmente, o novo café anarquista “Black Coffee” (Café Negro) estava lá para compensar nosso declínio. Seu tamanho e local (alguns quarteirões distante do local original do acampamento Ocupa na Capitol Hill, a vizinhança residencial mais densa de Seattle) torna o espaço perfeito para acolher os grandes eventos que iriam inundar os alojamentos apertados do Gato Negro. Mas, visto que dependíamos sobretudo de doações em grandes eventos para financiamento, o desabamento começou. Agora estamos de cabeça erguida e prontos para chamar seu fim.

Tudo isso soa muito deprimente, mas não se desespere! Todo fim abre oportunidade para um novo começo. Já está sendo discutida a abertura de um novo centro social em Seattle, então mantenha seus ouvidos atentos.
Isso nos deixa reflexivos sobre como podemos fortalecer nossos projetos para que permaneçam de pé quando a próxima crise aparecer. Como podemos criar uma infraestrutura sustentável e antagônica em uma cidade cara como Seattle? Que tipo de modelo de centro social poderia funcionar aqui? O que precisamos em um espaço anarquista que já não é providenciado pelo Café Negro e pela Livraria da Margem Esquerda (Left Bank Books)? Como pode um espaço anarquista se tornar relevante para a vizinhança ao seu redor? Estas são questões que precisam de resposta como uma forma de descobrir o que será necessário para abrir outro espaço¹.
Por enquanto, por favor, venha para a festa de despedida do Gato Negro, na sexta-feira, dia 9 de agosto, começando as 20h. E, se você não se importar, traga alguns dólares para bebidas e guloseimas para que possamos pagar nossa absurda conta de eletricidade. Ou então, se você não puder comparecer à festa, faça sua doação aqui: https://www.wepay.com/donations/87344.

Solidariedade para sempre,

The Wildcat – O Gato Negro

Tradução > Malobeo

[1] Em setembro, provavelmente, haverá uma discussão aberta sobre espaços anarquistas em Seattle que tem o intuito de responder algumas dessas questões.

agência de notícias anarquistas-ana

notícias do sol –
os pássaros da manhã
cantam na varanda

Zemaria Pinto

[Grécia] Sobre o desalojo das 3 okupas em Patras

ago16
por cordellibertario em 16 \16\-03:00 agosto \16\-03:00 2013 no 00:33
Postado em: Notícias Libertárias

Patras, 5 de agosto de 2013

Nas primeiras horas da última segunda-feira, 5 de agosto, às 06h30, teve lugar em Patras uma vasta operação das forças de segurança, a fim de expulsar o espaço autogerido okupado “Espaço TEI – N. Gyzi”, a okupação “Maragkopouleiou” e a histórica “Okupação Parartima”. Dentro de um clima policial e absolutamente repressivo, com os policiais prendendo cinco companheiros que estavam naquele momento na okupa Maragkopouliou, e detendo vários solidários no lado de fora do edifício, bem como em outras partes da cidade, o Estado realizou outra prova de força e de cunho “democrático”, continuando com seu movimento que começou há alguns poucos meses contra as okupas e os espaços de luta de toda a Grécia.

Frente ao ataque da Dominação contra os que escolhem lutar e definem eles mesmos suas vidas, o que precisamos contrapor é a solidariedade e a nossa luta social, diária e multiforme. As okupações, como parte integrante desta luta, não constituem para nós ilhas de liberdades utópicas, mas sim focos de ruptura e resistência, bases de companheirismo em nossa guerra contra o Estado e o Capital, contra todo tipo de opressores. As okupações não são suas paredes, por isso não morrem uma vez que essas são tomadas através da repressão. Como parte da nossa luta, são as próprias pessoas que as compõem, que as convertem em espaços vivos de criação, de expressão, de solidariedade e de resistência. Enquanto essas pessoas não desistirem de lutar, os ataques contra as okupas não conseguirão mais que enfurecer-nos e reagrupar-nos ainda mais. É possível desalojar e lacrar os prédios, mas as ideias permanecem firmes e fortes no tempo. Se temos algo a dizer aos líderes desta operação grotesca é que não temos medo, que não nos assustamos e que vamos continuar presentes.

Solidariedade com os compas das okupas processados!

Não nos dão medo – Nos dão raiva!

Anarquistas Solidários

Notícia relacionada:

http://noticiasanarquistas.noblogs.org/post/2013/08/05/grecia-forcas-de-seguranca-desalojam-3-espacos-okupados-em-patras/
agência de notícias anarquistas-ana

Haste de bambu;
uma viola que chora,
sob a ventania.

Álvaro Cardoso Gomes

[México] Lançamento: “Práticas libertárias e movimentos anticapitalistas”

ago16
por cordellibertario em 16 \16\-03:00 agosto \16\-03:00 2013 no 00:32
Postado em: Notícias Libertárias


[O livro “Prácticas libertarias y movimientos anticapitalistas. Devenir revolucionario de las colectividades en ruptura” (Práticas libertárias e movimentos anticapitalistas. Devenir revolucionário das coletividades em ruptura), escrito por Hugo Marcelo Sandoval Vargas, foi lançado recentemente pela “Grietas Editores”.]

Apresentação:

O anarquismo, pensado como um movimento que têm desenvolvido processos de antagonismo social, lutas, insurreições, greves e revoluções, tem um futuro de grande fôlego. É um movimento que gera instantes de resistência e um projeto político radical, desde formas de fazer política baseadas na ação direta. As formas de pensamento, posicionamentos ético-políticos e práticas que têm construído as individualidades e coletividades libertárias, adquirem vitalidade e voltam ao tempo de agora nos movimentos anticapitalistas que criam formas de fazer política e de organização na perspectiva da autogestão e descentralização.

Este livro pretende dar conta de uma compilação de movimentos anticapitalistas e de instantes de rebelião que atualmente tem aparecido no horizonte anarquista, desde noções e práticas que significam tentativas de criar uma existência contra a dominação e contra toda forma de poder hierárquico. A reflexão que se condensa nestas páginas têm um sentido e uma perspectiva provisória e aberta, que corresponde a uma elaboração situada em um tempo e um espaço concreto, onde têm intervido aspectos subjetivos – boa parte deles inconscientes – e políticos que convertem este trabalho de elucidação em uma imagem temporal, que pretende estar em movimento, disposta à crítica e ao conflito. Pois só um pensamento que existe como crise e negação pode aspirar a ser um pensamento crítico.

Primeira Parte

Pensamento crítico e memória insubmissa.

Crises, negatividade e insubordinação.

I – Abordagens na contramão das coletividades em ruptura. Uma aposta pelo pensar do modo não estatal.

A. História na contramão: A atualização dos passados marginais.
B. Sociedade instituinte e pensamento não estatal. Estado de exceção e conflito social.

II – Investigação militante e caminhar perguntando. Reflexões desde a crítica, o conflito e a luta.

A. Pensamento crítico e rupturas emergentes.
B. Caminhar na incerteza: Interrogação, reflexão e rememoração.

III. O horizonte anarquista contemporâneo. Um fazer-pensar contra a dominação.

A. Reflexões libertárias contra a dominação.
B. As noções práticas anarquistas, viver-resistir em ruptura.

IV – A revolução social no tempo atual. Antagonismo social e horizontes de autonomia.

A. A revolução mundial dos trabalhadores: luta de classes e ação direta.
B. 1968: a irrupção de uma imagem rebelde.
C. Constelação de lutas anticapitalistas contemporâneas.

Segunda Parte

Irrupções libertárias no tempo atual.

I. Horizonte libertário e zapatismo. Terra, comunidade e autonomia.

A. A prática zapatista. Mandar-obedecendo e auto-organização dos povos.
B. Viver a autonomia nos feitos. O autogoverno e as comunidades indígenas em rebeldia.

II. Do movimento antineoliberal aos indignados e ocupas: ressonâncias do anarquismo.

A. As lutas antineoliberais: entre os protestos e as assembleias.
B. Ocupar tudo. Instantes de ruptura para criar crises no capitalismo.

III. Contracultura libertária e negação da sociedade do espetáculo. Alteridade e resistência.

A. Irrupção do punk. Anti-arte e faça você mesmo!
B. O movimento anarcopunk em Guadalajara. Resistir e criar autonomia.

IV. Espaços-tempos de autogestão e luta. Práticas antagônicas para deixar de ser o que somos.

A. A emergência de formas de fazer políticas anticapitalistas no tempo atual.
B. Imaginários e potencialidades para a autogestão generalizada.

Para mais informações, contactar: grietas.editores@gmail.com
agência de notícias anarquistas-ana

Novos ares respirar
Vento traz palavras
Sentimento é semente

Mara Mari

[São Paulo/SP] 2º Festival do Filme Anarquista e Punk de SP

ago16
por cordellibertario em 16 \16\-03:00 agosto \16\-03:00 2013 no 00:15
Postado em: Encontros, Notícias Libertárias

2º Festival do Filme Anarquista e Punk de SP
dezembro de 2013

No ano passado conseguimos reunir em um evento de três dias dezenas de filmes e atividades ligadas a produção audiovisual libertária no mundo, com participação e contribuição de companheirxs de diversas partes. Em 2013, a Editora e Distro Anarcopunk Imprensa Marginal/Anarco-Filmes e da Do Morro Produções, dois grupos de São Paulo envolvidos com a produção audiovisual libertária na atualidade,  organizam a segunda edição do Festival do Filme Anarquista e Punk de São Paulo, reunindo a exibição de filmes e documentários recentes produzidos por anarquistas e punks ou com temática ligada a questões sociais libertárias diversas, bem como realização de debates, palestras, oficinas e exposições sobre a produção audiovisual libertária no mundo. A data e local ainda serão definidos.

Estamos abert@s a propostas de atividades, parcerias e intervenções, se você tiver uma idéia, basta nos escrever!
http://anarcopunk.org/festival/
 
festival@anarcopunk.org | Caixa Postal 665 CEP 01032-970 São Paulo/SP – Brasil

[Recife/PE] 1º Feira de Cultura Libertária de Recife Outubro 2013

ago15
por cordellibertario em 15 \15\-03:00 agosto \15\-03:00 2013 no 23:43
Postado em: Encontros, Notícias Libertárias

1º Feira Cultural Libertária de Recife/PE em Outubro

Sugira sua atividade!!
Pode ser oficina, roda de diálogo ou intervenção artística!
Exponha sua produção, seus materiais, sua disposição!!
Confirme e marque sua presença!!
difusaolibertaria@gmail.com

Blog : http://feiralibertariadorecife.noblogs.org/

Via Difusão Libertária 

[Espanha] Galícia: Manifestação contra touradas em Corunha reúne cerca de 2000 pessoas

ago13
por cordellibertario em 13 \13\-03:00 agosto \13\-03:00 2013 no 12:38
Postado em: Notícias Libertárias


Aproximadamente 2000 pessoas se reuniram no centro de Corunha, na Galícia, no domingo (4 de agosto), para protestar contra as touradas, os maus-tratos aos animais, o uso do dinheiro público em festas taurinas e por uma Galícia livre desta cruel e bárbara prática.

A concentração dos manifestantes começou ao meio-dia no relógio do Obelisco. Meia hora depois a mobilização seguiu pelas principais vias do centro da cidade, com os manifestantes segurando faixas e cartazes, e gritando palavras de ordem, como: “Galícia, sem touradas”, “Touradas, abolição”, “Fora o sangue das nossas festas”, “Nem arte, nem cultura”.

A passeata acabou em frente à Câmara Municipal, com dezenas de faixas, discursos e mesmo um boneco com trajes de toureiro enforcado, mostrando com energia a oposição social às touradas. Essa foi uma das maiores manifestações anti-taurinas celebradas na cidade, segundo os organizadores do ato.

O protesto, plural, foi organizado pela plataforma Galícia – Melhor Sem Touradas (GMST), e apoiado por entidades de defesa dos direitos dos animais e dezenas de associações e organizações políticas e sociais.

agência de notícias anarquistas-ana

Virada do morro:
Ipê e seu grito amarelo
perpendicular.

Eolo Yberê Libera
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[Austrália] 3ª Feira do Livro Anarquista de Melbourne acontece neste sábado

ago13
por cordellibertario em 13 \13\-03:00 agosto \13\-03:00 2013 no 12:37
Postado em: Notícias Libertárias


[A terceira edição da Feira do Livro Anarquista de Melbourne acontece neste sábado (10), a partir das 12 horas. Com a presença de diversas banquinhas de livros, as pessoas que passarem pelo Convento Abbotsford poderão conferir músicas e performances, além de terem oportunidade de participar de bate-papos e oficinas.]

Comunicado:

A Feira do Livro Anarquista de Melbourne será um evento livre sediado no Convento Abbotsford (Rua St. Heliers, Abbotsford) das 10h às 18h, no sábado, dia 10 de agosto de 2013. A feira do livro consiste em 40 bancas de vendedores de livros independentes e grupos ativistas. Conjuntamente às bancas, haverá em torno de 21 horas de oficinas durante o dia inteiro, sobre todo tipo de assunto no que se refere a anarquismo e ação direta.

Também haverá um pequeno espaço infantil com voluntários para ajudar a cuidar, ou para os assistentes auto-organizarem o cuidado das crianças, ou se as crianças só quiserem brincar do lado de dentro. Para se voluntariar no espaço infantil, entre em contato conosco.

Sobre os organizadores:

As pessoas do “A Melbourne Events”, coletivo organizador da Feira do Livro Anarquista de Melbourne, são de uma extensa variedade de grupos anarquistas e ativistas, que incluem: Anarquistas Feministas, Livraria Barricada, Campanha Eureka, Guerrilheiros Jardineiros, Trabalhadores Industriais do Mundo, Biblioteca Kate Sharpley, M.A.C, Melbourne Indymedia, Sociedade de Apreciação Ned Ludd, The Sharehood, Squatters e Trabalhadores Aeroviários não-Remunerados (SUWA), 3CR, Grupo de Comemoração Tunnerminawait & Maulboyhneer, Upsiders, Grupo de Ação Quarta-feira, e Rede de Trabalhadores Solidários.

Somos Margaret, Peter, Rebecca, Levin, Tristan, Dimitri, Molasses, Dave, Pauli, Lydia, Nick, Liam, Agne e Shane. Também organizamos um Acampamento Ácrata anual em março.

Mais infos e o programa do evento:

http://www.amelbournebookfair.org/

Tradução > Malobeo

agência de notícias anarquistas-ana

O vento, o galho
balança e longe lança
a gota de orvalho.

Sérgio de Mesquita
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[Alemanha] Ataque solidário contra a empresa ThyssenKrupp em Hamburgo

ago13
por cordellibertario em 13 \13\-03:00 agosto \13\-03:00 2013 no 12:37
Postado em: Notícias Libertárias


Comunicado:

Entre a noite de 31 de julho e o início da madrugada de 1 de agosto, o edifício da ThyssenKrupp Industrial Solution  AG, em Hamburgo, foi atacado. Foram destruídas as janelas e as portas da frente e arremessadas duas dúzias de garrafas com tinta na fachada do imóvel. A rua em frente ao prédio foi bloqueada com barricadas incendiárias.

ThyssenKrupp é uma das maiores empresas produtoras de armas de guerra.  Seus produtos bélicos são distribuídos para forças armadas de todo o mundo.

Este ataque foi feito em solidariedade com as compas presas Sonja e Sibylle, que tomaram uma posição inflexível contra o Estado e sua justiça. Sonja é acusada de envolvimento nos ataques da “Revolutionäre Zellen-RZ” (Células Revolucionárias) nos anos 70. Sibylle está presa por não cooperar com a justiça. O julgamento de ambas está em curso.

Esta ação também foi dedicada à revolta de junho na Turquia. Saudações militantes para Istambul, Ancara, Diyarbakir, Eskisehir… a todos processados e presos rebeldes e em memória daqueles que caíram.
agência de notícias anarquistas-ana

AMOR A TERRA

Laranja na mesa.
Bendita a árvore
que te pariu.
Clarice Lispector
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Lançamento de documentário sobre a ocupação do Parque Gezi e o seu despejo violento

ago13
por cordellibertario em 13 \13\-03:00 agosto \13\-03:00 2013 no 12:35
Postado em: Notícias Libertárias


 [“Taksim Commune: Gezi Park and the Turkish Uprising” (Comuna Taksim: Parque Gezi e o Levante Turco) é o nome do mais recente documentário da série “Global Uprisings” (Revoltas Globais). O vídeo tem duração de 33 minutos, e conta a história da ocupação do Parque Gezi, seu despejo violento e a revolta em massa que sacudiu a Turquia. Abaixo uma breve apresentação dos produtores deste instigante documentário, Brandon Jourdan e Marianne Maeckelbergh.]

Desde o final de maio de 2013, a agitação política varreu a Turquia. Em Istambul, uma grande parte da área central de Beyoglu tornou-se uma zona de batalha durante três semanas consecutivas com conflitos continuando depois. Até agora, cinco pessoas morreram e milhares foram feridas.

Inicialmente, os protestos visavam salvar o Parque Gezi de Istambul de ser demolido como parte de um projeto de renovação urbana em grande escala. A polícia usou força excessiva durante uma série de ataques policiais, que começaram no dia 28 de maio de 2013 e que chegaram a um ponto dramático nas primeiras horas da manhã de sexta-feira, 31 de maio, quando a polícia de choque atacou os manifestantes que dormiam no parque.

Ao longo de alguns dias, os ataques das forças de segurança cresceram para proporções chocantes. Como as imagens da brutalidade policial se propagaram por todo o mundo, os protestos rapidamente se transformaram em uma revolta popular contra o primeiro-ministro Tayyip Erdogan e seu estilo de governo autoritário.

Este pequeno documentário conta a história da ocupação do Parque Gezi, o despejo em 15 de julho de 2013 e os protestos que continuaram durante o rescaldo. Inclui entrevistas com muitos participantes e filmagens nunca antes vistas.

Para assistir ao documentário, clique aqui:

http://vimeo.com/71704435

Tradução > Caróu

agência de notícias anarquistas-ana

Em volta à fogueira,
a dança. Avançando a noite,
ferve a brincadeira.

Tomoko Narita Sabiá
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[França] Em Toulouse, autoridades despejam dois squatters

ago13
por cordellibertario em 13 \13\-03:00 agosto \13\-03:00 2013 no 12:34
Postado em: Notícias Libertárias


[Nos dias 26 e 30 de julho, autoridades francesas desalojaram dois squatters em Toulouse, numa verdadeira operação “modo de limpeza”. A seguir, um comunicado da Campanha de Requisição, Ajuda Mútua e Autogestão (CREA).]

Comunicado:

Próximo de completar o sétimo mês de ocupação, o Centro Social Autogerido (CSA), do bairro Faubourg Bonnefoy, foi despejado nessa sexta (26) de manhã por volta das 6h30. Uma centena de policiais, a Polícia de Fronteira (PAF), Dominique Bacle da Direção Departamental de Coesão Social e uma dezena de caminhões de mudança estavam presentes no local para tirar a nós e as nossas coisas, e varrer as pessoas sem documentos logo no início da manhã (“é melhor para trabalhar, faz menos calor”, disse um policial de bigode). Enquanto cada um de nós era controlado, podíamos escutar os projetos de férias dos policiais, sob os olhares dos militantes presentes. O Estado utilizou grandes recursos para botar as pessoas na rua.

Mais de 40 pessoas na rua, uma única noite em hotel para as duas famílias que tinham crianças presentes (as outras foram postas em albergues sem previsão de expulsão) e três pessoas encaminhadas ao posto policial pela PAF. Essas pessoas encontram-se agora com seus documentos de expulsão (Obrigação de Evasão do Território Francês), com tempo de um mês.

E para “melhorar”, nessa terça (30) de manhã, aconteceu a expulsão da La Caillasserie, também no bairro Faubourg Bonnefoy. A prefeitura realizou seu meticuloso trabalho. A PAF e a Senhora Bacle estavam lá presentes. Vendo que ali não havia pessoas sem documentos, rapidamente retornaram a seus escritórios. O despejo foi expedido, e logo veio um trator para destruir tudo.

Nos prédios vazios, tínhamos feito-os cheios de vida, de transformações, de organização. A Prefeitura esvazia o bairro Faubourg Bonnefoy de seus squatters e seus habitantes, e os prédios novamente se tornam vazios. E tudo isso retorna à especulação imobiliária e à preparação para a chegada do LGV (Trem de Alta Velocidade). Os pobres são postos longe da cidade, em privilégio dos grandes projetos inúteis.

A despeito da intensa repressão, continuamos com as demandas sempre e ainda!

Os membros da Campagne de Réquisition d’Entraide et d’Autogestion (Campanha de Requisição, Ajuda Mútua e Autogestão)

O que é a Campanha de Requisição, Ajuda Mútua e Autogestão (CREA)?

Uma CAMPANHA, isto é, um movimento social, um coletivo com todas e todos aqueles que queiram nele participar: os desalojados, as famílias deixadas na rua pelo Estado e pelo capitalismo, as pessoas que já não conseguem pagar as rendas de casa, as pessoas que estão fartas deste sistema, as pessoas solidárias, velhos, crianças, estudantes, desempregados, trabalhadoras precárias e sem esperança de uma remuneração decente…

Pela REQUISIÇÃO, há cada vez mais habitações vazias, cada vez mais gente que vive na rua e na miséria. Assim, nós que não esperamos nada do Estado e das autoridades que nos desprezam, requisitamos diretamente todos os edifícios e casas vazias, com aquelas e aqueles que têm necessidade. Não só para nos alojarmos mas também para organizarmos aí toda uma variedade de atividades, workshops, livres e gratuitos, postos à disposição dos bairros. Esta forma de alojamento, permite-nos a emancipação, uma maior disponibilidade para uma melhor reflexão noutros modos de vida, de organização, etc.

A AJUDA MÚTUA, nós não recebemos qualquer subvenção, nem desejamos alguma no futuro. Nós baseamos-nos na solidariedad e, na recuperação, na reciclagem e na partilha para nos alimentarmos, nos vestirmos, nos mobilizarmos, e até para festejarmos a vida. Quanto às bases dos nossos encontros, elas guiam-se pela aprendizagem, troca e desenvolvimento dos saberes…

E a AUTOGESTÃO, nós não temos chefes, nem queremos. Tudo é decidido nas Assembleias Gerais que são reuniões públicas. Nós somos numerosos na CREA a tentar ultrapassar esta sociedade piramidal baseada no dinheiro, no poder, no racismo e no sexismo. É assim, que juntos, procuramos maneiras para destruir estas opressões que nos incomodam.

Pensamos firmemente que o Estado não é a solução, que ele faz parte do problema e que melhor que ninguém, nós somos as pessoas mais aptas para cuidar de nós. Assim, desde já, nós substituímos tudo isso, aqui e agora, pela solidariedade, pela igualdade e pela autonomia, reais e concretas.

Vídeo “O que é a CREA?”:

http://www.youtube.com/watch?v=FjyFWlNHLek (Visualização) 

Tradução > Tio TAZ

agência de notícias anarquistas-ana

Me comovem
tuas mãos limpas
e tua cabeça suja.

Eliane Pantoja Vaidya

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[Ucrânia] Relato do Acampamento Anarcofeminista Good Night Macho Pride 2013

ago13
por cordellibertario em 13 \13\-03:00 agosto \13\-03:00 2013 no 12:33
Postado em: Notícias Libertárias


[Segue abaixo um relato do que rolou no Acampamento Anarcofeminista Good Night Macho Pride 2013, realizado na Crimeia, em uma zona rural, entre os dias 13 e 17 de julho. O encontro reuniu ativistas da Ucrânia, Rússia, Polônia e Alemanha.]

Entre 13 e 17 de julho aconteceu na Ucrânia o Acampamento Anarcofeminista Good Night Macho Pride 2013. Participaram representantes de diversas organizações antiautoritárias (Ação Autônoma, União Autônoma de Trabalhadores, União Internacional de Anarquistas) e também anarquistas não organizados. O evento contou com muita gente da Rússia (Moscou, São Petersburgo, Ekaterinburgo) e da Ucrânia (Kiev, Khárkov, Lvov). Também marcaram presença pessoas da Cracóvia (Polônia), Colônia e Hamburgo (Alemanha).

Todas as questões sobre o funcionamento do acampamento foram decididas através do consenso na assembleia geral. A alimentação, servida 3 vezes aos dia, era vegana e muito saborosa. No acampamento foi organizado um “espaço feminino”, para que a permanência das mulheres fosse mais confortável, minimizando assim a pressão patriarcal sobre a personalidade. Tinha menos homens no acampamento do que mulheres, porém seu número fora significativo para um evento feminista. Nas bancas de materiais era possível encontrar revistas feministas e anarquistas.

Durante o dia aconteciam várias oficinas e bate-papos sobre temas atuais. Foram apresentados diversos projetos feministas, como o zine “Martelo das Bruxas” e o sítio “Svobodna!”. Também houve uma série de discussões, abordando os casos da banda punk feminina Pussy Riot, da anarquista e antifascista presa em Moscou Irina Lipskaia, dos presos de 6 de maio e as possíveis ações de solidariedade. Por outro lado, aconteceram treinamentos de autodefesa e de superação das hierarquias dentro dos coletivos, e também um grupo de crescimento da consciência. As ativistas da Ucrânia compartilharam as experiências de resistência às leis contra o aborto, que estão sendo movidas pelo partido de ultradireita “Liberdade”. Squatters de Sevastópol falaram sobre o projeto do Centro Social Cultural e de diversos aspectos de ocupação das casas desocupadas na Ucrânia.

Europeus compartilharam as experiências de criação de coletivos anarcofeministas em seus respectivos países. Se na Alemanha esta criação é bastante fácil, na Polônia existe uma aversão ao feminismo devido às ideias de ultradireita, muito difundidas no país. Ativistas de Hamburgo falaram sobre um time de futebol chamado St. Pauli e o fanatismo dos seus torcedores, e acerca das percepções do sexismo e homofobia dentro do movimento antifascista alemão como um todo. A participação de ativistas de outros países é muito interessante, pois devido à predominância do machismo dentro da cena anarquista do Leste Europeu é necessário conhecer as experiências progressistas de combate a ele em outros lugares e praticar a relação com anarquistas de outros países, sem se isolar e se fechar.

Uma atenção especial foi dedicada aos conflitos dentro do movimento anarquista e ao machismo dentro da cena. Cada um compartilhou a situação que se dá em sua região e caminhos de saída destas situações de conflito. Também foram discutidas as possibilidades de comunicação e apoio mútuo de diversos grupos anarcofeministas, do espaço pós-soviético e europeu.

Em geral, o encontro foi bom, sem excessos sérios. Foi discutida a possibilidade de outros encontros com o assunto anarcofeminista como eixo – hoje em dia, um fórum com temática de gênero é um caso raro. O feminismo é muito importante para os movimentos anarquista e antifascista, uma vez que a discriminação pelo gênero virou norma, não somente na sociedade em geral, mas entre companheiros de esquerda. Para combater esta discriminação é necessário prestar mais atenção às questões de gênero no contexto anarquista, juntamente com outros problemas sociais. O feminismo liberal se esgotou completamente e, para a malta anarquista, é importante à ação juntamente com os movimentos que reivindicam a igualdade de gêneros e a luta em conjunto contra o sistema vigente.

Tradução > A vagalume

agência de notícias anarquistas-ana

uma folha salta
o velho lago
pisca o olho

Alonso Alvarez
Comentários desativados em [Ucrânia] Relato do Acampamento Anarcofeminista Good Night Macho Pride 2013

[EUA] Entrevista a Mumia Abu-Jamal sobre a música negra

ago13
por cordellibertario em 13 \13\-03:00 agosto \13\-03:00 2013 no 12:32
Postado em: Notícias Libertárias


[Mumia conversa com Michael Coard sobre música negra desde os tempos da escravidão até a época do hip hop, passando por sua entrevista com Bob Marley em 1980. É o segundo episódio do Radio Prision Show realizado em 3 de julho em 900AM-WURD, na Filadélfia. Agora este programa se transmite todas as primeiras quartas-feiras de cada mês, às 11 horas da manhã, durante o último segmento do programa Radio Courtroom (Tribunal pela Rádio). Se perdeste o programa, leia a transcrição abaixo.]

Michael Coard > Este é o Radio Prision Show, um segmento do Radio Courtoom Show, aqui em 900AM WURD, apresentando Mumia Abu-Jamal. Vocês se lembrarão de que mês passado Mumia esteve conosco para a estreia do Radio Prision Show. Vamos conversar sobre vários temas, mas para alguns de vocês que talvez não conheçam o nome de Mumia Abu-Jamal, digamos que tem vivido em uma jaula durante as últimas duas décadas, permitam-me lhes dizer quem é: um pai, um esposo, um autor e um inquilino temporário de uma prisão, mas um revolucionário permanente. Sem mais delongas, aqui está conosco Mumia Abu-Jamal. Como está Mumia?

Mumia Abu-Jamal < Mais ou menos bem, Michael. É um bom dia para estar vivo. E um bom dia para estar conversando contigo.

Michael > Bem dito, Mumia. Tenho que te dizer que no mês passado quando fizemos nosso primeiro programa, a sala estava abarrotada, não sobravam assentos, se tal coisa é possível para um show de rádio. As pessoas ficaram assombradas. As convidei a mandar suas perguntas para conversar contigo sobre elas, mas disse que nos primeiros programas queremos escutar sua voz e o que tem a dizer. Agora estamos no mês de julho e você vai estar conosco nas primeiras quartas-feiras de cada mês. Mas uma das coisas que não tivemos a oportunidade de conversar contigo foi a respeito de música. Impressiona-me cada vez que escuto mais sobre você. O que quero dizer é que conheço seu trabalho para os despossuídos, os desamparados, conheço sua luta como revolucionário, mas esta não é a totalidade de Mumia Abu-Jamal. De fato, me interei ao conversar com outras pessoas que você sabe muito mais de música que alguns chamados profissionais da música. Alguém me perguntou por que não havia falado contigo mês passado sobre o mês da Música Negra e o que significa para você, o que significa para nosso povo e o que significa para os revolucionários, porque há aqueles que pensam que se você está ai, na primeira linha lutando pelas pessoas, não pode apreciar a música. Fale-nos sobre tudo isto, começando com a importância da música, se é que é importante, e em particular a música negra.

Mumia < Então, acho que a música negra tem uma importância vital. Quando pensa em nossos antepassados que chegaram principalmente de várias partes da África Ocidental, o que nos ajudou a suportar a noite escura da escravidão foi a música. Por que seria um crime tocar tambores? O que aprenderam os inteligentes observadores da gente africana foi que na África e em outras partes das Américas, era possível enviar mensagens sobre imensos espaços com os tambores. Assim se comunicaram e por isso o fizeram ilegal. O que fizemos é o que sempre fazemos. Usamos o que tínhamos para superar a situação e prevalecer. Os irmãos e irmãs em grilhetas bailaram. Seus pés descalços golpearam a terra. Bailaram. Cantaram. Deixa eu te dar um exemplo.

Michael > Sim, sim.

Mumia < Há vários anos li um livro autobiográfico escrito por uma das pessoas mais importantes das Américas. Chama-se “A Narrativa da Vida de Frederick Douglass”, publicado primeiro em 1845. Te dou uma breve citação.
Michael > Sim, por favor.

Mumia < É sobre o poder das canções que se conhecem como “as espirituais”, para que entenda. Diz: “Quando eu fui escravo não compreendi o significado profundo dessas canções rudes e aparentemente incoerentes, eu mesmo estava dentro do círculo, por isso não via, tampouco escutava o que alguém de fora poderia ver ou escutar. Contaram uma história de infortúnio que ia além de minha pobre compreensão. Os tons eram fortes, longos e profundos. Exaltaram as preces e queixas de almas que ferviam com a angústia mais amarga. Cada tom foi um testemunho contra a escravidão e uma oração a deus para libertá-los de suas correntes. Escutar essas notas selvagens sempre deprimia o meu espírito e me enchia de uma tristeza indescritível. Com frequência eu chorava ao escutá-las. Até agora a repetição dessas canções me aflige. E enquanto escrevo estas linhas uma expressão de sentimento me corre pelo rosto. Essas canções me levaram a minha primeira tênue percepção do caráter desumanizante da escravidão. Nunca posso me desfazer dela. Essas canções me perseguem para afiar meu ódio pela escravidão e avivar minha simpatia com meus irmãos e irmãs em grilhões”.

Este é Frederick Douglass quem nos dá um sentido da força que nossa gente conseguiu comunicar, do profundo sentimento que transmitiram em nossas “espirituais”, as quais eram nossa primeira forma de música nas Américas. Devido ao fato desta ser a nossa única maneira de se expressar, houve uma explosão, geração após geração de gente negra se expressando através da música. Este era o espaço onde dizíamos: somos seres humanos, exigimos liberdade e isto é o que sentimos. Era uma maneira de nos comunicarmos não só entre nós, senão com todo o mundo. E agora, que música negra não é mundial? O rap se escuta em cada canto do planeta. A música pode ser uma ferramenta revolucionária se usada corretamente.

Michael > Bem dito, Mumia, e me agrada que ao princípio de seu comentário deixou claro que estava citando a narrativa de vida de Frederick Douglass escrita em 1845. Se você não tivesse esclarecido, eu poderia ter pensado que se referia a John Coltrane em 1965.

Mumia < (risos) Soa assim, sério?

Michael > Absolutamente. É muito poderoso. Antes que se acabe o tempo Mumia, gostaria de escutar seu ponto de vista sobre o rap, sobre o hip hop. Tenho lido seus escritos sobre muitos artistas. O que diz agora? Eu dou aulas sobre hip hop e me parece que muitas pessoas que tem mais de 40 anos o desaprovam. Dizem que é destrutivo, que é negativo, que não tem nada a ver com os velhos tempos, com a idade dourada do hip hop. Que acha disso tudo?

Mumia < Se me permite, tenho duas respostas. Uma é de memória e outra é uma nota que escrevi em preparação para momentos como este.

Quando Miles, o grande Miles Davis ainda vivia e estava tocando todo tipo de música, algumas pessoas o criticavam por suas mudanças, suas adaptações, suas criações. E Miles, sendo Miles, disse “Só há dois tipos de música – boa e ruim”. Pois bem, existem dois tipos de rap, bom e ruim. A música que te prende obviamente é a boa. A que não te alcança é ruim para você. Mas eu entendo que não se componha para pessoas de sua idade ou para minha idade. Compõe-se para gente mais jovem.

Michael > Sim, sim.

Mumia < Tenho outra citação. Do livro de Jay-Z, “Decoded” (Decifrado). Esta citação me impressionou porque penso que nos diz muito: “Penso que nós, os rappers, os DJs, os produtores fomos capazes de contrabandear algo da magia daquela civilização moribunda em nossa música e usá-la para construir um novo mundo. Éramos meninos sem pais. Por isso encontramos nossos pais na cera, nas ruas e na história. Em certo sentido, isto é um presente. Podemos escolher os antepassados que haviam inspirado o mundo que íamos criar para nós mesmos. Era parte do espírito e valores dos tempos e do lugar e se incorporou na cultura que nós criamos. Já se tinham partido nossos pais. Normalmente, se recuperaram. Mas tomamos seus velhos discos e os usamos para construir algo fresco”.

Isto é poderoso em muitos níveis.

Michael > Sim, é sim. Nunca imaginei que chegaria o dia quando estaria citando Mumia e Jay-Z ao mesmo tempo, mas é exatamente o que vou fazer. Mumia, você mencionou que há bom rap e mal rap. Qual sua posição sobre a chamada vulgaridade, a profanidade que vem até dos chamados rappers conscientes ou progressistas? Vê isso como algo desfavorável, algo negativo?

Mumia < Bem, eu não sou doutrinário sobre isso, por haver estado perto do pessoal do MOVE durante tantos anos, me acostumei a escuta-los usar o que se chama de “profanidade”. Mas eles dizem que não há nada mais profano que uma bomba, uma bomba atômica ou uma bomba de hidrogênio. Há gente que as constrói e as utiliza e isto não é entendido como uma profanidade. Por outro lado, se escuta uma palavra, te tiram uma onda. Eles queriam dizer que as palavras seguramente tem seu poder, mas os governos e estados tem outro tipo de poder e usam sua lei, seus exércitos, seus policiais e tudo para impor um tipo de obscenidade às pessoas diariamente. E suas ações não se entendem como obscenidade. A mim não me molestam as palavras porque todos as usamos. A questão é para quê.

Michael > Falando das palavras, sei que as usa para falar dos grandes músicos que você como jornalista entrevistou, entre eles Bob Marley. Conte-nos sobre isto.

Mumia < Uau! Em que ano foi?  1980, creio. Ele havia chegado a Filadélfia e se encontrava em um hotel na cidade. Falei com seu agente e consegui uma entrevista. Fui ao hotel com uns irmãos e, como te direi? Compartimos o sagrado sacramento.

Michael > (risos) Ah sim, a comunhão, como não.

Mumia < Tremendo. Poderoso. (risos) Bob Marley era uma alma realmente linda. Uma alma amorosa negra. Uma alma amorosa do mundo. Fizemos uma entrevista de mais ou menos vinte minutos.

Michael > Sim, te escutamos.

Mumia < Ele falava de como quisera que o povo negro neste país conhecesse ao movimento rastafári e escutasse ao reggae, que usasse dreadlocs e pensasse na África, coisas assim. Doía-lhe que poucas pessoas negras neste país assistissem a seus shows ou escutassem sua música ou a de outros artistas do reggae. E isto era certo naquele momento. Não acredito que seja agora. Mas sim o doía. Na verdade fizemos uma entrevista maravilhosa, muito bonita. Foi algo do mais memorável na minha vida, conhecer um dos meus heróis musicais, Bob Marley.

Michael > E falando de entrevistas maravilhosas, esta está para terminar. Conte pra gente nos últimos quarenta segundos, quem são alguns dos seus favoritos MCs e artistas de hip hop. Seguramente Public Enemy, Dead Prez, The Coup, Immortal Technique.

Mumia < Eu gosto dos irmãos que dizem muita verdade e colocam muita alma, muito espírito em sua música. KRS é lendário. Existem muitos irmãos talentosos e irmãs também.

Michael > Immortal Technique. Que acha?

Mumia < Immortal Tech. Um monstro.

Tradução > Caróu

Notícia relacionada:

http://noticiasanarquistas.noblogs.org/post/2013/07/28/eua-a-entrevista-de-mumia-abu-jamal-que-tentaram-esconder/  

agência de notícias anarquistas-ana

No final da tarde
compridas sombras no muro.
E o som dos teus passos…

Regina Carvalho
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[Grécia] Forças de segurança desalojam 3 espaços okupados em Patras

ago13
por cordellibertario em 13 \13\-03:00 agosto \13\-03:00 2013 no 12:31
Postado em: Notícias Libertárias


Hoje, 5 de agosto, por volta das 7 horas da manhã, a polícia grega invadiu 3 okupas na cidade de Patras. Trata-se, especificamente, do espaço okupado Parartima, da okupa Maragopoulio e do Espaço Autogestionado nas instalações do Instituto Tecnológico Educacional (TEI). As forças de segurança confiscaram equipamentos e materiais das 3 okupas e emparedaram as entradas dos edifícios.

Durante a repressão, 16 compas foram detidos, 5 que resistiram ao ataque desde o telhado da okupa Maragopoulio e 11 solidários que tentavam se aproximar dos fatos, enquanto se desenrolava o despejo.

Por volta das 14 horas (horário local), foi anunciado que as autoridades haviam liberado os 11 solidários, enquanto que os outros 5 ainda permaneciam detidos  na delegacia. Ao mesmo tempo, acontecia uma concentração solidária e contrainformativa na praça Olgas.

Fotos:

https://athens.indymedia.org/front.php3?lang=el&article_id=1484956

agência de notícias anarquistas-ana

chuva na praia
o céu beija o mar
– gaivota espera

Zezé Pina
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[EUA] Chamado para artistas: Exibição de Arte da Feira do Livro Anarquista de Nova Orleans

ago13
por cordellibertario em 13 \13\-03:00 agosto \13\-03:00 2013 no 12:30
Postado em: Notícias Libertárias


Comunicado:

Você é um incrível artista antiautoritário? Seus trabalhos são à base de texto ou arte em livros? Caso a resposta seja sim, queremos mostrar seu trabalho na Feira do Livro Anarquista de Nova Orleans. Textos ou livros são encorajados para envio, mas não há limitação de categorias. Por favor, envie-nos a arte que você sente que deve constar na nossa exposição.

Limitado a 3 assinaturas de trabalho por artista.

Favor enviar e-mail para abookfair.artexhibit@gmail.com. Favor incluir também imagens da obra, dimensão e preço (se está a venda).

Se a obra for vendida, serão coletados 10% de comissão. Os fundos arrecadados irão para Books 2 Prisoners (Livros para Prisioneiros).

Em função do espaço limitado de exibição, as obras serão selecionadas dentre as enviadas. Se sua obra for selecionada, deve estar pronta para exposição (se necessário, emoldurada). Se existem critérios para pendurar/expor sua obra, por favor, inclua uma descrição no e-mail de requisição.

Datas importantes:

Feira do Livro/Exposição de Arte ocorrerá nos dias 18, 19 e 20 de outubro.

Abertura da Exposição: sexta-feira, 18 de outubro.

Limite de registro de obras: 19 de agosto.

Notificação das obras selecionadas: primeira semana de setembro.

Prazo de chegada das obras: quarta-feira, 16 de outubro.

Data de coleta: domingo, 20 de outubro.

Mais infos:

http://www.nolaanarchistbookfair.org/

Tradução > Malobeo
agência de notícias anarquistas-ana

Ninho de colibri,
no cantinho da varanda,
no vaso de avenca.
Angela Togeiro Ferreira
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[Espanha] III Encontro Veganqueer ocorre nos próximos dias em Soria

ago13
por cordellibertario em 13 \13\-03:00 agosto \13\-03:00 2013 no 12:29
Postado em: Notícias Libertárias


[Parte para a terceira edição o Encontro Veganquerr. O evento ocorrerá na Coletividade Anarquista de Manzanares, em Soria, entre os dias 7 e 14 de agosto, com ampla programação. Confira a seguir a chamada do Encontro.]

Comunicado:

Os convidamos para participar do III Encontro Veganqueer, que acontecerá de 7 a 14 de agosto.

A organização do Encontro ficará à cargo de quem puder ajudar, para torná-lo mais horizontal possível, evitando papéis incômodos e desnecessários e tratando de dividir assim o compromisso entre todas. O lugar escolhido é a Coletividade Anarquista de Manzanares, situada na cidade de Soria e que já tem duas décadas de existência. A comida será toda vegana e com opção crudivegana, sem açúcar e sem trigo. Toda a comida que o público trouxer será coletivizada e irá ser gestionada pelos grupos de cozinha que forem se criando a cada dia nas assembleias de gestão, que se darão cada manhã para criar grupos de trabalho (reabilitação de uma casa, criação de um banheiro seco, grupo de cozinha, horta, forno solar, composteira e os que forem surgindo).

Algumas atividades já estão previstas: excursões nudistas, roda de conversa-debate sobre adultocracia, oficinas contra a monogamia, roda de conversa-debate sobre maternidade cativante, apresentação do fanzine “Espaços Perigosos”… outras oficinas serão propostas nas assembleias diárias, por isso caso queira dar alguma oficina, bate-papo, debate… pense e antecipe os materiais que possa necessitar para realizar e propondo em assembleia. Traga barraca e saco de dormir, uma garrafa de água, e alguma garrafa, copo e talheres, já que não teremos para todas melhor que cada um traga o seu. Pedimos que não tragam animais por favor, a não ser que seja imprescindível devido a uma dependência vital do animal.

O Encontro não utilizará dinheiro e gostaríamos que não tivesse drogas, as fumantes entendemos que não podem deixar de fumar, mas o resto das drogas se pode prescindir delas. Não haverá eletricidade, portanto os celulares ficarão melhores desligados ou que se usem em casos de necessidade real.

Teremos chuva de estrelas cadentes e a região é um dos melhores espaços da península para a astronomia, assim, te animamos a trazer um telescópio se o tiver. Passaremos uma semana em coletividade e sem propriedade privada, nem nenhum tipo de discriminação ou autoridade. Esperamos você; para confirmar assistência escreva um e-mail dizendo o número de assistentes e se algum tem qualquer dieta especial para o e-mail: veganqueermanzanares@riseup.net.

Tradução > Tio TAZ

agência de notícias anarquistas-ana

O OCASO

No rio profundo,
o sol parece outro sol
a emergir do fundo.

Abel Pereira
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[Chile] Santiago: Detida e processada Io Giuria, companheira encapuzada filmada lançando um coquetel molotov

ago13
por cordellibertario em 13 \13\-03:00 agosto \13\-03:00 2013 no 12:28
Postado em: Notícias Libertárias


Em 13 de junho de 2013, em meio a um protesto estudantil, Io Javiera Giuria foi filmada encapuzada, atirando um coquetel molotov contra um esquadrão de forças especiais da polícia chilena, e gravada por equipes de inteligência ao trocar de roupa. Posteriormente foi detida apenas por desordem. Ao analisar as filmagens, a polícia identificou e conseguiu emitir um mandado de prisão contra ela.

Após permanecer um mês e uma semana foragida da justiça, a companheira é presa pela polícia. O pessoal da OS-9 haveria seguido pelo Facebook, onde acessou uma foto de Io em que alguns edifícios podiam ser vistos pela janela.

A polícia cruzou alguns dados e reconheceu o lugar, ficando estacionada do lado de fora do prédio por volta de 72 horas até observar a companheira na varanda, confirmando assim sua presença e, posteriormente, é presa em 19 de julho de 2013.

A companheira é levada ao centro de (in)justiça onde a promotora Marcela Adasme formaliza a detenção por posse de dispositivo incendiário e desordem pública. O Sétimo Tribunal de Segurança considerou que havia risco de fuga, depois de passar um mês foragida. Como uma alternativa para a prisão preventiva, o juiz estipulou uma fiança imediata de 500 mil pesos.

Esta particular e incomum medida, imediatamente conseguiu ser contornada [pagamento da fiança] por diferentes familiares, amigos e companheiros solidários, que foram ao tribunal garantindo assim que a companheira não fosse para a prisão.

Por fim, a companheira conseguiu sair à rua, com um prazo de 90 dias de investigação. A intendência apelou da resolução, buscando aprisionar Io.

Solidariedade à Io Javiera Giuria!

Em defesa dos presos e processados pela luta urbana!

agência de notícias anarquistas-ana

árvores dançando
desvairadas na janela:
temporal

Ademir Antonio Bacca
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[Polônia] Polícia desaloja brutalmente okupa em Cracóvia

ago13
por cordellibertario em 13 \13\-03:00 agosto \13\-03:00 2013 no 12:28
Postado em: Notícias Libertárias


[Há poucos dias, a polícia polonesa desalojou com violência uma recém-okupação anarquista no centro da cidade de Cracóvia. Abaixo, um comunicado que os okupantes divulgaram após o despejo e o emparedamento do edifício.]

Comunicado:

A Okupa “Gromada” foi criada no centro de Cracóvia, perto da estação ferroviária principal, no distrito, o que é particularmente atraente para desenvolver atividades. Por muitos anos o prédio esteve vazio, então sua condição está ficando cada vez pior. No dia 12 de julho um grupo de ativistas em Cracóvia anunciou a abertura oficial de um centro sociocultural neste edifício. O evento foi acompanhado com os Ritmos de Cracóvia de Resistência [grupo de batucada que usa ritmos afro-brasileiros para apoiar-animar manifestações]. Os ativistas também organizaram um piquenique para os vizinhos.

Os okupantes conseguiram manter o prédio por 6 dias. Todos os dias brotavam na porta da okupa hordas de policiais. No dia 13 de julho, por volta das 5 horas da madrugada, uma patrulha da polícia dirigiu-se ao edifício. Os policiais queriam falar com os moradores. Dois ativistas, que estavam do lado de fora do edifício, foram atacados quando tentavam filmar a intervenção. Policiais os algemaram e levaram a dupla para a delegacia, onde foram insultados, intimidados e agredidos pelos policiais. O caso foi para o Ministério Público.

Na tarde do dia 19 de julho, o Centro Social “Gromada” foi expulso pelo representante dos coproprietários, que não têm direitos legais para fazê-lo. O representante foi ajudado pela polícia. Trabalhadores contratados demoliram janelas e portas, e então emparedaram o centro. O despejo durou cerca de quatro horas.

Os okupantes planejam recorrer aos tribunais para a defesa de seu estatuto de propriedade e direitos de arrendamento. Construído na rua Worcella nº 8, este é mais um exemplo de política antisocial das autoridades de Cracóvia. Enquanto muitas pessoas são afetadas por despejos e desabrigadas, um grande número de edifícios são deixados vazios e usados como forma de especulação imobiliária, para empreiteiras e investidores gananciosos.

A Luta continua!

Recuperar a Cracóvia!

Mais infos sobre o Centro Social “Gromada”, fotos, e notícias de piquetes de solidariedade com a okupa, clique aqui:

https://squatkrakow.wordpress.com/

Tradução > Caróu

agência de notícias anarquistas-ana

Cochicho de folhas.
Varre o vento na calçada
secas lembranças.

Anibal Beça

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[Alemanha] Havelberg: fogo na caserna militar!

ago13
por cordellibertario em 13 \13\-03:00 agosto \13\-03:00 2013 no 12:27
Postado em: Notícias Libertárias


Um grande incêndio, provocado por explosivos colocados em veículos do exército, devastou na noite de sexta (26) para sábado (27 de julho) uma caserna militar em Havelberg de Saxe-Anhalt, no nordeste da Alemanha.

O incêndio que se desencadeou por volta das 2 horas da madrugada não fez vítimas, mas danificou ferozmente “ao menos 16 veículos militares”. O fogo foi controlado após mais de duas horas de trabalho de várias guarnições dos bombeiros.

O montante dos danos causado pelo incêndio calcula-se em milhões de euros. Até o momento nenhum grupo assumiu a autoria do ataque, mas “pode ter vindo de grupos radicais”, segundo a imprensa local.

Tradução > Tio TAZ

Notícia relacionada:

http://noticiasanarquistas.noblogs.org/post/2013/06/27/alemanha-veiculos-da-deutsche-telekom-e-siemens-sao-atacados-em-bremen/

agência de notícias anarquistas-ana

O vento, o galho
balança e longe lança
a gota de orvalho.

Sérgio de Mesquita
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[Chile] O companheiro Hans Niemeyer foi condenado a 5 anos de prisão

ago13
por cordellibertario em 13 \13\-03:00 agosto \13\-03:00 2013 no 12:25
Postado em: Notícias Libertárias


No último dia 12 de julho, o companheiro Hans Niemeyer foi condenado a 5 anos de prisão por “porte de artefato explosivo”, nos termos da Lei de Controle de Armas e Explosivos, e a 10 meses de prisão pelo delito de “danos”, tudo isto enquadrado num ataque incendiário [detonação de um artefato explosivo de tipo artesanal] ao Banco BCI em novembro de 2011. Descontando-se o tempo que já está preso, a pena total seria de 4 anos e 6 meses aproximadamente.

O Poder Judiciário, apesar de rejeitar a aplicação da Lei Antiterrorista neste caso, não quis perder a oportunidade para encarcerar os que se opõem e questionam a ordem dominante, seja nos termos da lei que for… Os juízes não puderam evitar a tentação de cobrar revanche pela clandestinidade do companheiro e por sua atitude na hora de enfrentar o processo.

Durante a audiência, quando o grupo TAR (Traslado de Alto Risco) dos carcereiros levava o companheiro, houveram gritos de apoio como “Força Hans! Abaixo o Estado policial! Vamos, Hans, força! Aguenta irmão!”, ao que o companheiro respondeu com uma saudação. Entretanto, do lado de fora do Centro de Justiça se realizou um comício em solidariedade com o companheiro, distribuição de panfletos e exibição de cartazes.

Atualmente o companheiro Hans se encontra no Módulo de Segurança Máxima da Prisão de Alta Segurança. Desconhecemos se será transferido ou se haverá alguma mudança em sua situação carcerária. Como sempre a chamada é para estarmos atentos.

A defesa comentou que apelará da sentença, enquanto que a promotoria também estudará se irá ou não apelar, buscando a aplicação da Lei Antiterrorista.

Força indômita para Hans e sua família!

Para que nenhum revolucionário esteja só, nem agora nem nunca: Solidariedade ativa!

Tradução > Sol de Abril

agência de notícias anarquistas-ana

A lua, cansada,
adormeceu por instantes
no leito do rio.

Humberto del Maestro
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[Suécia] Carta para Ações em Kallak Gállok, em Sapmi

ago13
por cordellibertario em 13 \13\-03:00 agosto \13\-03:00 2013 no 12:25
Postado em: Notícias Libertárias


Neste momento está ocorrendo uma batalha contra a mineração em Sapmi, norte da Suécia. Levantamos barricadas na estrada que leva até o local onde a mineradora Beowulf (Beowulf Mining Plc.) quer realizar minas de teste. Esta é a terra do povo Sami, roubada pelo Estado sueco e colonizada tempos atrás. Nós nos levantamos em solidariedade às culturas indígenas e lutamos contra a mega-máquina da mineração. A polícia sueca está agora no local removendo obstáculos para ajudar a corporação mineradora a prosseguir. Pelo menos 6 pessoas já foram presas, mas os protestos continuam. Por cinco dias a polícia está na missão de ajudar esta empresa perversa, e por isso precisamos agora de pessoas para ajudar.

Esta é uma batalha estratégica; se a resistência à mina for forte o suficiente, a Beowulf não será capaz de vender a sede da mineração para outra corporação (é o que planejam). Tem um raio de segurança de 150 metros das minas de teste; se as pessoas estiverem no interior deste raio, a corporação não pode detonar os explosivos. Quão longe esta mineradora está pronta pra ir? Estão prontos para explodir pessoas para conseguir seu minério? Não sabemos, mas estamos prontos para morrer para barrá-los. Protestos de solidariedade, novos guerreiros, preces, ações e qualquer coisa que você pode imaginar para ajudar será bem-vindo!

Para que tudo seja Selvagem e Livre!

Mais infos:

http://www.kolonierna.se

Tradução > Malobeo

agência de notícias anarquistas-ana

Bambu furado
Vento quente e úmido
Soprando flauta

Paulo Munhoz
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[Espanha] Novo curta-documentário: O cinema libertário, a revolução na sétima arte

ago13
por cordellibertario em 13 \13\-03:00 agosto \13\-03:00 2013 no 12:24
Postado em: Notícias Libertárias


Filme editado pelas estudantes da Universidade de Murcia María Pérez, Ana Mendoza e Lucia Rodriguez, dirigido por Leny Sánchez, companheira da CNT de Cartagena, e produzido por Jorge López. Conta com a colaboração do Sindicato de Ofícios Vários da CNT de Cartagena.

O documentário faz uma introdução a este tema tão denso e exemplar, ignorado pela história cinematográfica nacional e internacional.

Entre os títulos dos filmes produzidos durante este período são: o musical “Nosotros somos así” (“Somos assim”), o filme neorrealista de Armand Guerra “Carne de Fieras” (“Carne de Feras”), o cinema social como “Aurora de Esperanza” (“Aurora de Esperança”), a comédia “Nuestro Culpable” (“Nosso Culpado”) ou o longa-metragem tão alcançado e visto nos cinemas de Cartagena da época, “Barrios Bajos” (“Bairros Pobres”), que pode levar-nos a ver como eram estes bairros naquela época, trazendo-nos até os bairros de Cartagena como El Molinete ou os de Barcelona, como Las Ramblas ou Raval.

Para ver o curta, clique aqui:

http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=KOWJjUhGl-k
agência de notícias anarquistas-ana

O trem vai sumindo
entre túneis e montanhas.
Ouço os tucanos.

Sérgio Francisco Pichorim
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[Grécia] Patras: confronto entre antifascistas e fascistas da Aurora Dourada; polícia detém 25 antifascistas em retaliação

ago13
por cordellibertario em 13 \13\-03:00 agosto \13\-03:00 2013 no 12:23
Postado em: Notícias Libertárias


Em Patras, na tarde do dia 24 de julho, membros locais da Aurora Dourada haviam programado um encontro e tentaram se reunir na praça que fica ao lado do Estádio do Panahaiki (um time de futebol local). Antes da reunião, aproximadamente 50 antifascistas foram barrados pela polícia antidistúrbios que vigiava a praça em nome dos nazistas da Aurora Dourada.

Mais tarde, por volta das 23 horas, um carro com membros da Aurora Dourada passou pela praça Olgas, um local popularmente conhecido do rolê anarquista/antifascista. O carro foi rapidamente atacado pelos antifascistas, e membros do esquadrão da polícia motorizada DELTA os atacou em represália.

Aproximadamente 25 antifascistas foram presos pela polícia e alguns foram subsequentemente torturados na delegacia. Pelo menos dois antifascistas que foram seriamente feridos tiveram seu pedido de atendimento médico rejeitado por horas.

Por volta das 02h40, todos os 25 antifascistas foram finalmente liberados.

Tradução > Malobeo

Notícia relacionada:

http://noticiasanarquistas.noblogs.org/post/2013/07/29/grecia-segunda-passeata-antifascista-de-motos-em-preveza/
agência de notícias anarquistas-ana

Junto ao meu ouvido
o mar fala comigo
no sussurro da concha.

Jack Rubens

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[Rússia] Apoio para Irina Lipskaya, anarquista e antifascista presa em Moscou

ago13
por cordellibertario em 13 \13\-03:00 agosto \13\-03:00 2013 no 12:21
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7 de junho de 2013, a prisão de Irina Lipskaya foi prolongada até o dia 2 de outubro. Ela foi presa no dia 2 de julho de 2012, portanto, agora Irina já passou mais de um ano na prisão sem julgamento! O aprisionamento de Irina foi prolongado em função de declarações duvidosas de suas alegadas “vítimas” que ainda não haveriam tido contato com os resultados da investigação.

Irina é acusada de participar de um assalto armado contra um concerto nazista em um clube de Moscou chamado “Barrikada” no dia em que foi presa. Ela foi acusada de três crimes, incluindo “vandalismo, cometido por um grupo com intenção preliminar” e “envolver menores em crime de ódio”, visto que uma das pessoas presas tinha 17 anos de idade no momento da prisão.

Irina foi presa alguns dias após concluir sua graduação em Jornalismo na Universidade do Estado de Moscou (em anexo uma imagem dela durante a sua diplomação). Ela precisa de cuidados médicos para sua mão, pois foi esfaqueada por nazistas durante uma briga no dia 1º de Maio de 2011, mas em detenção preventiva ela não pode receber assistência médica apropriada.

Durante a sessão do Tribunal sobre a detenção preventiva no último dia 27 de junho, Irina foi forte e mostrou que o sistema não irá esmagá-la. Ela também não precisa de ajuda material. Porém, apoio moral é necessário, um ano inteiro de prisão preventiva é difícil para qualquer um e durante a investigação ela já foi traída por antigos camaradas.

Você pode escrever para Irina no seguinte endereço:

Irina Antonovna Lipskaya, k. 308
SIZO-6 “Pechatniki”
Ul. Shosseynaya 92
109383 Moscou – Rússia

Mas lembre-se que cartas em inglês são raramente aceitas nas prisões russas, então se você não tiver como escrever em russo (por exemplo, utilizando frases simples e traduzindo-as através do programa de tradução do google) apenas mande fotos e cartões postais.

Tradução > Malobeo

agência de notícias anarquistas-ana

girassol
a luz da manhã
a menina dos olhos dança

Fred Maia

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[França] “Semana Pela Libertação Animal” em Notre Dame des Landes

ago13
por cordellibertario em 13 \13\-03:00 agosto \13\-03:00 2013 no 12:21
Postado em: Notícias Libertárias

[Entre os dias 5 e 11 de agosto, acontece a “Semana Pela Libertação Animal“, na ZAD, em Notre Dame des Landes. Na programação do evento, encontros, conversas, debates, oficinas, concertos…]

Apresentação:

Em toda parte do mundo e a cada dia, milhões de animais não humanos de todas as espécies sofrem e morrem para satisfazer as necessidades da humanidade. Isso é o que chamamos de exploração animal.

O capitalismo moderno já está bem compreendido – ele que foca nessa exploração – assim como os sofrimentos que ele engendra a um nível jamais alcançado, através da produção de carne, leite, ovos, couro e mel, experimentação em animais de laboratório, ou o aniquilamento puro e simples de ecossistemas e de seres que aí vivem. Todas essas práticas têm por meta aumentar os lucros das classes dirigentes, permitindo manter em atividade o modo de vida de uma grande parte da população mundial, particularmente nos países ricos, que dependem dos produtos animais.

E é raramente, mesmo no cerne dos movimentos anarquistas e anticapitalistas, que a questão da opressão sobre os animais é abordada. Nós, grupo de indivíduos anticapitalistas e antiautoritários, estamos convencidos de que a emancipação dos humanos não faz sentido se não acompanhar a emancipação de todos os seres vivos. Nós não pensamos que os animais não humanos nos são inferiores, nem que é legitimo os fazer sofrer, por qualquer razão que for. Da mesma maneira que nós lutamos no cotidiano tentando acabar com o sistema de dominação capitalista, sexista, racista e outros, nós queremos lutar para dar uma chance aos animais de viver sem assassínio, doença nem tortura.

Não pensamos que a solução seja a reforma do sistema de exploração animal para torná-lo suportável. Não reclamamos jaulas maiores para as galinhas, mas a supressão das jaulas e das indústrias que as usam. A libertação animal é, aos nossos olhos, uma necessidade ética que nenhum interesse pecuário colocará em prática. De qualquer maneira, não temos as soluções prontas: o veganismo a nível individual, o fato de não consumir nenhum produto de exploração animal, não é claramente em si uma solução para o problema global.

Muitos de nós vivemos e lutamos na ZAD [Zona de Desenvolvimento Reduzido, dito doutro modo Zona a eliminar], lugar de luta contra um aeroporto, mas também contra o mundo capitalista que ele engendra. Aqui, milhões de animais são ameaçados pela concretagem, mas nesse momento já existem milhões de cabeças de gado que vivem aqui doentes, condenados à morte quando estiverem próximos da maturidade. Muitas pessoas que participam dessa exploração são, portanto, habitantes que lutam aqui mesmo contra o mesmo inimigo que nós, alguns há muito mais tempo. Tudo que renda luta contra a exploração animal é ainda mais atual aqui do que em outras partes, mas igualmente difícil de manejar no meio de um movimento que recusa essa ser uma dominação a destruir. Pensamos por isso que aqui há muito por construir nesse aspecto, na luta que parece ter aberto uma brecha na França sobre a questão animal e da natureza.

Por isso, convidamos à ZAD, de 5 à 11 de agosto, todas as pessoas interessadas na questão animal e que se reconheçam nos princípios antiautoritários. Amaremos fazer dessa semana um espaço de encontro de pessoas envolvidas ou desejosas de se envolver com as bases radicais de luta pelos animais, mesmo que num espaço de debates sobre a exploração animal em geral e no seio das lutas sociais, na ZAD e em outros lugares.

Mais infos e a programação:

http://antispezad.noblogs.org/

Tradução > Tio TAZ

Notícia relacionada:

http://noticiasanarquistas.noblogs.org/post/2011/05/08/franca-manif-ocupacao-contra-o-aeroporto-e-o-seu-mundo/
agência de notícias anarquistas-ana

A fogueira branca
dos vagalumes parece
um baile de estrelas.

Oldegar Franco Vieira
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[Grécia] Ataque fascista contra casa de imigrantes em Tavros

ago13
por cordellibertario em 13 \13\-03:00 agosto \13\-03:00 2013 no 12:20
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“Ataque fascista contra uma casa de imigrantes em Tavros pelos brutamontes da Aurora Dourada”, é o que descreve o movimento “Unidos Contra o Racismo e a Ameaça Fascista” (KEERFA).

O comunicado relata:

“O ataque ocorreu sexta-feira a noite, quando 6 fascistas invadiram uma casa de imigrantes quebrando a janela. Em um primeiro momento, fingiram ser policiais e exigiram “papéis” (documentação), mas quando os imigrantes pediram por um carro de patrulha policial para dar assistência, os fascistas começaram a cometer uma série de abusos e espancamento contra eles, dizendo fazer parte da Aurora Dourada.

Após o espancamento, roubaram papelada relativa à trabalho, pequenos objetos eletrônicos e uma pequena quantia em dinheiro. Tudo isso, com os vizinhos pasmos observando. Quando os imigrantes reconheceram dois dos agressores, então resolveram fugir.

Chamamos aos coletivos, sindicatos e atores locais para denunciar este crime racista contra trabalhadores imigrantes.

Nós denunciamos os atos racistas dos brutamontes e assassinos da Aurora Dourada que tentam aterrorizar o movimento dos trabalhadores. KEERFA, em conjunto com o bairro, irá responder com mobilização coletiva para que possamos isolar as táticas homicidas dos grupos fascistas.”

Tradução > Malobeo

Notícias relacionadas:

http://noticiasanarquistas.noblogs.org/post/category/antifascismo/
agência de notícias anarquistas-ana

Girando em cores
Sobe a bolha de sabão
– Gritos também sobem.

Mary Leiko Fukai Terada
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[Uruguai] 2ª Feira do Livro Anarquista acontece neste final de semana em Montevidéu

ago13
por cordellibertario em 13 \13\-03:00 agosto \13\-03:00 2013 no 12:19
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[A segunda edição da Feira do Livro Anarquista estará acontecendo no próximo final de semana, 3 e 4 de agosto, no Centro Social “La Solidaria”, em Montevidéu. Além das banquinhas de livros, a programação do evento contará com palestras, encontros, música, almoço… Em anexo segue o programa completo da Feira do Livro.]

Apresentação:

A Feira do Livro Anarquista é outro espaço de fortalecimento, mas não qualquer espaço de fortalecimento.

As práticas anárquicas – o viver livre, em reciprocidade, solidariedade, com o apoio mútuo e compreensão – estão apenas na prática.

Praticar, enfatizar, pensar o livre é fazê-lo. E é para fazê-lo aqui e agora, para projetar à frente que a feira do livro existe.

Acontecem em dois dias, várias palestras e debates relacionados a conflitos sociais atuais e passados. Para quê? Para impulsionar a luta atual contra o capital, o Estado e toda autoridade.

Assim, então, um olhar crítico sobre as diversas insurreições que se iniciaram a nível mundial, as passadas, presentes e as por virem. Haverá também palestras, memórias para lutar, a partir de diferentes conflitos sociais no território e várias tentativas de refletir sobre alguns dos conceitos-chaves que precisamos para transformar o mundo do domínio.

Além disso, durante os dias da feira haverá diversos encontros para reunir os distintos projetos que acontecem para o fazer livre e autônomo.

A feira contará com bancas de livros, materiais antiautoritários e espaços de reunião.

Com estas palavras, convidamos a todas as pessoas livres, antiautoritárias, rebeldes, refratárias e com boas intenções para participar e compartilhar estes dois dias de um espaço destinado a uma vida mais plena, onde cada indivíduo pode desenvolver-se ao máximo.

Na feira anarquista, como de costume nos espaços livres, não haverá lugar para qualquer expressão de poder, nenhuma expressão autoritária. Em vez disso, se buscará fortalecer a mentalidade, a solidariedade, o desejo de aprender-ensinar a viver em liberdade.

A anarquia não só é possível, é inevitável.

http://feriaanarquistamvd.wordpress.com/

Notícia relacionada:

http://noticiasanarquistas.noblogs.org/post/2013/06/25/uruguai-campanha-contra-a-desocupacao-do-espaco-autogestionado-la-solidaria/
agência de notícias anarquistas-ana

A chuva caindo
é cantiga de ninar
nas telhas de barro.
Fausto Rodrigues Valle
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[Grécia] Segunda passeata antifascista de motos em Preveza

ago13
por cordellibertario em 13 \13\-03:00 agosto \13\-03:00 2013 no 12:18
Postado em: Notícias Libertárias

Em 26 de julho, sexta-feira, foi realizada no município de Preveza (noroeste da Grécia) a segunda passeata antifascista motorizada organizada pela Assembleia Antifascista da cidade. Mais de 40 pessoas (a cidade tem pouco mais de 20.000 habitantes) em motos desfilaram pelas ruas da municipalidade, percorrendo vários bairros do centro da mesma. A passeata passou por um local fascista e pela Delegacia da cidade.

A passeata foi particularmente combativa. Durante a manifestação foram gritados vários slogans antifascistas, anarquistas e esquerdistas. Além disso, a segurança do ato foi muito eficaz. A polícia só apareceu uma vez, acompanhando a passeata por um momento.

A atitude e as reações das pessoas da cidade foram, em linhas gerais, positivas. Muitas pessoas aplaudiram os manifestantes, enquanto outras levantavam o punho quando a passeata passava em frente de suas casas ou no local onde estavam no momento. Os organizadores da passeata antifascista motorizada advertiram sem falsas ilusões de que nem todas essas pessoas são antifascistas, no entanto, foi dada uma resposta ao fascismo e os seus amos, os capitalistas.

Nos folhetos em uma das fotos em anexo, diz: “Nossos avós refugiados, nossos pais imigrantes, nós fascistas?” e “Nem em Preveza ou em qualquer outro lugar. A esmagar os fascistas em todos os bairros”.

Fotos:

https://athens.indymedia.org/front.php3?lang=el&article_id=1483778  

agência de notícias anarquistas-ana

urubus desenham
no teto cinza da tarde
lentas espirais

Zemaria Pinto
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[Canadá] 8ª Feira do Livro Anarquista de Victoria e Festival da Anarquia

ago13
por cordellibertario em 13 \13\-03:00 agosto \13\-03:00 2013 no 12:17
Postado em: Notícias Libertárias

[A seguir, chamada para participar da oitava edição da Feira do Livro Anarquista de Victoria, que será realizada nos dias 14 e 15 de setembro; e do Festival da Anarquia, que acontece de 5 a 14 de setembro, também nesta cidade canadense.]

Estamos contentes em anunciar a oitava e anual Feira do Livro Anarquista de Victoria, que irá ocorrer em Território Indígena Coast Salish em Victoria, Columbia Britânica. A Feira do Livro é para anarquistas e não anarquistas, com participantes de toda a América do Norte e além. A programação inclui mesas de livros e informações, oficinas, leituras, filmes, apresentações, e muito mais!

A Feira do Livro sempre inclui oficinas relativas a uma ampla variedade de assuntos. Procuramos introduzir o anarquismo ao público, promover diálogo entre diversas tradições políticas, e criar espaços radicais, inclusivos e antiopressão. Participantes de diferentes ideias, práticas e tradições são bem-vindos.

Nossa temática este ano é Eco-Defesa. Nosso objetivo é destacar diversos problemas ambientais e os movimentos de resistência que se formaram contra eles. Da derrubada de árvores antigas até desenvolvimento petrolífero e mineração, iremos analisar a extração de recursos de uma perspectiva anticapitalista e anticolonial. Iremos explorar como os indígenas e as populações colonizadoras podem dividir responsabilidades pelos desafios iminentes. Objetivamos também ir além da crítica e projetar caminhos criativos na direção de curar o planeta.

Enquanto membros do coletivo Anarchy 101, requisitamos a presença de historiadores do anarquismo e teorias radicais associadas. Também visamos providenciar uma mistura de oficinas que mostram a largura das questões e a diversidade de opiniões dentro do anarquismo.

Portanto, estamos procurando apresentações sobre colonialismo, descolonização, gênero, sexualidade, raça, invalidez, segurança alimentar, espiritualidade, feminismo, luta de classes, miséria e sem-teto, libertação animal, primitivismo, DIY (Faça Você Mesmo), militância, pacifismo, anarquismo na prática – assim como tópicos que conectam qualquer número destes mencionados. Pode ser uma apresentação prática, demonstração participante, discussão de painéis, discussões facilitadas, e tudo que estiver nas entrelinhas – se você tem uma ideia de oficina, queremos ouvi-la!

Por favor, consulte nossa Declaração de Princípios antes de enviar sua proposta.

O prazo limite deste ano foi estendido até dia 31 de julho.

Festival da Anarquia

Além da Feira do Livro, o Festival da Anarquia irá ocorrer durante a semana precedente (5 a 14 de setembro), com diversos eventos de temática ácrata ocorrendo em diferentes locais em Victoria. Você pode propor qualquer tipo de evento ou atividade: o único limite é sua imaginação.

Os eventos do Festival da Anarquia são organizados autonomamente à Feira do Livro e, enquanto tal, os locais são de responsabilidade dos Organizadores do Evento – Você!

O Coletivo da Feira do Livro atua enquanto um foco de promoção e coordenação destes eventos. Nos dedicamos a ajudar e promover eventos de festivais autônomos da melhor forma possível através dos programas de zines e sites.

Se você se interessa em nos contatar para promover seu evento, por favor, providencie um título e uma pequena descrição do seu programa até dia 31 de julho de 2013, para que possamos incluí-lo no nosso zine e no nosso site.

Recomendamos fortemente que os eventos do festival NÃO sejam programados para ocorrer durante as horas de realização da Feira do Livro. De modo geral, entrar previamente em contato com o Coletivo da Feira do Livro sobre agendamento de datas antes da nossa sugestão de limite para submissão de propostas é uma maneira útil de garantir o menor número de eventos conflitantes.

Mais infos:

http://victoriaanarchistbookfair.ca/

Tradução > Malobeo

agência de notícias anarquistas-ana

O ipê florido,
Perdendo todas as folhas,
Fez-se uma flor só.

Afrânio Peixoto
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[Rússia] Centro Social Cultural inicia suas atividades em Sevastópol

ago13
por cordellibertario em 13 \13\-03:00 agosto \13\-03:00 2013 no 12:15
Postado em: Notícias Libertárias


Comunicado:

O Centro Social Cultural é um espaço livre do Estado e das outras instituições hierárquicas, que procura viver e divulgar os princípios de autogestão, apoio mútuo e criação livre.

Na primavera de 2012 xs anarquistas de Sevastópol encontraram um prédio abandonado, praticamente no centro da cidade. Pela decoração e alguns objetos encontrados lá dentro, entendemos que esta casa pertencia à marinha. Entendemos, também, que o destino desta casa era de servir aos interesses de pessoas livres.

Por causa da ausência de recursos, a ocupação da casa foi adiada para um período indeterminado.

No final de julho de 2013, um grupo de anarquistas de várias regiões da Rússia e da Ucrânia iniciaram a ocupação do imóvel.

Xs ocupas limparam o quintal interno e alguns espaços dentro da casa. Por enquanto, instalamos a rede de esgoto e botamos a cozinha para funcionar.

O projeto tem um grande potencial, mas sentimos falta de recursos e, principalmente, precisamos de mais ativistas. Portanto, conclamamos todxs xs ativistas libertárixs a participar deste projeto. Toda força e todo apoio são bem-vindos. Existem várias maneiras de apoiar a ocupação:

• Indo para Sevastópol e participando do coletivo do Centro Social Cultural;

• Realizando atividades, exposições, conferências, discussões no espaço ou em apoio a este;

• Ajuda material (objetos que podem ser usados no espaço – móveis, utensílios de cozinha, ferramentas etc.);

• Decorando o espaço do Centro Cultural Social;

• Divulgando as informações.

Esperamos pelo apoio.

Se quiserem participar deste projeto, escrevam para: sev.squat@gmail.com. Colocando seu nome (ou pseudônimo), cidade, alguma informação sobre você e como quer ajudar ao projeto.

Coletivo do Centro Social Cultural

Tradução > A vagalume

agência de notícias anarquistas-ana

No céu cintilante
mil vaga-lumes brincando:
mil sonhos vagando

Aída Godinho
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[Grécia] Fascistas picham muros de okupa em Atenas

ago13
por cordellibertario em 13 \13\-03:00 agosto \13\-03:00 2013 no 12:14
Postado em: Notícias Libertárias


Comunicado:

Na terça-feira, 23 de julho, alguns fascistas passaram em frente ao prédio da okupa Prapopulu, no bairro de Jalandri, em Atenas, e pela segunda vez picharam a parede exterior do imóvel, pegaram uma faixa que estava pendurada nas grades e fugiram. Como são uns brucutus covardes, acreditam que tais ações nos assustam.

A okupa foi incendiada no passado, sofreu detenções preventivas de seus membros e ameaças, no entanto está firme neste lugar e continuará firme. Qualquer ação como esta nos une e nos fortalece cada vez mais. A relação que existe entre nós, os laços que temos com o bairro há 7 anos e nossa ação política e social não pode ser eliminada com a intimidação e arrogância.

Apelamos a todos os antifascistas do bairro, e não só para estar em alerta. O terrorismo não passará; a luta contra os fascistas, a fascistização e o totalitarismo moderno crescerá e vai se intensificar por todos os meios, onde e quando sirva a cada um deles.

Não mais passividade e neutralidade. O Estado já soltou os seus asseclas para reprimir todos aqueles que resistem, a qualquer voz diferente. Não temos medo, somos teimosos para continuar nossa luta.

Resistência, Solidariedade, Auto-organização

Okupa Prapopulu

Notícia relacionada:

http://noticiasanarquistas.noblogs.org/post/2013/07/15/grecia-com-a-protecao-da-policia-fascistas-atacam-o-espaco-social-livre-synergeio/

agência de notícias anarquistas-ana

saúda o dia
no horizonte a chuva
bons ventos em flor

Rita Schultz

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[Itália] Milão: um espaço de extrema-direita queimado por audaciosos noctívagos

ago13
por cordellibertario em 13 \13\-03:00 agosto \13\-03:00 2013 no 12:14
Postado em: Notícias Libertárias


15 de julho de 2013

“Essa noite, um atentado destruiu quase que completamente um espaço do Lealtà e Azione, em Milão. Mas como se pode pensar que o fogo pode parar o curso de um rio?”, eis o que foi escrito numa página do facebook por membros do movimento de extrema-direita que divulgaram a informação nas redes sociais do ato de vandalismo contra sua sede, situada na via Govone, nº 35. Eles se mudaram para lá em 20 de abril deste ano.

A polícia foi acionada de madrugada pelos moradores do imóvel vizinho. Por volta das 4 horas da madrugada, duas pessoas mascaradas entraram no pátio, quebraram uma janela e entraram no local, e fugiram de bicicleta. Pouco tempo depois, ocorreu uma explosão e em seguida um incêndio. Os bombeiros encontraram calcinado um pé de cabra, uma lanterna e um cilindro de gás que causou a explosão.

Não houve feridos e nenhum grupo assumiu a autoria da ação. “Toda solidariedade aos camaradas do Lealtà e Azione” [Lealdade e Ação], declarou Roberto Jonghi Lavarini, presidente do comitê do partido Destra [Direita] de Milão. “É exatamente por ser um espaço do Cuore Nero, o ódio e a violência da extrema-esquerda comunista e anarquista tenta, com esses ataques terroristas, impedir a direita (radical, social e identitária) de articular uma boa política sobre os territórios, entre as pessoas”.

Fonte: mídia corporativa italiana

Tradução > Tio TAZ

agência de notícias anarquistas-ana

pica-pau pinica
na fenda da amendoeira
o suco da vida

Wagner Marim

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[Canadá] Entrevista com Mel Bazil no 4º Acampamento Anual de Unis’tot’em de Ação

ago13
por cordellibertario em 13 \13\-03:00 agosto \13\-03:00 2013 no 12:13
Postado em: Notícias Libertárias


Liberte as Pessoas, Defenda a Terra!

Por Aaron Lakoff

Mel Bazil é um indígena Gitxsan e homem de família Wet’suwet’en, ativista da independência indígena, e anarquista. Nos últimos anos, ele tem apoiado as barricadas do acampamento Unis’tot’en contra oleodutos e gasodutos ao norte da ocupada e inexorável “Colúmbia Britânica”. Desde 2010, o acampamento Unis’tot’en tem realizado ações diretas com êxito no sentido de prevenir que 7 empresas transportem óleo de betume das areias de piche de Alberta e gás natural de uma fratura hidráulica para a costa do Pacífico. O Unis’tot’en agora realiza um protocolo de anuência livre, preparatório e informativo, para todas as pessoas que procuram ter acesso à suas terras. Também construíram uma horta em permacultura e uma pit house [espécie de edifício primitivo cavado no chão] diretamente no caminho das tubulações em um inspirador exemplo de ação direta.

Nesta entrevista, Mel fala sobre resistência indígena contra as indústrias extrativistas no território Wet’suwet’en, a concepção Wet’suwet’en sobre direitos, responsabilidade para defender a terra, e os perigos da compensação de carbono e das lutas “que não estão no meu jardim”.

Nas palavras de Mel, “as tubulações se tornaram um canal para levantarmos nossa voz e independência. Mas nosso povo tem declarado nossa independência por muito tempo. Sentimos como se o seu impulso agora viesse com força. Existem mulheres desaparecidas e mortas ao longo da Ilha Tartaruga. Nossas crianças estão sendo removidas de suas casas. E segundo a lei canadense, continuam na expectativa de que nós devemos esperar. Mas a lei canadense é uma corporação”.

De 10 a 14 de julho, o 4º  Acampamento Anual Unis’tot’en de Ação foi realizado em território Wet’suwet’en. O acampamento atraiu o apoio de mais ou menos 200 nativos e não-nativos para organizar, criar estratégias, e planejar ações contra as tubulações. Na abertura do encontro, membros da nação Wet’suwet’en cantaram uma canção de guerra para as companhias de oleodutos e gasodutos, assim como para o Estado canadense.

Para mais informações, visite:

www.unistotencamp.com 

Para baixar os arquivos da entrevista:

Parte 1

http://www.radio4all.net/files/aaron@resist.ca/1074-1-Mel_Bazil_part_1.mp3 

Parte 2

http://www.radio4all.net/files/aaron@resist.ca/1074-2-Mel_Bazil_part_2.mp3 

Tradução > Malobeo

agência de notícias anarquistas-ana

Borboleta!
Pousou na minha mão
me viu e voou.

Renata
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[Tunísia] Anarcofeministas são presas após pichar Ministério das Mulheres

ago13
por cordellibertario em 13 \13\-03:00 agosto \13\-03:00 2013 no 12:12
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Três anarcofeministas da organização “Ataque Feminista”, Sana Chamekh, Vladimir Leonov e Ines Zaghdoudi, foram presas no início da tarde do último domingo, 21 de julho, pelas forças de segurança tunisianas, enquanto pichavam nas paredes do Ministério das Mulheres “Abaixo o Ministério do harém do Sultão” e se preparavam para jogar bomba de tinta na fachada do prédio estatal.

Após serem fichadas e interrogadas na delegacia policial de Charles de Gaulle, em Túnis, as três anarcofeministas foram liberadas. Segundo Leila Ben Debba, presente no ocorrido, as três ativistas foram conduzidas para o hospital depois de sofrerem violência e abuso das autoridades.

Vladimir Leonov, uma das anarquistas presas, contou a imprensa local que elas foram agredidas e insultadas pelos policiais, inclusive ameaçadas com armas de fogo, e dois ativistas que as acompanhavam também.

“Ataque Feminista”

É um grupo anarcofeminista e faz parte do jovem movimento libertário tunisiano. Seu objetivo, entre outros, é espalhar as ideias libertárias para encontrar soluções radicais para os problemas sociais e políticos da Tunísia, assim como enfrentar a posição que a mulher é colocada no interior dos problemas da sociedade. O grupo busca estabelecer uma cultura de autogestão e acredita na obrigação da revolta das mulheres contra todos os tipos de exploração.

Alguns desafios do grupo: Todos os aspectos da posição da mulher na sociedade patriarcal; Eliminar estereótipos baseados no sexo; Abolição da desumanização e objetificação da mulher; Completa eliminação da violência contra a mulher (estupro, violência doméstica, mutilação genital feminina, esterilização forçada, abuso sexual).

Aqui o vídeo que mostra as anarcofeministas pichando a fachada do prédio do Ministério das Mulheres:

https://www.youtube.com/watch?v=dgxsFnuposM

Tradução > Malobeo

Notícia relacionada:

http://noticiasanarquistas.noblogs.org/post/2013/07/08/documentario-sobre-o-movimento-anarquista-na-tunisia/
agência de notícias anarquistas-ana

A flama brilha
Silêncio da noite
Fascínio da mariposa

CassMarie
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[Espanha] Impressões de um andaluz sobre o movimento anarquista na Grécia

ago13
por cordellibertario em 13 \13\-03:00 agosto \13\-03:00 2013 no 12:11
Postado em: Notícias Libertárias


Yoquese

Vou tentar reproduzir as impressões, frutos de uma viagem, geradas pelo contato com o movimento libertário na Grécia. Lamentavelmente não pude estar muito tempo, nem ver muitos lugares. O escrito aqui não deve ser interpretado nada além do que minha visão pessoal sobre o que vivi com os companheiros de lá, não sendo, portanto, uma análise séria sobre o movimento anarquista – e muito menos sobre a situação do país. Se a isto somarmos que a minha militância é mais orientada ao que poderia denominar-se “trabalho de base” do que à análise e a produção teórica, é certo que cometerei muitos erros. Não obstante, espero que possa dar uma ideia aproximada de alguns aspectos do movimento grego, e sirva de orientação para as pessoas interessadas e que não tenham um contato de primeira mão com ele.

Muito do que ocorre no anarquismo na Grécia tem certa conexão com debates que ocorrem no Estado espanhol, já que, salvo as diferenças, temos muitos pontos em comum, tanto no ambiente libertário como na situação política gera l. Seria desejável acentuar os contatos e conexões entre ambos os movimentos e aos outros lugares do mediterrâneo, já que a situação econômica e política obrigam-nos a desenvolver um movimento libertário forte com base nesses pontos.

Além da necessidade de começar a trabalhar em conjunto (e sempre dentro de uma perspectiva internacionalista, sem desmerecer a coordenação nos ambientes mais extensos no planeta), a nível local pode-se aprender muito uns com os outros, para conseguir superar os obstáculos que fazem com que hoje o movimento anarquista (em ambos os países) não consiga ser uma referência ou alternativa política a nível popular. Tudo isso em um momento em que a esquerda partidária, tanto ortodoxa como vestida com roupagens mais alternativas, não consegue articular uma resposta política à evidente regressão de direitos que estamos sofrendo – sem sonhar sequer em implementar modelos sociais de ruptura, e que, apesar da ameaça fascista se cristalizando dia a dia, consegue estabelecer suas próprias parcelas de atuação, tanto nas ruas como nos parlamentos (sobretudo na Grécia e no leste da Europa).

Quando se chega à Grécia, a primeira coisa que chama a atenção é que a política em geral – e o anarquismo em particular – estão muito mais presentes nas ruas que em nosso país. Ao chegar, vendo a paisagem urbana, não é possível deixar de observar a grande quantidade de pichações e cartazes que enchem as paredes e os prédios. Isto se acentua nas universidades, colégios e hospitais. Estão, sobretudo as primeiras, literalmente empapeladas com todo tipo de propaganda política e mostram quase sempre algum cartaz referente a algum tema político. Voltando às ruas, além das típicas assinaturas dos grafiteiros, abundam as antifascistas e, especialmente, os “A” nos círculos. Nos edifícios públicos, como tribunais e escritórios do governo, também têm sempre alguma pichação ou manchas por ser jogada tinta contra elas, apesar de que, como me explicaram, se esforçam em mantê-los limpos. Por outro lado, a presença do fascismo do partido Aurora Dourada aparece também como forma sinistra nas paredes de algumas zonas das cidades, em forma de cruzes celtas, porém sempre riscadas.

Essa importância da política na Grécia se confirma quando se começa a ter contato com as pessoas dali. O número de coletivos políticos, de cidades como Tessalônica ou Ioanina (nas quais estive quase todo o tempo), se multiplica por dez comparando-os à locais de tamanhos semelhantes no Estado espanhol – tanto a nível de partidos de esquerda, de vários tamanhos e tipos, como de grupos libertários, assembleias e coletivos, assim como casas ocupadas e centros sociais que servem de espaços políticos. Para citar um exemplo que me surpreendeu bastante, em Ioannina encontrei-me com uns estudantes de química, que formavam um coletivo de sua faculdade e que se reuniam em um desses centros sociais, e tratavam de questões políticas e sociais, não só referentes ao movimento estudantil. Grupos como este abundam na Grécia, onde podemos ter uma ideia da efervescência política e a quantidade e variedade de coletivos que existem.

Isto nos leva a um aspecto importante (com seus prós e contras) dos movimentos políticos e, especialmente, dos libertários na Grécia: a juventude de seus membros. A impressão que tive destes meninos foi muito positiva, surpreendendo-me a energia e seriedade com que militam. Quando decidem convocar qualquer atividade, se empenham a fundo na hora de divulgá-la e organizá-la, especialmente no caso de ações e manifestações, e também no caso de palestras e eventos. Enquanto que, por exemplo, em grande parte do Estado espanhol uma colocação de cartazes geralmente se faz em um momento, na Grécia enchem a cidade deles, e não me refiro só a espaços em que colaboram muita gente e organizações, mas também em coletivos, sem importar seu tamanho. Esse mesmo ímpeto se pode ver nas concentrações, manifestações e piquetes. Tive a sorte de participar de vários destes últimos – correspondentes a conflitos de ESE – e me impressionou a energia desprendida, assim como a capacidade de convocação de um anarcosindicato pequeno, comparado com os do Estado espanhol. Me surpreendeu ver tantos jovens em um piquete, a forma de gritar as palavras de ordem e a atitude geral, muito ativa, durante um período de tempo prolongado para o habitual aqui.

Em geral há muita vontade de fazer as coisas, muita energia. A impressão que tive dos gregos é que são gente de bom coração, muito nobres, trabalhadores, próximos, parecidos conosco, mas às vezes com algo diferente. São muito rebeldes, muito mais do que vemos por aqui, com uma pitada de algo inocente e idealista (note que venho de uma cidade muito dada à comédia). Têm perspectivas muito abertas em relação ao anarquismo, se nota que não sofrem o peso da história, tradição e organizações que mediatizam o libertário na Espanha. É possível que tenha a ver com o caráter das pessoas do movimento dali, a surpreendente ausência de drogas entre a juventude. Tanto o movimento como o ambiente universitário me surpreendeu, inclusive em festas as pessoas não tomavam nada diferente ao álcool e não havia ninguém vendendo. Segundo me contaram, na maioria das okupas se pegam alguém consumindo algum tipo de droga (incluindo fumar maconha) o expulsam dali. É certo que se bebe, mas não vi a presença do álcool tão constante como aqui, e quase ninguém fuma haxixe ou maconha, muito menos na rua.

Percebi muito menos frivolidade no movimento okupa. É certo que as pessoas têm uma estética mais ou menos reconhecível, mas são mais austeros e abusa-se muito menos dos elementos decorativos (piercings, tatuagens, rastas, etc…). Não vi apenas tribos urbanas e estéticas, digamos, concretas (punks, skins, hipies…). Tampouco se via a sujeira de que se fazem ornamento em outras partes da Europa certos companheiros, tanto a nível pessoal como nos edifícios. Comparadas com as okupas daqui, a maioria das que vi estavam muito mais cuidadas e limpas (com algumas exceções), sendo evidente que as pessoas as trabalham muito mais. Em geral, nas cidades em que estive abundam ocupações tanto quanto moradias de jovens como de centros sociais, em muitos casos misturando ambas as coisas. Parece que os desalojos são muito menos frequentes (por exemplo, estive em uma okupa de Atenas que já está a 20 anos funcionando). A participação nas okupas é muito alta, traduzindo-se em uma grande quantidade de atividades, a maioria com ginásios bem equipados, palestras, concertos, grupos de teatro, bailes, supermercados ecológicos e mil coisas mais. Tenho especialmente boa recordação das que frequentei em Tessalônica (Scholeío e Orfanatrofio) e Ioannina (Antiviosi).

Existe outra forma de manter espaços políticos, conhecidas lá como “Centros Sociais”, que consistem em locais alugados, organizados por assembleia de diferentes coletivos e com um caráter mais estável. Dentre eles, me impressionou o “Micrópoles”, em Tessalônica – um edifício gerido pelo Movimento Antiautoritário (Antieksousiastiri Kinisi). O aluguel se paga com um bar-cafeteria situado no primeiro piso, e nos superiores existem diferentes projetos cooperativos, tais como uma copiadora, um supermercado de produtos locais e provenientes do comércio justo, uma creche, uma biblioteca, uma enfermaria para animais feridos, entre outras coisas. Me surpreendeu bastante o quanto estava bem organizado, mas lamentavelmente não pude conhecer muito sobre a organização do movimento que o coordena,  mas parece uma aposta organizativa formal dentro do libertário e bastante centrada no tema da economia social e a recuperação de espaços. As referências que tive por parte de outros anarquistas foram que, em muitos casos, parece uma organização um tanto centralizada, o que têm provocado algum atrito com outros coletivos, embora lamentavelmente não tenha muita informação sobre esse tema.

Um aspecto vital para entender o movimento anarquista grego, já destacado acima, é a falta de tradição e organizações anarquistas mais ou menos clássicas. Como disse antes, isto tem um efeito positivo, já que têm possibilitado um movimento muito jovem, aberto e de grande força e dinamismo. Diferentemente da Espanha, que têm caído no burocratismo, na rigidez e nas polêmicas absurdas que em muitos casos têm gerado o “anarquismo clássico” e suas organizações, e, por outro lado, na frivolidade e superficialidade da que, talvez como reação, peca o anarquismo mais autônomo. Mas é certo que tem seus problemas. Na Grécia, segundo me contaram, existe uma identificação, que chega ao absurdo da organização, com o autoritarismo e os partidos políticos, chegando inclusive a afetar os processos de assembleia em seus aspectos mais básicos. Em muitos casos (aqui falo por ter ouvido, porque não entendia nada nas assembleias que presenciei) o conceito de desenvolvimento de acordos da assembleia, por meio de grupos de trabalho, é desconhecido, colocando inclusive problemas na hora de recolher assinaturas ou ter responsáveis pelas tarefas. Isto se traduz em uma dificuldade na participação de pessoas com menos disponibilidade de tempo que os jovens, e dificuldade de manter estruturas organizativas complexas.

Também existe algo que a “tradição” anarquista (em grande parte pelo anarcosindicalismo) deixou no Estado espanhol e que faz falta: a concepção do anarquismo como expressão da classe trabalhadora e as pessoas humildes em geral. Tampouco por aqui isso esteja sobrando, mas existem mais tentativas nesse sentido, ao menos em comparação com um movimento anarquista de um tamanho consideravelmente maior, como é o grego. Não existem na Grécia tantos movimentos de bairro ou lutas sociais com um caráter antiautoritário, sem ser especificamente anarquistas, como no Estado espanhol. Tudo parece muito mais politizado, não parece existir o conceito de movimentos sociais tal como temos aqui. É interessante a diferente evolução que teve o movimento das praças que começou em Sintagma sobre o 15M espanhol – tendo um caráter muito menos esquerdista o primeiro – e no qual os anarquistas em sua maioria não participaram. Isto é uma vantagem ou um inconveniente? Dada a situação política na Grécia, é possível que, por parte do anarquismo, se possa criar um movimento popular libertário sem ter que participar de movimentos sociais junto com a esquerda estadista, mas não sei se o fato de estar diretamente autodenominado como anarquista possa resultar um limite para a ação política das massas.

Por outro lado, alguns setores anarquistas gregos (os chamados niilistas, que pelo que sei tem grande semelhança ao insurrecionalismo que esteve em voga aqui há alguns anos) ostentam um maximalismo que torna difícil se comunicar com a população e cai no mesmo erro que muitas vezes se comete também aqui: o de ter uma atitude de rejeição às “pessoas normais”. A favor deste setor do anarquismo grego, é preciso dizer que movimentam-se muito mais que por aqui, com ações de uma contundência que todos conhecemos. E, contra este caráter maximalista, os leva muitas vezes a qualificar o resto do movimento ácrata de “não anarquista”, havendo chegado inclusive a ataques contra o resto do movimento anarquista em Tessalônica que levou a uma lamentável luta de tendências.

Há iniciativas muito interessantes como as dos companheiros do ESE, que tentam criar uma organização anarcosindicalista no complicado sistema grego (em que não há sindicatos propriamente ditos como aqui, mas sim espécies de corporações estatais, cujas eleições concorrem grupos sindicais). Como disse, me surpreendeu a energia empregadas nos piquetes, assim como as excelentes relações que têm com membros das okupas anarquistas (participando e sendo apoiado por elas). Me pareceu um grande ponto a favor, onde ser uma organização pequena e relativamente nova não suporta o peso de estruturas e, em muitos casos, folclore herdado, que sofremos no Estado espanhol. Por outro lado, manter a ideia da necessidade de organização e luta no âmbito trabalhista é, na Grécia, uma grande contribuição a um movimento que durante anos rotulou essas lutas como reformistas e contrárias ao anarquismo.

Outra iniciativa muito interessante é a autogestão da fábrica de materiais para a construção de Vio.Me. O empresário quer fechá-la, abandonando-a; em resposta, por parte dos trabalhadores, enfrentam o desafio de continuar com a empresa de forma coletiva, apoiados por ESE, o Movimento Antiautoritário e o resto dos coletivos libertários. Atualmente buscam relançar a produção da fábrica, arrecadando o dinheiro necessário mediante a venda de produtos de limpeza, por meio de um circuito comercial cooperativo, com a perspectiva de participar em um processo de criação de uma economia social que permita uma alternativa às práticas capitalistas.

Como se vê, existem questões semelhantes as que existem no Estado espanhol, com debates parecidos sobre como organizar-se e comunicar-se com o povo. Lamentavelmente na Grécia, apesar da potência do movimento, não vi uma grande relação com as classes populares que estão sofrendo os cortes. Falando com companheiros de Tessalônica deste tema, comentávamos que no CSOA em que estávamos havia muitíssimas atividades, mas quase todos os participantes eram jovens, em maior parte estudantes. Isto é algo que podemos extrapolar ao resto do movimento anarquista grego. À minha pergunta sobre a atividade do partido Aurora Dourada, me responderam que pelo centro da cidade não apareciam, já que está dominado em sua maior parte pelos anarquistas. Nos bairros periféricos e humildes, não sabiam com certeza qual era a situação, sendo certo que haviam aberto uma sede ao lado de uma delegacia para não serem atacados, o que dá ideia de sua debilidade na rua. Suspeitavam que estavam detrás da organização de assembleias nos bairros para protestar contra a prostituição e a imigração no bairro de um companheiro, mas não se participou dela para confirmar essa atividade. Algo semelhante me pareceu quando perguntei em Atenas: ali a presença do partido Aurora Dourada é mais forte, sobretudo nos bairros pobres, enquanto o anarquismo está em uma zona central. Isto deveria levar-nos a uma reflexão importante. No lugar em que há anos era impensável a presença de nazis na rua e a vida política, tem conseguido infiltrar-se nas instituições e começam a ter seus próprios espaços em algumas cidades. Têm sabido ver e aproveitar as frestas que lhes deixaram, manobrando habilmente, usando de forma inteligente golpes de efeitos midiáticos, conseguindo atuar na rua com um pretexto assistencialista, por exemplo mediante distribuição de comida (coisa que impossibilita um ataque direto por parte do antifascismo).

Em geral a imagem que tenho do Aurora Dourada é por um lado menos forte do que o alarmismo criado pela mídia na Europa, mas por outro lado muito mais sinistra e perigosa – a de um movimento escorregadio e que sabidamente é difícil de parar. Deveríamos analisar isto agora enquanto é tempo. Na Grécia até agora, tem conseguido fazer frente a uma maioria esquerdista na rua, surpreendentemente, a um movimento anarquista muito mais desenvolvido e forte que o nosso, assim como um antifascismo muito sério, preparado e arrojado. Mas têm aproveitado a falta de sintonia do anarquismo e da esquerda, com grande parte da população que está sofrendo os cortes na Grécia. Muitos dos que têm sucumbido ao sistema de clientelismo do PASOK (Partido Socialista Grego) e pequenos comerciantes arruinados entram no jogo do Aurora Dourada. Se os companheiros gregos não são capazes de achar a chave, poderão enfrentar um problema muito grave nos próximos anos, já que há um refluxo (como aqui) das massas, cansadas de manifestações e mobilizações que não tem conseguido diminuir o empobrecimento e perda de direitos que sofrem. Se não se consegue construir uma alternativa para as necessidades concretas dos gregos empobrecidos – de comida, trabalho, moradia e saúde – muitos deles vão cair também na chantagem clientelista do Aurora Dourada, nutrindo-os de uma força nas ruas para enfrentar a esquerda e de um apoio nas instituições que pode dar uma volta na situação política. Creio que esta é a grande pendência dos anarquistas gregos, já que a potência do movimento não será suficiente se não articular essa alternativa popular. Nós, aqui no Estado espanhol, também temos que tomar nota disto, porque se em um país como a Grécia os nazis estão conseguindo estas coisas, aqui também podem fazê-lo, e possivelmente com mais facilidade.

Mas creio que os companheiros gregos têm um grande potencial para sair adiante neste embate. São, como já disse antes, gente de grande qualidade militante; estão em um país em que a esquerda sempre foi forte, e sobretudo em muitos casos, expressam um grande interesse em superar o obstáculo que se tem colocado para o movimento anarquista na Grécia, apesar de todo seu vigor: a falta de organização e de conexão com as necessidades dos gregos empobrecidos. Em minha estadia, os debates que mantivemos após umas palestras sobre o movimento pela moradia digna e a ocupação de terras em Andaluzia foram muito interessantes, e me permitiram ver que as pessoas estão refletindo muito sobre essas questões e são conscientes do que está ocorrendo com o auge do fascismo e os cortes por parte do governo. Ao final, as questões e os debates são parecidos com os que temos aqui, ainda que talvez contemos com diferentes recursos na hora de enfrentá-los. Que podemos concluir de tudo isto? Em minha opinião, que para construir um movimento libertário forte e que seja uma verdadeira expressão da luta popular, é imprescindível compararmos experiências, estabelecer vínculos, ver-nos, falar-nos, compreendermo-nos, e, com o tempo, lutarmos juntos, aqui, na Grécia e no resto do mundo. É preciso proceder com calma, escrever com boa letra, mas não podemos dormir. Todo o tempo que perdemos e as oportunidades que desperdiçamos são aproveitadas pelo sistema, tanto em sua vertente “democrática” na hora de fazer-nos retroceder nos direitos que custará muito recuperar, como na vertente fascista, que se prepara como alternativa para o caso de que a instabilidade gerada pela crise a faça útil para os capitalistas.

Tradução > Sol de Abril

agência de notícias anarquistas-ana

Tarde de inverno
O por-do sol sumiu
em meio a poeira

Antonio Malta Mitori
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[Ucrânia] Ação Direta: Dois golfinhos são libertados do golfinário de Yevpatoria

ago13
por cordellibertario em 13 \13\-03:00 agosto \13\-03:00 2013 no 12:10
Postado em: Notícias Libertárias


Comunicado:

Dois golfinhos foram libertos do golfinário de Yevpatoria [cidade turística na Crimeia] como resultado de uma operação especial com equipamento de mergulho. Durante a noite de lua cheia do dia 20 de julho de 2013 nós percorremos 2 km debaixo de água e violamos o perímetro de segurança: Cortamos as redes e entramos nas piscinas de contenção dos golfinhos.

Na hora seguinte cortamos uma grande parte da barreira de perímetro. Os golfinhos incentivaram os nossos esforços com cliques e assobios. Seu apoio nos encheu de alegria e emoção.

Este foi um encontro inesquecível e uma experiência encorajadora para nós. Com nosso trabalho feito, deixamos a área de operação. Aliás, a prisão estava equipada com câmeras de visão noturna, mas os seus olhos vermelhos eram virados para as passarelas e para a plateia. Ninguém esperava que a nossa abordagem fosse por baixo. Assim que os golfinhos receberam o vento da liberdade e o mar aberto, escaparam para o mar noturno.

Frente de Libertação Animal (FLA) – Federação Anarquista Informal (FAI)

Seals on tour

Tradução > Caróu

agência de notícias anarquistas-ana

Suave impressão de asas
abrindo em tempo-semente
e pausa suspiro

Nazareth Bizutti

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Enésima cara lavada do fascismo espanhol

ago13
por cordellibertario em 13 \13\-03:00 agosto \13\-03:00 2013 no 12:09
Postado em: Notícias Libertárias


Em 6 de junho passado foi assassinado no centro de Paris o jovem Clément Méric, militante francês da esquerdista União Sindical Solidária (“Solidaires”). O jovem de 18 anos se encontrava com um grupo de amigos quando foi violentamente agredido com soqueiras pelos cabeças ocas das JNR [Juventude Nacionalista Revolucionária], provocando imediatamente sua morte cerebral. Acontece que neste assassinato fascista o principal agressor e suspeito é um neonazi espanhol de 20 anos, nascido em Cádiz e que atualmente trabalha como segurança.

A morte de Clément reproduz alguns parâmetros que já se deram no assassinato de Carlos Palomino por um soldado profissional, ou de vários antifascistas russos por paramilitares daquele país, sendo os carrascos em todos estes casos os chamados “corpos de segurança”,  sejam privados ou estatais.

O assassinato de Clément na França não se circunscreve como um fato isolado, nem como uma briga juvenil, senão que é o resultado da escalada que a extrema-direita daquele país vem registrando nos últimos anos, depois que o anterior governo potencializou sua tendência anti-imigração para conseguir currais eleitorais e da parcimônia e conivência do atual governo com estes grupos que se multiplicam agora, ao calor das exibições homofóbicas.

Definitivamente, este assassinato nazi volta a ser o desenlace previsível do que têm provocado os governantes e mostra uma vez mais os laços entre poder, violência e fascismo, tudo faces da mesma moeda: o capitalismo.

Não tem nada novo até aqui, ademais, evidentemente, da tristeza e raiva de um assassinato destas características. Mas, enquanto isso, o que acontece na Espanha?

Pois na Espanha o nazismo se desenvolve e junta forças transformando-se em um amálgama de associações que, sob sua declaração de “apolítico”, estão conseguindo invadir boa parte dos espaços sociais: cultura, esporte, etc. A partir da imagem rançosa de seus antecessores pós-franquistas dos anos 80 e dos métodos e táticas dos nacional-socialistas “autônomos” dos anos 90, estes grupos têm aberto uma brecha pela qual estão se adaptando com muita facilidade. Escondendo em sua propaganda de “primeiro escalão”, qualquer referência ou símbolo nazifascista, estão se aproximando de ambientes contestatórios sem que seja detectada de forma clara a mensagem subjacente em torno de toda sua retórica linguística.

A partir desse caminho de ambiguidade, têm conseguido inclusive apoderar-se de lemas e parafernálias outrora anticapitalistas (“dissidência”, “inconformismo”, “alternativa rebelde”,…) de maneira que conseguem se vincular não só com seus adeptos, mas também com certa sociedade desencantada e indignada que acaba seduzida por um discurso tíbio, correto, mas chamativo. E neste percurso do nacional-socialismo espanhol estamos vendo concertos de cantores, torneios de futebol, jornadas “culturais” em espaços municipais, passeios de motos, leituras públicas de livros ou excursões dominicais.

Assim, aparecem como flechas, grupos organizados do estilo de “Resposta Estudantil”, “Liga Jovem”, “Libertas”, “Associação Cultural Alfonso I”, “Omnium Cultural”, “Alternativa Europeia”, ou “Nova Época”, que em muitas ocasiões dispõem na retaguarda de uma infraestrutura política (MSR, Democracia Nacional, etc.) e que recebem ainda apoio e patrocínio das instituições para desenvolver suas atividades. Mas atrás desta imagem pseudo intelectual e cautelosa, se encontra a mensagem nacional-socialista de sempre, nem uma vírgula a mais nem uma vírgula a menos: racismo, imperialismo, homofobia, violência contra os anticapitalistas, misoginia…

Os anarcosindicalistas enfrentam este problema desmascarando a todos estes grupos, assinalando-os e denunciando todas e cada uma de suas atividades. Ante uma implantação que está se tornando escandalosa e ante a estranha e incômoda conivência de alguns setores que considerávamos contrários ao fascismo e as violências, olhamos de frente o problema. Não deve haver nem um município, nem um hotel, nem uma sala de concertos ou discoteca, que albergue um ato nazi, sem nosso alerta, nosso rechaço e nosso boicote.

Acabar com o capitalismo e sua crueldade passa por atacar todos os seus tentáculos, todas as suas formas e todas as suas mostras, e na linha de frente estão os trabalhadores e trabalhadoras.

Seção de Telecomunicações e Serviços Informáticos da CNT-AIT de Madri

Tradução > Sol de Abril

Notícia relacionada:

http://noticiasanarquistas.noblogs.org/post/2013/07/05/franca-paris-relato-da-passeata-antifascista-em-homenagem-a-clement-meric/
agência de notícias anarquistas-ana

Lua crescente.
Onde está a outra parte?
Derramou no mar.

Rafael Medeiros
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[EUA] Anunciando a Turnê Anarquista de Abolição Penal

ago13
por cordellibertario em 13 \13\-03:00 agosto \13\-03:00 2013 no 12:08
Postado em: Notícias Libertárias


O Teatro Insurgente (produtores de peças anarquistas e sobre abolicionismo penal como em “Belly and Ulysses’Crewmen”) está anunciando uma turnê de sua nova peça: Todos os Policiais são Bastardos, em conjunto com um novo documentário sobre a Rebelião de Lucasville: A Sombra de Lucasville.

Membros do Teatro Insurgente tem trabalhado com a organização “RedBird Prison Abolition” desde sua criação, focados particularmente em apoiar os esforços da Rebelião dos Prisioneiros de Lucasville e Sean Swain. Essa nova turnê irá arrecadar verba e suporte a todos estes projetos.

ACAB é uma peça de 90 minutos que examina as profundezas da psicologia policial, a história da aplicação da lei nos Estados Unidos, novas tendências de policiamento e formas de resistência contra a polícia e contra as prisões.

A Sombra de Lucasville é um documentário de 60 minutos realizado por D. Jones acerca da rebelião carcerária de 1993 na Instalação Correcional do Sul de Ohio em Lucasville. Prisioneiros que estão no corredor da morte como resultado de acusações falsas, na base da rebelião, irão contatar o evento para responder a questões sobre suas experiências.

Organizações locais e advogados prisionais serão encorajados a participarem dos eventos e construir uma organização na direção de uma rede mais forte de anarquistas contra as prisões e contra a polícia. Esta turnê é em grande parte inspirada dos telefonemas frequentes recebidos dos então encarcerados anarquistas Lorenzo Komboa Ervin  e Memphis Autonomia Negra para anarquistas brancos para atualizar nossa análise e alterar nosso apoio: de uma pequena lista de prisioneiros políticos para uma atenção ampliada ao encarceramento em massa.

A primeira turnê irá de Columbus, Ohio, para Machias Maine entre os dias 7 e 25 de agosto, mas oTeatro Insurgente está pronto para levar estes projetos em qualquer lugar, por todos os lados, nos próximos 6-9 meses. Se você gostaria de agendar uma peça em sua cidade, entre em contato com Ben no e-mail insurgent.ben@gmail.com.

Do Teatro Insurgente

http://insurgenttheatre.org/

Tradução > Malobeo

agência de notícias anarquistas-ana

Árvore curvada
tentando catar folhinhas
caídas no chão

Lena Jesus Ponte
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[EUA] A entrevista de Mumia Abu-Jamal que tentaram esconder

ago13
por cordellibertario em 13 \13\-03:00 agosto \13\-03:00 2013 no 12:07
Postado em: Notícias Libertárias


[No último dia 5 de junho, após Mumia Abu-Jamal conceder uma entrevista telefônica ao programa radiofônico do advogado Michael Coard chamado “Radio Courtroom” (Tribunal na Rádio), o Departamento de Correções (DOC) estadunidense proibiu as chamadas telefônicas para ele como castigo. E somente em 13 de julho, depois de uma campanha popular de pressão, Mumia voltou a receber ligações e participar do programa de rádio do advogado Michael Coard. E, finalmente, depois de um ano e meio, o DOC aprovou as visitas normais do filho de Mumia, Jamal Hart, que poderá também levar o seu filho e neta de um ano para visitar Mumia. Pois é, Mumia é bisavô! A seguir, a transcrição da entrevista de Mumia que tentaram esconder. Mumia livre já!]

Michael Coard > Hoje é um dia absolutamente histórico. É a estreia do Radio Prison Showapresentado por Mumia Abu-Jamal e co-apresentado por seu advogado Michael Coard, do programa Radio Courtroom em 900AM-WURD. Estaremos em contato com Mumia Abu-Jamal periodicamente. Mumia o pai. Mumia o esposo. Mumia o jornalista. Mumia o autor. Mumia o revolucionário. E Mumia preso temporário. Antes de qualquer coisa, Mumia, como se sente hoje?

Mumia Abu-Jamal < Muito bem. Obrigado por perguntar.

Michael > E te pergunto sinceramente. Falo por parte da comunidade e estamos preocupados por sua situação, seu bem estar. Mas este é seu programa, Mumia. Pode improvisar. Eu nada mais vou fazer que lançar umas poucas perguntas e espero que o leve aonde quiser. Primeiro gostaria que repartisse com os ouvintes o que é o trabalho rotineiro ou a brutalidade cotidiana que ocorre na prisão. Coloquemos os ouvintes em seus sapatos. Conte-nos de um dia seu e de qualquer outra coisa que queira acrescentar.

Mumia < Pois, se eu pudesse modificar um pouquinho a pergunta…

Michael > Sim, por favor.

Mumia < Falaria do dia de uma pessoa típica, porque acredito que de muitas maneiras, minha realidade não é igual. Eu trabalho todos os dias. Leio muito diariamente. Passo muito tempo estudando. Não estou dizendo que não existem outras pessoas que não fazem o mesmo. Sim, existem. Há homens que me superam nisto, mas não acredito que seja um acontecimento raro, notável ou desconhecido que muitas pessoas que não vão bem na escola se graduam no sistema industrial carcerário, ou como dizemos, o complexo industrial carcerário. E aqui estão mal equipados para estudar porque têm dificuldades para ler, escrever, compreender. Muitos homens são analfabetos. Por isso, seu dia consiste em trabalho monótono e pesado. Trabalho árduo. Porque há poucas opções para alguém que deseja obter educação.

Desgraçadamente, como mencionei, estar aqui é uma espécie de graduação. Existem aqueles que leem e estudam se encontram possibilidade, e pela primeira vez em sua vida aprendem coisas fora do ambiente escolar que deveriam ter aprendido muitos anos antes. Mas para a maioria, desgraçadamente, há só oportunidades perdidas devido às ações do senhor que alguns chamamos entre risadas “o primeiro presidente negro” (risos). Falo de William Jefferson Clinton. Fez muitos cortes em bolsas de estudo e outras oportunidades educativas. A lógica do ex-presidente era que estas coisas não estavam disponíveis a pessoas no “mundo livre” e por isso, não deveriam estar disponíveis aos presos. É uma visão invertida do mundo.

Na verdade, estes programas devem estar disponíveis a todas as pessoas nos Estados Unidos. Mas como bem sabe, sendo advogado, não há tal coisa como um direito constitucional a educação. Por isso temos milhões de pessoas que não podem desenvolver-se, não podem aprender. E essa é a experiência de muitos homens neste tipo de situação.

Michael > Mumia, me agrada que tenha modificado minha pergunta, e antes de chegar à segunda, me permita te perguntar sobre o que disse ao modificá-la. Mumia, por que e como é tão desinteressado? Por que pensa sempre na situação de outros e nunca fala das injustiças que fizeram a você pessoalmente?

Mumia < Pois, eu não diria nunca, diria raras vezes (risos). A verdade é que [interrupção]… Falemos desta prisão onde estou, por exemplo. Aqui tem cerca de 2.200 homens. Tem 51.000 no estado da Pensilvânia. Se checasse os 50 estados e Porto Rico, encontraria 2.5 milhões de pessoas, quase a maioria dos quais são pessoas afro-americanas. Por isso, não podemos ignorar o que, e o que seria para qualquer comunidade uma imensa catástrofe.

Michelle Alexander escreveu um aclamado livro intitulado “O Novo Jim Crow¹”, no qual faz algumas observações arrepiantes muito fundamentais. Por exemplo, diz que o número de homens negros na prisão nos Estados Unidos hoje em dia supera o número de pessoas mantidas em regime de escravidão em 1855 justamente antes da Guerra Civil. Também diz que o número atual de homens negros, e mulheres negras também, nas prisões dos Estados Unidos supera o número de encarcerados na África do Sul durante o regime de apartheid em seu apogeu. Lá pessoas negras em todas as partes do país, incluindo líderes, legisladores, acadêmicos e ativistas protestavam contra a feiura do regime de apartheid. Pois nós já ultrapassamos essa feia realidade, mas a camuflamos com um presidente negro, prefeitos negros, diretores e comissários carcerários negros. E o efeito em nossa comunidade é profundo. 

Então quando falo de tudo isto é porque não se comenta o suficiente. O faço porque a realidade é óbvia todos os dias. Se mais pessoas falassem disto, eu não teria que dizer uma só palavra, não? (risos)

Michael > Bem dito. Queremos escutar mais sobre isto. Me deixe te fazer outra pergunta: Quanta fé tem, se é que tem, no sistema legal?

Mumia < Bem, acredito que a fé é para amantes ou sacerdotes, digo gente religiosa. Não acredito que a lei seja um lugar para o amor ou a religião. Durante muitos anos tenho dito que não tenho nenhuma fé, nenhuma confiança no sistema. Nenhuma. E o sistema tem mostrado que tenho razão.

É interessante que me pergunte isto agora mesmo. Estou escrevendo um livro junto com o cineasta Steve Vittoria, e por isso estou investigando a Suprema Corte. Tenho lido uns quatro livros sobre o tema dentro das últimas três semanas. E quanto mais leio, menos motivo tenho para ter fé nesta instituição tão apregoada. O que os juízes tem feito é apoiar todo tipo de repressão jamais conhecida pela humanidade.

Michael > Sim, concordo.

Mumia < Ou quando não o fazem, quando criticaram ou expressaram oposição ao injusto, ou o declararam inconstitucional, o que passa no mundo real é muito diferente do que encontramos em suas opiniões.

Michael > Sim, sim.

Mumia < Houve um caso decidido em meados de 1880, onde determinaram que o confinamento em solitária (o isolamento prolongado em uma cela) era inconstitucional, que era um castigo cruel e incomum. Imagina! Seria assombroso obter uma decisão como aquela hoje em dia, quando existe muito mais gente confinada em solitárias por um fator ao redor de 1.000. 

Pelo menos 25.000 pessoas vivem em isolamento quase total em todas as partes do país nas prisões de controle em cada estado e no sistema federal. Estamos falando de manter aos homens sós em uma cela, muitas vezes com nada, não durante dias ou meses, mas durante anos e décadas.
Sob a lei internacional, isto normalmente se chama “tortura”, porque somos animais sociais, criaturas sociais a quem nos faz falta a interação social com outras pessoas.

Então ter fé na lei seria uma loucura.

Michael > Bem dito. E me permita seguir com outra pergunta. Se as pessoas razoáveis já não tem fé ou confiança no sistema, que fazemos quando há uma injustiça descarada? Que fazemos a respeito do complexo industrial carcerário? E suponho que a pergunta mais ampla é buscamos reforma ou buscamos revolução? Como se promove uma mudança se não trabalhamos desde dentro, usando o sistema, usando a lei?

Mumia < Pois eu considero de uma maneira um pouco diferente e te direi o porquê. Antes mencionei a Michelle Alexander. E tem um motivo para retomar o que disse. Em seu livro “O Novo Jim Crow”, ela diz que dada a magnitude do complexo industrial carcerário hoje em dia, nada menos que um movimento massivo começará a sacudir esse baluarte de repressão. É o que impactou o sistema original de segregação racial denominado “Jim Crow” e faz falta o mesmo agora. Se as pessoas decidirem… Não diz na Declaração de Independência que as pessoas tem direito de mudar ou abolir seu governo?

Michael > Sim senhor, sim senhor.

Mumia < É algo que as pessoas têm que decidir. E diz respeito aos que chamamos ativistas, ou radicais, ou revolucionários, fazer este chamado. Cabe a eles organizar as pessoas, levantar um movimento [interrupção], um movimento dirigido a esta grande injustiça social de nossos tempos.

Michael > Mumia, falas desta grande injustiça social de nossos tempos. Se tivesse que classificar as grandes injustiças atuais, se sentiria a vontade dizendo, está é mais grave, esta é a segunda? Qual considera a mais flagrante, se é que tem uma mais flagrante? Seria o complexo industrial carcerário? Seria outra coisa? Haverá um monte? Você, o que diria?

Mumia < Para que haja claridade, evitaria falar de um monte, ainda que talvez um monte de injustiças venham a mente. (risos) Para simplificar, e para explicar claramente a necessidade de organizar um movimento, diria que não é uma coincidência que na cidade da Filadélfia estão fechando 27 escolas, principalmente na comunidade negra. Em Chicago, estão fechando 54 escolas. Poderíamos falar do mesmo no Harlem ou em Rochester ou em Detroit – em cidades por todas as partes da nação negra. A educação é a porta, ou me permita reformular isso – a falta de educação é a porta para o complexo industrial carcerário.

E por que acha que estão fechando escolas principalmente na comunidade negra? Porque têm planos para que todos os jovens de toda uma geração migrem para as ruas e logo depois para as prisões onde podem os explorar economicamente. Milhões de dólares que se devem gastar nas comunidades negras da Filadélfia Norte, Filadélfia Oeste e Germantown irão para os povos carcerários de Waynesburg ou até aqui em Mahanoy. Porque o censo conta as pessoas. [interrupção]. Então o dinheiro recolhido dos impostos que se devem gastar em transportes, educação e saúde se gasta nesta parte do estado onde agora há mais gente (encarcerada). E Filadélfia Norte, Filadélfia Oeste e Germantown perdem cada vez mais. A educação e o complexo industrial carcerário estão relacionados. São parte da mesma coisa.

Michael > Mumia, recebemos o aviso de que só temos mais 60 segundos nesta chamada. Não deixe de falar, por favor. Queremos escutar suas sábias palavras. Só quero te perguntar mais uma coisa. Como mantém sua agilidade mental, seu senso de humor? Estou te disparando perguntas e suas respostas são rápidas e às vezes divertidíssimas. Como o faz?

Mumia < Leio muito. Estudo muito. Tornou-se um hábito que não posso deixar. Tem que estar preparado quando uma oportunidade se apresenta, como é o caso agora. Obrigado, meu irmão. Foram grandiosos esses 15 minutos.

Michael > Obrigado a você, Mumia, e vamos seguir com isto. Muitíssimo obrigado por seu tempo. Diria “fique firme”, mas sei que de todo modo já vai o fazer.

[1] Jim Crow. O nome do sistema de segregação racial tomado de um personagem em espetáculos de música e dança que apresentavam estereótipos raciais protagonizados por atores brancos com o rosto maquiado de negro.

A Rádio Prision Show com Mumia Abu-Jamal e Michael Coard é transmitida toda a primeira quarta-feira de cada mês, às 12hs (horário estadunidense) como um segmento da Rádio Courtroom em 900AM-WURD, na Filadélfia.

Assine uma petição para exigir sua libertação imediata:

http://www.change.org/petitions/release-mumia-abu-jamal

Escreva uma carta a Mumia:

Mumia Abu-Jamal #AM8335
SCI Mahanoy
301 Morea Road
Frackville, PA 17932
EUA

Infos sobre o caso Mumia, em português:

http://anarcopunk.org/mumialivre/

Tradução > Caróu

agência de notícias anarquistas-ana

Flores azuis
no fundo de águas rasas.
Dama-do-lago.

Gladston Salles

Comentários desativados em [EUA] A entrevista de Mumia Abu-Jamal que tentaram esconder

[Grécia] Em Exarchia, brutamontes da polícia dão início a motim atacando pessoas com garrafas de vidro, foguetes e bombas de efeito moral

ago13
por cordellibertario em 13 \13\-03:00 agosto \13\-03:00 2013 no 12:06
Postado em: Notícias Libertárias


No sábado, dia 20 de julho, os brutamontes da polícia motorizada Delta entraram em Exarchia, uma das regiões mais vibrantes de Atenas, enquanto centenas de pessoas participavam de dois diferentes eventos de solidariedade ao anarquista Kostas Sakkas, que esteve em greve de fome por 38 dias porque foi preso por 31 meses sem julgamento pela auto-proclamada “democracia” grega.

Como retrata o vídeo (link abaixo), os brutamontes da polícia Delta em suas motos começam a intimidar e perseguir transeuntes por razão alguma; então que as pessoas se reúnem em reação às táticas terroristas da polícia, recebendo como resposta dos policiais bombas de efeito moral, granadas de gás asfixiante, foguetes e mesmo garrafas de vidro vazias!

Centenas de pessoas se reuniram no local para persegui-los e começaram a cercá-los, enquanto os residentes, de suas sacadas, jogavam água contra os brutamontes policiais para forçá-los a ir embora, seguindo a destruição que causaram.

Confrontados por tantas pessoas, os brutamontes da polícia Delta, em conjunto com a polícia antidistúrbios chamada para dar assistência, foram logo forçados a recuar e deixar a área.

Vídeo:

http://www.youtube.com/watch?v=-lFcTyqf3zw

Tradução > Malobeo

Notícia relacionada:

http://noticiasanarquistas.noblogs.org/post/2013/07/11/kostas-sakkas-sera-libertado-sob-condicao-de-pagar-fianca-fixada-pela-justica-da-grecia/
agência de notícias anarquistas-ana

Canta alegre o sabiá
faz folia o bem-te-vi
— natureza assovia

Rogério Viana
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[Grécia] Kalamata: manifestação antifascista e proibição de celebração de um festival neonazista

ago13
por cordellibertario em 13 \13\-03:00 agosto \13\-03:00 2013 no 12:00
Postado em: Notícias Libertárias


Há poucos dias, autoridades municipais de Messinia (província de Kalamata) revogaram a autorização que anteriormente haviam concedido ao partido neonazista Aurora Dourada para que realizasse um festival de 2 a 5 de agosto na cidade de Kalamata, no sul de Peloponeso. Este festival seria comemorativo ao golpe de Estado que o militar Metaxas realizou em 4 de agosto de 1936, pelo qual impôs uma ditadura fascista até 1940. Os neonazistas iriam celebrar este festival no mesmo lugar onde, em 1934, a polícia e o exército mataram seis trabalhadores portuários durante uma greve.

A autorização concedida ao partido Aurora Dourada para realizar esta festa fascista em Kalamata tinha provocado protestos de várias organizações e associações profissionais, sindicatos e partidos políticos, autoridades portuárias e da Câmara Municipal. Não que todos de uma só vez tenham se sensibilizado e se oposto ao fascismo. Eles não querem a celebração do festival fascista em benefício do “bom funcionamento da cidade” e “devido aos efeitos negativos que, em alta temporada, teria sobre a vida econômica e social de Kalamata”. Em outras palavras, o tema para todos estes é puramente econômico. Eles se opuseram a celebração do festival fascista porque estimaram que a sua promoção seria uma queda em seus lucros. Não se esqueçamos de que a província de Messinia é um dos baluartes da direita e que nesta província nas últimas eleições gerais o partido Aurora Dourada teve uma das porcentagens mais elevadas.

Em 20 de julho, cerca de 2.000 antifascistas de Messinia e províncias vizinhas realizaram uma manifestação antifascista no centro de Kalamata. A passeata foi particularmente combativa. Percorreu todo o centro da cidade e durou aproximadamente duas horas. A marcha incluiu anarquistas, antiautoritários, esquerdistas e em geral antifascistas de todas as idades.

Durante a concentração e a passeata antifascista, cerca de 50 neonazistas foram fechados em sua sede partidária, enquanto ela estava cercada e vigiada por vários esquadrões de polícia. A massividade da manifestação não permitiu que os fascistas promovessem qualquer provocação contra ela. As baboseiras fascistas se limitaram a uma chamada telefônica de ameaça. Na quarta-feira, 17 de julho, uma pessoa que se apresentou como deputado do partido Aurora Dourada na província de Kalamata-Messinia ligou para o celular da Assembleia Antifascista de Atenas, que participou da manifestação, ameaçando os membros da Assembleia.

Vídeo:

http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=G86Ri0cD2S8
agência de notícias anarquistas-ana

a chuva cai forte
e os ruídos que sobem
corroem meus olvidos

Thiago de Melo Barbosa
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Anarquistas Palestinos em Conversação: Recalibrando o anarquismo em um país colonizado

ago13
por cordellibertario em 13 \13\-03:00 agosto \13\-03:00 2013 no 11:57
Postado em: Notícias Libertárias


Por Joshua Stephens

“Honestamente, ainda estou tentando desencanar dos hábitos nacionalistas”, brinca o ativista Ahmad Nimer, enquanto conversamos do lado de fora do café Ramallah. O assunto da nossa conversa parece improvável: viver em uma Palestina anarquista. “Em um país colonizado, é um tanto difícil convencer as pessoas de uma solução não autoritária e não estatal. Você encontra, no geral, uma mentalidade – frequentemente próxima do nacionalismo – estritamente anticolonial”, lamenta Nimer. De fato, anarquistas na Palestina atualmente tem um problema de visibilidade. Apesar do destaque da atividade anarquista internacional e israelense, não parece haver uma percepção correspondente do anarquismo entre os próprios Palestinos.

“A discussão contemporânea sobre temáticas anarquistas desloca sua ênfase na direção de algo como uma aproximação do poder: rejeitar o poder de cima, a favor do empoderamente. Quando você fala sobre anarquismo enquanto um conceito político, é definido como rejeição ao Estado”, explica Saed Abu-Hijleh, um professor de geografia humana na Universidade An-Najah, em Nablus. “Fala sobre liberdade e auto-organização da sociedade sem a interferência do Estado”. Mas como pessoas sem Estado se engajam com o anarquismo, um termo que implica oposição à forma do Estado enquanto condição de sua existência?

Na Palestina, elementos da luta popular amiúde se auto-organizaram historicamente. Mesmo não havendo identificação explícita enquanto “anarquismo”. “As pessoas já realizavam organizações horizontais, ou não hierárquicas por todas as suas vidas”, disse Beesan Ramadan, outra anarquista local, que descreve o anarquismo enquanto “tática”, apesar de questionar a necessidade de um rótulo. Ela continua, “Já está na minha cultura e no próprio modo através do qual o ativismo Palestino funciona e funcionou. Durante a Primeira Intifada, por exemplo, quando a casa de alguém era demolida, as pessoas se organizavam para reconstruí-la, quase espontaneamente. Enquanto uma Palestina anarquista, procuro retornar às raízes da Primeira Intifada. Não veio de uma decisão política. Veio contra a vontade da OLP (Organização para a Libertação da Palestina”. Yasser Arafat declarou independência em Novembro de 1988, após a Primeira Intifada ter começado em Dezembro de 1987″, diz Ramadan, continuando “…para sabotar os esforços da Primeira Intifada”.

O caso Palestino aprofundou suas complicações nas décadas recentes. O panorama de uma auto-organização preponderantemente horizontal na Primeira Intifada, foi substituída em 1993 com a assinatura dos Acordos de Oslo e a criação de cima para baixo da Autoridade Palestina (AP) que criaram. “Agora, aqui na Palestina”, observa Ramadan, “nós não temos o significado de autoridade que outras pessoas desafiam… Nós temos a AP e a ocupação, e nossas prioridades são sempre confusas. A AP e os Israelenses [estão no] mesmo patamar porque a AP é uma ferramenta para Israelenses oprimirem Palestinos”. Nimer também compartilha sua perspectiva, argumentando que agora, a AP se expandiu muito mais amplamente, e que muitos agora a observam como uma “proxy-occupation”.

 “Ser um anarquista não significa carregar uma bandeira rubro-negra ou participar do Black Bloc”, ressalta Ramadan, se referindo às táticas anarquistas de protestos estabelecidas, de vestir roupas negras e cobrir a o rosto. “Eu não quero imitar nenhum grupo ocidental no modo que “fazem” o anarquismo… não vai funcionar aqui, porque você precisa criar uma nova consciência nas pessoas, e elas não entendem este conceito”. Entretanto, Ramadan acredita que a baixa visibilidade dos anarquistas Palestinos, e a falta de consciência sobre o anarquismo entre Palestinos de maneira mais ampla, não necessariamente significa que existem poucos. “Eu acho que existe um bom número de anarquistas na Palestina”, ela percebe, apesar de admitir mais tarde, “… mas, por agora, é uma opinião individual, apesar de estarmos todos ativos em nossos próprios meios”.

Esta falta de um movimento anarquista unificado na Palestina pode ser resultante do fato de os anarquistas Ocidentais nunca terem realmente focado no colonialismo. “[Escritores ocidentais] não tiveram essa necessidade”, argumenta Budour Hassan, um ativista e estudante de direito. “A luta deles era diferente”. Nimer também acrescenta: “Para um anarquista nos Estados Unidos, a descolonização pode fazer parte de uma luta antiautoritária; para mim, é simplesmente o que precisa acontecer”.

Significativamente, Hassan amplia sua própria compreensão do anarquismo além das posições que se colocam meramente contra o Estado ou o autoritarismo colonial. Ela se refere ao romancista Palestino e nacionalista Árabe Ghassan Kanafani, percebendo que apesar de ter desafiado a ocupação, “…ele também desafiou as relações patriarcais e a burguesia… é por isso que eu penso que Árabes – anarquistas Palestinos, do Egito, da Síria, de Bahrain – precisam começar a reformular o anarquismo de um modo que possa refletir nossas experiências de colonialismo, nossas experiências enquanto mulheres em uma sociedade patriarcal, e assim por diante”.

“Apenas fazer parte de uma oposição política não irá salvar você”, adverte Ramadan, acrescentando que para muitas mulheres, “Quando você se levanta contra a ocupação, também precisa se levantar contra a família”. De fato, a superênfase de retratos de mulheres nos protestos, ela continua, mascara o fato de que na realidade, muitas mulheres precisam lutar só para estarem lá. Mesmo comparecer em reuniões vespertinas requer das mulheres jovens uma superação das limitações sociais não enfrentadas, em contrapartida, pelos homens.

“Enquanto Palestinos, temos que estabelecer uma conexão com os anarquistas Árabes”, diz Ramadan, influenciada pela sua leitura do material proveniente de anarquistas no Egito e na Síria. “Nós também temos muito em comum e, em função do isolamento, acabamos encontrando anarquistas internacionais que às vezes, por mais que sua política seja boa, permanece presa em suas ideias errôneas e Islamofobia”.

Em um pequeno trecho publicado na Jadaliyya (revista online) intitulado “Esclarecimentos Anarquistas, Liberais, e Autoritários: Notas da Primavera Árabe”, Mohammed Bamyeh argumenta que as recentes insurreições Árabes refletem “…uma rara combinação de métodos anarquistas e intenções liberais”, notando que “…o estilo revolucionário é anarquista, no sentido de que necessita pouca organização, liderança, ou mesmo coordenação, [e] tende a desconfiar de partidos e hierarquias mesmo após o sucesso da revolução”.

Para Ramadan, o nacionalismo também representa um problema significante. “As pessoas precisam do nacionalismo em tempos de luta”, ela admite, “[Mas] às vezes se torna um obstáculo… Você sabe o que sentido negativo do nacionalismo significa? Significa que você só pensa enquanto Palestino, que os Palestinos são os únicos que sofrem no mundo”. Nimer também acrescenta, “Estamos falando sobre sessenta anos de ocupação e limpeza étnica, e sessenta anos de resistência através do nacionalismo. Isso é muito longo, não é saudável. As pessoas podem ir do nacionalismo ao fascismo muito rapidamente”.

As multidões de Dezembro no Cairo, na praça Tahrir, podem ainda oferecer esperança para os Palestinos anarquistas. Enquanto o presidente Mohamed Morsi consolida poderes executivos, legislativos e judiciais em seu escritório, grupos anarquistas se juntam às manifestações. Estes Egípcios atualmente chamam a si próprios de anarquistas e abraçam o anarquismo enquanto tradição política. De volta à Ramallah, Nimer reflete: “Frequentemente, sou pessimista, mas você não pode descontar nos Palestinos. Podemos irromper a qualquer momento. A Primeira Intifada começou com um acidente de carro”.

Este artigo apareceu originalmente na edição de Fevereiro da revista Libanesa “O Posto Avançado”.

Tradução > Malobeo

agência de notícias anarquistas-ana

no canto da janela
nova linha do horizonte:
o fio da aranha.

Tânia Diniz
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[Chile] Documentário “Montagem: Caso Bombas”

ago13
por cordellibertario em 13 \13\-03:00 agosto \13\-03:00 2013 no 11:55
Postado em: Notícias Libertárias


Através de vários testemunhos, o documentário “Montagem: Caso Bombas” constrói um sólido relato que conta de forma crítica e didática as várias situações e eventos relacionados com o conhecido “Caso Bombas”, montagem política-policial contra vários grupos e indivíduos que professavam a ideologia anarquista na região chilena.

Basicamente, chamado pela grande imprensa chilena como “Caso Bombas”, é um fato “político-midiático”, que tem a sua localização na cidade de Santiago, região do Chile, que consistia em uma complexa trama de eventos que procuraram criminalizar o movimento anarquista desta região do planeta, assim como continuar a doutrina do “inimigo interno”, ideia que o Estado chileno vem desenvolvendo historicamente. Na construção dessa situação estiveram profundamente envolvidos os meios de comunicação hegemônicos, que foram transformados em uma parte estratégica a serviço dos interesses do Estado. Essa atitude da mídia é muito semelhante à que ocorre diariamente contra a causa Mapuche, onde Estado e imprensa burguesa associam-se para proteger os interesses de grandes empresas capitalistas de silvicultura, mineração e energia no território ancestral Mapuche. O polêmico “Caso Bombas” se desenvolveu entre os anos de 2009-2012, a partir da morte de Mauricio Morales – passando pela detenção e prisão de vários companheiros – até a absolvição final e a liberdade concedida a eles.

O documentário começa narrando o caso particular relacionado com a morte do anarquista Mauricio Morales, fato que marca o início de toda a orquestração midiática-repressiva do Estado chileno contra o movimento anarquista em geral. Através da voz de diferentes entrevistados – incluindo historiadores, advogados, réus no caso e habitantes de casas invadidas – reconstrói a história do que aconteceu.

Deve-se ressaltar que o documentário não trata da análise específica do “Caso Bombas”, mas tenta gerar uma visão mais abrangente do movimento anarquista e sua história dentro da teoria e da prática revolucionária. É por isso que o documentário “Montagem: Caso Bombas”, elaborado pelo Canal Barrial 3 do Bairro Yungay, se constitui como uma peça fundamental para a compreensão de como a repressão do movimento anarquista, assim como os procedimentos gerais dos Estados para intimidar e destruir qualquer iniciativa que ameace os valores e projetos do capital.

É encorajada a reprodução deste material, por qualquer meio. A propriedade é um roubo; divulgue como e onde quiser.

Para ver o documentário “Montagem: Caso Bombas”, clique aqui:

http://www.youtube.com/watch?v=-KLM9VeWvYg
agência de notícias anarquistas-ana

Joaninha caminha
no braço da menina.
Olhar encantado.

Renata Paccola
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[Grécia] Atualização sobre os dois anarquistas presos em Tessalônica

ago13
por cordellibertario em 13 \13\-03:00 agosto \13\-03:00 2013 no 11:49
Postado em: Notícias Libertárias


Os dois companheiros que se apresentaram para o interrogatório anteontem, 17 de julho, em Loukareos, Atenas, estão lidando com as seguintes acusações:

• Participação em organização terrorista com o caso adicional de preparar, prover, e possuir material explosivo para o serviço de uma organização terrorista [isso é sobre a Conspiração das Células de Fogo (CCF)].

• Ato terrorista de tentativa de homicídio sem oposição de consciência.

• Ato terrorista de explosão intencional e com o uso de material explosivo do qual poderia resultar (e resultou) em perigo à propriedade privada, para seres humanos e para instalações de utilidade comum e contra os quais foram causados danos corpóreos repetidamente.

• Ato terrorista de preparação, suprimento e posse de material explosivo e bombas com a intenção de causar dano à propriedade privada e contra seres humanos, de forma contínua.

• Ato terrorista incendiário do qual poderia resultar perigo comum à propriedade privada e à seres humanos, para ambos e repetidamente.

• Ato terrorista de dano criminal contra a propriedade privada, que foi conduzido de acordo com um dos itens do artigo 270 do código penal, para ambos e repetidamente.

Além disso, junto com os 10 presos da CCF, também são considerados instigadores das 4 ações do Projeto “Fênix” (três ataques na Grécia e um na Indonésia).

No dia 17 de julho, às 10 horas da manhã, os dois presos se apresentaram ao interrogador, que decidiu mantê-los retidos.

Os companheiros foram transferidos para a prisão de Koridallos.

Do lado de fora do Tribunal, havia uma manifestação de solidariedade.

Solidariedade para todos os companheiros reféns!

Força, companheiros!

Fúria e consciência!

Tradução > Malobeo

Notícia relacionada:

http://noticiasanarquistas.noblogs.org/post/2013/07/16/grecia-liberdade-para-os-lobos-do-norte/
agência de notícias anarquistas-ana

Preenchendo o vazio
das tardes intermináveis,
a cigarra canta.

Alberto Murata
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[Reino Unido] Fogo e barricadas durante a expulsão de squatters no bairro de Brixton, em Londres

ago13
por cordellibertario em 13 \13\-03:00 agosto \13\-03:00 2013 no 11:47
Postado em: Notícias Libertárias


Na última segunda-feira, 15 de julho, policiais e oficiais de justiça chegaram juntos durante a manhã para expulsar à força os ocupantes de seis squatters na Rushcroft Road em Brixton, na zona sul de Londres. No total, 75 ocupantes foram expulsos.

Alguns desses ocupantes estavam ali há 32 anos!

Várias pessoas se juntaram para tentar resistir fisicamente à polícia e aos oficiais de justiça armados (como são, de praxe, no Reino Unido…) aos gritos de “Não às Expulsões”. Face ao forte contingente repressivo, a expulsão não tardou a acontecer. Mas os enfrentamentos seguiram pelas ruas, nas barricadas levantadas e nas latas de lixo que foram incendiadas.

Segundo a imprensa local, duas pessoas foram presas por “agressão e vandalismo”.

Há longos anos, a gentrificação [aburguesamento urbano] devasta pouco a pouco os bairros populares de Brixton.

Recordam-se notavelmente as lutas ali empreendidas há mais de dez anos para defender o squatter de atividades anarquistas da rua Railton 121, no mesmo bairro de Brixton.

A agência imobiliária Foxtons, que adquiriu aqueles locais nesse ano, foi coberta de pichações e de latas de tinta logo no começo do mês de julho, durante uma manifestação.

Tradução > Tio TAZ

agência de notícias anarquistas-ana

café-da-manhã,
bem-te-vis gritando:
que bom acordar!

Valdir Peyceré
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“O fascismo mantêm uma presença muito alta na Alemanha”

ago13
por cordellibertario em 13 \13\-03:00 agosto \13\-03:00 2013 no 11:36
Postado em: Notícias Libertárias


Falamos com dois companheiros da CNT de Compostela [Espanha] a pretexto de sua viagem a terras germânicas para participar em uma série de conferências junto à FAU [União Livre de Trabalhadores] e outros grupos anticapitalistas, sobre a crise e as repostas sociais.

Por N. Rodríguez e A. Rodríguez

Pergunta > Qual o volume do movimento anarquista vocês perceberam?

Resposta < É igual aqui, o movimento anarquista é minoritário e principalmente no tocante ao aspecto anarcosindical. O que sim temos encontrado é um movimento autônomo bastante organizado, ademais de muito boas relações entre os diferentes movimentos anarquistas e de esquerda anticapitalista, graças ao qual se tem conseguido ter uma presença coletiva importante em muitas cidades e levar adiante iniciativas autogestionárias que cobrem necessidades que vão mais além do trabalhista na vida das pessoas. Como exemplo, em quase todas as cidades se conta com um centro social ocupado, normalmente com muitos anos em suas costas, que compartilham diferentes coletivos, entre eles a FAU, e que se utilizam como comedores sociais, jardins de infância, sede de rádios livres, locais para atos culturais…

Pergunta > E o que consistiu as conferências e as palestras?

Resposta < A ideia inicial era participar junto com outros membros de coletivos galegos em uma série de três palestras – em Kiel, Bremen e Hamburgo -, coorganizadas pelos sindicatos locais da FAU e outros grupos anticapitalistas, nas quais se abordariam diferentes visões sobre a incidência da crise na Galícia e no Estado espanhol, cabendo a nós a visão sindical da CNT. Para nossa satisfação, o projeto se ampliou graças a gestão dos companheiros e companheiras e pudemos estender as palestras a outras três cidades – Hannover, Frankfurt e Freiburg-, e só com a FAU. A temática das palestras girou em torno da degradação das condições de trabalho e sociais no Estado espanhol e as respostas dadas desde o ano passado, especialmente sobre a convocatória das duas greves gerais, a repercussão dos movimentos sociais e o aumento da repressão por parte das instituições do Estado. A dinâmica foi flexível em cada lugar e muito participativa, permitindo-nos aprender com as experiências de uns e outros.

Pergunta > Com que dificuldades se depara a FAU principalmente?

Resposta < Igual ao que ocorre aqui, se encontram no meio de uma sociedade bastante desideologizada e desmobilizada que, em linhas gerais, tem assumido totalmente o modelo sindical, político, econômico e social instaurado com o Estado de bem estar, talvez lá, inclusive seja mais grave, porque apesar das consequências das crises não têm pesado tanto para que a classe trabalhadora comece a sair do sonho de se acreditar classe média. Nesse contexto, é muito difícil conseguir solidariedade no trabalho, mais ainda pensar em formar seções sindicais. Mas também, qualquer iniciativa sindical baseada na ação direta choca frontalmente com uma legislação estatal que impede quase tudo, inclusive a greve. A capacidade atual da maioria dos sindicatos da FAU só alcança para algum esporádico conflito trabalhista individual em que se consiga pouco ou nada. Além disso, apesar de terem grandes grupos relacionados em cada cidade, não contam com muita militância que lhes permita estender sua atividade mais além dos aspectos trabalhista.

Pergunta > Quais são os pontos fortes das atividades da FAU?

Resposta < Em que pese as limitações da atuação sindical, parece que tem encontrado na ação social e cultural um bom meio de levar à realidade outras lutas anarquistas. Já temos comentado antes algo sobre como levam a bom resultado, iniciativas sociais que ofereçam uma alternativa prática e real ao sistema, e realizam também um importante trabalho de difusão da ideologia anarquista mediante palestras, cursos, projeções, publicações… Outro ponto forte parece estar na luta antifascista. O fascismo, em que pese o que escondem os meios de comunicação, mantêm na Alemanha uma presença muito alta e organizada, levando a cabo muitas ações violentas contra antifascistas com o consentimento velado das autoridades. As manifestações e contra-manifestações entre fascistas e antifascistas são uma prática habitual em que a FAU têm quase sempre presença e que mobilizam em massa os setores mais contestatórios.

Pergunta > Que trazeis de positivo de lá?

Resposta < Muitas coisas. O levar um pouco a prática a solidariedade que já compartilhamos na teoria, criar vínculos, compartilhar experiências, viver outras… Muitas amigas e amigos. Mas sobretudo, ideias, uma visão mais ampla de como o sistema ataca as pessoas em todas as partes e de como podemos nos organizar para enfrentá-los. E esperanças para o futuro. Não podemos mais que valorizá-lo como uma experiência muito enriquecedora.

Pergunta > Algo negativo?

Resposta < Nada.

Pergunta > A visita originou algum projeto?

Resposta < Por enquanto só ficamos de manter contato e tentar tornar possível alguma visita em qualquer dos dois sentidos. Possibilitar algumas dessas visitas, sim tentaremos buscar uma forma de aproveitá-la ao máximo para compartilhar experiências e estreitar laços de solidariedade entre a CNT e a FAU.

Fonte: Periódico CNT – junho 2013

Tradução > Sol de Abril

agência de notícias anarquistas-ana

Cigarras cantam
Nos grandes arvoredos;
Depois perecem.

Ze de Bonifácio
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[Espanha] Burgos: V aniversário da Biblioteca Anarquista La Maldita

ago13
por cordellibertario em 13 \13\-03:00 agosto \13\-03:00 2013 no 11:35
Postado em: Notícias Libertárias


[A Biblioteca Anarquista La Maldita cumpre seu quinto ano de caminhada como um projeto de divulgação do pensamento crítico e libertário em Burgos. Em comemoração ao seu V aniversário, estará acontecendo uma série de atividades na Biblioteca (ver cartaz em anexo) no próximo fim de semana, 20 e 21 de julho.]

Comunicado:

Longe vai aquele maio em que a Biblioteca Anarquista La Maldita abriu suas portas. Hoje comemoramos o V aniversário. Cinco anos de autogestão, divulgação e luta.

Não foram fáceis esses anos cheios de obstáculos, frustrações e esforços, mas continuamos com a ilusão do primeiro dia, porque cada vez é mais claro qual o caminho para vencermos a batalha. Uma batalha pela destruição de tudo o que nos oprime, pela liberdade.

Continuamos comprometidos com a autogestão, como forma de nos organizar, pois preferimos ficar longe dos interesses predatórios das entidades estatais ou privadas, mantendo nossos princípios de horizontalidade e autonomia, nos organizando em assembleias. Continuamos comprometidos, mais do que nunca, pela propagação das ideias libertárias, fortalecendo e atualizando nosso arquivo e realizando várias atividades, como palestras, debates, jornadas… etc., buscando trazer uma perspectiva anarquista sobre os conflitos atuais e futuros. Mas, acima de tudo, continuamos comprometidos com a luta, gerando as ferramentas necessárias para crescer e aprender em conjunto, colocando-as em prática, a fim de construir uma resistência diante às condições de vida com as quais o capitalismo nos mata. Não acreditamos termos ganhado nenhuma batalha nos últimos cinco anos, porém com esforço e perseverança das pessoas que formam este projeto, conseguimos consolidar um espaço de reflexão e de luta, em que os valores de solidariedade e apoio mútuo se opõem ao canibalismo capitalista.

Em suma, participar desses conhecimentos ocultos que discorrem subterraneamente contra o discurso imposto e conseguir articular a prática que deles se mostra segue sendo nossa velada declaração de intenções.
Ainda há muito o quê fazer! Por mais cinco anos!

Morte ao Estado e Viva a Anarquia.
agência de notícias anarquistas-ana

No entardecer
O azul celeste
Manchado é pelo arranha-céu
Dalva Sanae Baba
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[Argentina] Chamada para o V° Encontro Social desde abaixo e por fora do Estado

ago13
por cordellibertario em 13 \13\-03:00 agosto \13\-03:00 2013 no 11:35
Postado em: Notícias Libertárias


Estimados companheirxs:

Para participar do V° Encontro Social desde abaixo e por fora do Estado a realizar-se na cidade de Entre Ríos no mês de setembro (14 e 15) necessitamos que enviem um e-mail a encuentrodesdeabajo@gmail.com detalhando:

 • Organização social a que pertencem e espaço em que se desenvolvem.

 • Lugar de onde viajam.

 • Quantidade de companheirxs que vão participar do encontro.

Uma vez recebido o e-mail se enviará uma planilha de inscrição e toda a informação necessária para participar.

Anexamos a este e-mail um convite e caracterização do Encontro Social.

Convite:

V° Encontro Social desde abaixo e por fora do Estado

Temos o prazer de convidá-lx para o espaço que nos damos um conjunto de organizações sociais no país: O Encontro Social Desde Abaixo e por fora do Estado, que neste ano se realizará nos dias 14 e 15 de setembro de 2013.

Desde algum tempo, militantes organizados em diferentes províncias e localidades, nos encontramos, a partir de Jujuy até a Tierra del Fuego, a partir de Buenos Aires a La Rioja, já que decidimos fazer nosso lugarzinho xs exploradxs do trabalho, xs excluidxs do bairro, xs deserdadxs do campo, xs originárixs da terra, xs marginalizadxs da educação… xs de abaixo, necessitamos juntarmos-nos uma vez mais, este ano mais que nunca, tendo em conta que os de acima tem hegemonizado os discursos sobre a democracia e desperdiçado todo tipo de recursos em seu golpe eleitoral.

Assim como o fizemos em novembro de 2010 em José C. Paz (província de Buenos Aires), em abril de 2011 em Rosário, em dezembro de 2011 em Chaco, em 2012 em Córdoba, neste encontro nos juntaremos para debater em oficinas e em plenária a forma de multiplicar e fortalecer os espaços de resistência do qual fazemos parte. Sem irmos atrás de qualquer proposta eleitoral nem recorrermos ao Estado, nestes momentos de definição e luta devemos marcar uma postura que só beneficie xs de abaixo. Como já o fizemos na campanha “Os Políticos Não Servem“, temos que aprofundar e multiplicar relações e as ações que viemos levando adiante em cada localidade para conseguir essa mudança que tanto almejamos, desde abaixo e por fora do Estado, com esforço e militância.

Como sempre dizemos, estamos em busca de um mundo mais justo onde haja possibilidades para todos e todas. Para isto nos organizamos SEM líderes NEM chefes, NEM DEPENDÊNCIA de nenhum partido político, nem governo algum. Para que nossos filhos cresçam livres em um mundo melhor e mais são.
Nossa luta é para alcançar a dignidade humana sem que ninguém seja privilegiado sobre o resto. Nossa luta não quer pessoas que mandem e pessoas que obedeçam, senão pessoas que participem de igual a igual.
Nossa luta é por liberdade!

Bem vindos ao V° Encontro Social desde abaixo e por fora do Estado – setembro de 2013, Entre Ríos. Em breve enviaremos circular com a info necessária para chegar ao lugar e organizar a estadia, bem como a ficha de inscrição.

Te esperamos!

Arriba lxs que lutam!

Comissão Organizadora do V° Encontro Social desde abaixo e por fora do Estado

Tradução > Caróu
agência de notícias anarquistas-ana

Mensagem no ar
Tributo à minha saudade —
Sabiá-laranjeira
Neiva Pavesi
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[Grécia] Liberdade para os Lobos do Norte

ago13
por cordellibertario em 13 \13\-03:00 agosto \13\-03:00 2013 no 11:34
Postado em: Notícias Libertárias


Na noite de quinta-feira, dia 11 de julho, policiais invadiram a okupa anarquista Nadir, roubando equipamentos, provocando danos e prendendo um camarada. Ao mesmo tempo, outro grupo de brutamontes uniformizados prendeu outro camarada na área de Stavroupoli, Tessalônica.

Não iremos falar sobre “ações judiciais injustas”, sobre “o clima de terror contra aqueles que lutam”, nem mesmo sobre o “novo totalitarismo” e coisas do gênero. Sabemos que nada disso é novo. Estas são simples fotografias da antiga guerra entre dois mundos incompatíveis: de um lado, o mundo repugnante da Autoridade, das massas submissas e do abismo social; do outro, os insurgentes anarquistas, os lutadores insubordinados da Negação, aqueles que não se curvam perante ninguém.

Não falaremos nem mesmo sobre os outros. Os que se sentem secretamente felizes e aliviados nestes dias. Agora não é a hora nem o local para fazê-lo. Eles devem ter em mente, no entanto, que chegará o momento de falar sobre tal assunto.

Nós iremos falar sobre nossos irmãos. Por todos aqueles que desprezam o conforto da luta social intra-sistêmica e jogam a si mesmos, sorridentes, luta adentro. Por todos aqueles que se associam à guerra anarquista e na insurreição contínua utilizando diferentes meios e de diferentes baluartes.

Nós iremos falar sobre os camaradas da rede FAI/IRF [Federação Anarquista Informal], sobre os guerreiros da ALF [Frente de Libertação Animal] e ELF [Frente de Libertação da Terra], sobre os ilegalistas convictos, sobre os ladrões de banco, e também sobre aqueles lutadores dos quais talvez estejamos separados ideologicamente, mas com os quais nos encontramos juntos atrás das barricadas nas ruas e nas trincheiras.

Nós iremos falar sobre amor e solidariedade entre camaradas. Sobre a não-negociável e intransigente solidariedade, que é forjada à fogo e não através das lamúrias humanistas  de democratas de cores quaisquer.

Para nós, não importa se nossos camaradas, que foram capturados quinta-feira, fizeram aquilo que estão sendo acusados. Porque sabemos que este caminho não começa e não termina com a luta armada, e talvez nunca atinja tal ponto. É um caminho de consciência que todos nós escolhemos, muito tempo atrás…

Solidariedade aos dois irmãos presos e os camaradas da Nadir!

Liberdade para todos os anarquistas presos de guerra e para todos os rebeldes irredutíveis!

Vida longa à Internacional Negra!

Nem um passo a atrás!

Fúria e consciência!

Projeto Anarquista A-politiko

Tradução Anarquista/publicação do projeto Erevos

Projeto Anarco-niilista Parabellum

Fronte de Consciência Anarco-niilista para a difusão do Negativo

Tradução > Malobeo

Notícia relacionada:

http://noticiasanarquistas.noblogs.org/post/2013/07/15/grecia-mega-operacao-policial-em-tessalonica-prende-dois-anarquistas/
agência de notícias anarquistas-ana

umidade de orvalho
na folha verde da manhã
brilho de sol nas gotas

Marland
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[França] 1993-2013: 20 anos sem Léo Ferré

ago13
por cordellibertario em 13 \13\-03:00 agosto \13\-03:00 2013 no 11:33
Postado em: Notícias Libertárias


Morrer, num 14 de julho – não havia outro dia para que Léo Ferré o fizesse! E, em julho de 2012, Max Leroy nos propôs seu primeiro texto¹: um livro que inscreve Léo Ferré na longa tradição anarquista. À ocasião desses dois aniversários, o Ateliê de Criação Libertária [Editora] vos propõe de obter tal obra sob diversos formatos:

• A versão em papel, por 12 euros.

• A versão ebook (diversos formatos possíveis) por 4 euros: poderá ler ainda o livro no tablet, smartphone, computador .

• A versão em papel + versão ebook por apenas 1 euro a mais: por 13 euros, você terá o prazer de ter entre as mãos o livro… e de o ter também no seu tablet, smartphone e computador.

E, sobretudo, não se esqueça de escutar ou reescutar as canções do “pai” Ferré, elas não vão no pacote!

Lágrimas Libertárias – Política de Léo Ferré

Max Leroy – 154 páginas

O cantor é conhecido: nenhuma necessidade de reapresentá-lo. Mas quem foi o poeta e o escritor? E mais particularmente o escritor político da Irlanda do Norte à queda de Allende, da guerra da Argélia à ditadura Franquista, Léo Ferré foi uma testemunha crítica do seu tempo. Se ele hesitou em se considerar como um “militante”, sua obra e sua vida testemunham todo tempo um engajamento contínuo. É este engajamento, inscrito na longa tradição anarquista que é posto à prova ao longo de todo seu livro. “Homens de pé não se deitam a não ser para morrer”, disse um dia.

Se o homem morreu, o poeta demora a esvanecer, seus versos batem à porta de nosso tempo.

[1] Em 2013, Max Leroy tornou a nos apresentar Jean Sénac, “poeta, socialista, anarquista, revolucionário, cristão incrédulo, homossexual… “; nascido pé-negro (pied-noir: filho de franceses nascido na Argélia) e filho espiritual de Camus, ele tomou pra si a causa da independência da Argélia. Uma Argélia para todos: árabes, berbéres, kabyles, judeus ou europeus. Ele predisse que seria assassinado, e foi encontrado nas favelas de Argel, rua Eliseu Reclus, o crânio fraturado e o corpo repleto de cortes de faca. Cidadão do Vulcão – Epitáfio para Jean Sénac.

http://www.atelierdecreationlibertaire.com/

Tradução > TAZ

agência de notícias anarquistas-ana

olhos dos meninos
as luzes do pisca-pisca
se multiplicaram

José Marins
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Eventos anarquistas pelo mundo

ago13
por cordellibertario em 13 \13\-03:00 agosto \13\-03:00 2013 no 11:32
Postado em: Notícias Libertárias


[Na sequência, informações curtas de alguns eventos anarquistas que estarão acontecendo nos próximos dias mundo afora, que buscam estimular a organização, a luta, a solidariedade, a discussão e a reflexão como formas de combate às várias faces da autoridade.]

Ucrânia

O “Festival Anarcofeminista da Crimeia” será realizado de 13 a 17 de julho, num acampamento rural, objetivando a troca de experiências, ideias e o fortalecimento dos trabalhos em rede, entre grupos anarcofeministas de diferentes países da Europa, principalmente de ativistas da Ucrânia, Rússia, Bielorússia e Polônia. O programa do encontro inclui palestras, debates, oficinas, treinamentos, estratégias, mostras e festas.

Espanha

A “Primeira Feira do Livro Anarquista na Guarda“, na Galícia, foi marcada para os dias 19, 20 e 21 de julho. A feira traz lançamento de livros e revistas, exibição de documentário, teatro, almoço vegano… Durante todo o evento haverá um espaço para a exposição de material antiautoritário, assim como um espaço de bebidas e comidas a preços populares e outro para acampamento.

Filipinas

De 22 a 26 de julho, acontece o “Anarkiya Fiesta“, na Universidade Politécnica das Filipinas, em Manila. Um festival com cinco dias de atividades anarquistas. Na programação: fórum de discussão e apresentações culturais, comida livre fornecida pelo Food Not Bombs (Comida Sim Bombas Não), impressão DIY  (Faça Você Mesmo) de camisetas, oficinas de cozinha vegetariana, exposição de fotos e arte, apresentação de slides, maratona de cinema, sessão de yoga, oficina de autodefesa, entre outras coisas.

México

A “Segunda Feira do Livro e Publicações Anarquistas de Guadalajara” acontece em 26 e 27 de julho, na Casa Arcol. Palestras, lançamentos editoriais, recital musical, apresentação de zines, entre outras coisas, estão na programação do encontro. Todos os dias haverá exposição e venda de material literário relacionado ao anarquismo, dos diferentes projetos editoriais locais.

Venezuela

Nos dias 26, 27 e 28 de julho será realizado o “Segundo Encontro Anarcopunk” da cidade de Mérida. O evento, uma espécie de acampamento libertário de final de semana, terá palestras, concertos, cabaret de circo, exibição de filmes, oficinas e festa.

França

A CNT francesa está organizando o “Festival e Encontro Libertário com Lucio, o Irredutível“, nos dias 27 e 28 de julho, em Haut-Jura. Dentre as atividades programadas, com a presença de Lucio, debates, projeção do filme sobre ele (“Lúcio anarquista, assaltante, falsificador, mas sobretudo pedreiro”), bufê com preço livre. Lucio é um veterano anarquista, que conseguiu roubar milhões do National Bank (agora Citibank) e investir o dinheiro em causas que acreditava.

Itália

“Anticlericalia“. Uma jornada de festa com debates, mostra de filmes, música, apresentação editorial (“L’anarchia Cristiana di fra Dolcino e Margherita“) e comida (com vinho direto da sacristia), em 29 de julho, em Milano. Organização: Ateneu Libertário de Milano, Cascina Autogestita Torchiera Senz’acqua.

agência de notícias anarquistas-ana

Nas águas do mar
Águas-vivas flutuam
Tranquilamente…

Miranda
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[Grécia] Mega operação policial em Tessalônica prende dois anarquistas

ago13
por cordellibertario em 13 \13\-03:00 agosto \13\-03:00 2013 no 11:30
Postado em: Notícias Libertárias

Na última quinta-feira, 11 de julho, à noite, dois anarquistas foram presos em Tessalônica após gigantesca operação das forças de repressão gregas. A polícia invadiu a ocupação anarquista Nadir, destruindo parte da infraestrutura do espaço, confiscando diversos materiais de propaganda e prendendo um companheiro que se encontrava no local. O outro anarquista foi preso no bairro de Stravroupoli. Ambos são acusados, especificamente, de participação no Projeto Fênix (grupos de guerrilha urbana anarquista).

Ao mesmo tempo, houve uma operação orquestrada da mídia com os mesmos jornalistas que andam lado a lado com a polícia. No jornal Vima, por exemplo, lugares particulares e um companheiro específico foram retratados por meio de fotografias.

Na tarde de sexta-feira (12), os policiais realizaram um pronunciamento desprezível.

Acusações graves foram atribuídas sem conexão com a “evidência” confiscada. Há uma acusação por “posse de explosivos” sem que tenham encontrado explosivo algum.  Em um delírio estúpido, os policiais também incluíram em seu pronunciamento uma ação em um hotel de Jakarta, na Indonésia. Obviamente, estão testando nossos limites, os limites de todas as camadas sociais, enforcando-as até que encontrem resistência.

A cena se repete: policiais prendem camaradas, conhecidos ou não, os carregam de acusações graves de terrorismo e – como um modismo – anarquia, acusações que não são acompanhadas de evidências ou achados, seguido pela exposição dessas pessoas, de seus amigos, parentes, e finalmente, serão chamados após anos na prisão, para provar ao tribunal que não são elefantes, e que não fizeram aquilo que dizem as acusações.

Infelizmente, o totalitarismo que cresce em todo canto irracionalmente, e a arbitrariedade, tendem a se tornar uma regra. E a regra só pode ser seguida por meio do hábito, da apatia, e da indiferença.

Os presos em Tessalônica foram transferidos para Atenas, para GADA (o covil da polícia de Atenas), visto que suas acusações também incluem participação em organização terrorista e especificamente uma tentativa de os conectarem ao grupo de guerrilha urbana Conspiração das Células de Fogo (CCF), o que significa que em breve receberão a visita de um interrogador encarregado do caso CCF.

Logo após os incidentes em Skouries, que incluem prisões, espancamentos, confrontos (como o dos professores no Ministério da Educação), ataque dos machões brutamontes da Polícia Delta na intervenção por Kostas Sakkas, e o ataque conjunto de policiais e neonazistas no espaço social “Synergio” em Ilioupoli, o Estado grita “eu estou e estarei aqui”.

O ministro da segurança e da opressão, Dendias, logo após o pronunciamento dos policiais sobre as prisões em Tessalônica, lembra que o Estado realmente é: opressão e “unidade nacional”.

Nenhum refém nas mãos do Estado.

Solidariedade a todos aqueles que se revoltam.

Segurem firme: nós estamos com vocês.

Notícia de última hora…

Hoje, 15 de julho, foi concedido o pedido de libertação do anarquista Vaggelis Stathopoulos. Ele havia sido condenado no caso Luta Revolucionária. Sua prisão foi substituída por medidas cautelares: 2 mil euros de fiança, obrigação de se apresentar a cada duas semanas na delegacia de polícia mais próxima e proibição de sair do país.

Tradução > Malobeo

agência de notícias anarquistas-ana

Só uma metade…
Quem foi que escondeu
O resto da Lua?

Maria Helena Lourenço Tavares

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100 anos de anarquismo na Nova Zelândia celebrados hoje

ago13
por cordellibertario em 13 \13\-03:00 agosto \13\-03:00 2013 no 11:29
Postado em: Notícias Libertárias

100 anos de anarquismo na Nova Zelândia celebrados hoje

Um judeu alfaiate e seu fox terrier; um carpinteiro de Wellington, firme homem de família – não são o seu estereótipo de anarquistas-lança-bombas. Entretanto, hoje, passados 100 anos, Philip Josephs e Carl Mumme foram os dois fundadores do Grupo Liberdade (Freedom Group) – um dos primeiros coletivos anarquistas da Nova Zelândia.

“Apesar de que a imagem de uma figura clandestina vestida de preto salte a mente” percebe Jared Davidson, autor de Sewing Freedom: Philip Josephs, Transnationalism & Early New Zealand Anarchism(Costurando Liberdade: Philip Josephs, Transnacionalismo e o Novo Anarquismo na Nova Zelândia), “anarquistas como Josephs e Mumme são pessoas comuns. Foram ativos em seus sindicatos, nas esquinas, e em suas comunidades”. O que os separou, diz Davidson, foi “sua crítica à relações coercivas, escravidão do salário, e uma visão mais equitativa e humana do mundo”.

O Grupo Liberdade foi formado no dia 9 de Julho de 1913 na loja de costuras de Philip Joseph, no primeiro andar da Rua Willis, nº 4, em Wellington. “Uma questão que deveria, de alguma forma, surtir efeito esclarecedor sobre a atmosfera um tanto mística nesta cidade é o movimento ter formado um Grupo Anarquista em Wellington”, escreveu o jornal do proletariado radical, o Maoriland Worker (Trabalhador da Terra Maori), “pois este fato irá providenciar àqueles que aceitem a filosofia Anarquista com o local ao qual pertencem… compreendemos que isso será o primeiro grupo Anarquista formado na história da Nova Zelândia”.

Existe pouco material sobre o Grupo Liberdade e seus membros, mas como argumenta Davidson, “a emergência do Grupo Liberdade em 1913 significou um grande avanço na práxis anarquista na Nova Zelândia”. Assim como a importação de panfletos populares ao redor do mundo, o Grupo Liberdade manteve discussões noturnas regulares sobre uma série de tópicos radicais.

“Tão populares eram estas conversas” escreve Davidson, “que foram logo movidas da Rua Willis para o grande Salão Socialista na Rua Manners”.

Em uma noite de Setembro em 1913, 120 pessoas participaram de um evento social anarquista de um modo que nunca havia sido realizado na Nova Zelândia. Divulgado como “a formação de uma sociedade Anarco-Comunista, onde todos são iguais, onde não existem criminosos, policiais, e autoridades”, os participantes podiam desfrutar de pequenos discursos, leituras de autores proeminentes, recitais e entretenimento musical, “aproveitando por ao menos uma tarde os benefícios de uma sociedade perfeitamente livre”.

Joseph, co-fundador do Grupo Liberdade, esteve também envolvido na Grande Greve de 1913 – outro centenário marcado este ano – expressando “suas ideias publicamente de uma plataforma na vizinhança do cais da Rainha”. Os rumores dizem que o Grupo Liberdade também esteve engajado na panfletagem com conteúdo especial durante a greve.

Joseph esteve em contato constante com figuras internacionais notáveis, como Emma Goldman, desde 1904. Mais tarde, durante a Primeira Guerra Mundial, cartas para Goldman e a distribuição de literatura anti-guerra no lar e escritório de Joseph Later ocasionaram a invasão destes locais pela polícia.

Carl Mumme, um alemão naturalizado em 1896, também sentiu ódio da Coalizão Nacional do Governo. Em maio de 1916 ele foi levado de seu local de trabalho e internado na Ilha Somes em função de sua perspectiva anti-militarista. O ex-porta-voz do Grupo Liberdade foi finalmente solto de volta para sua companheira e para seus cinco filhos em Outubro de 1919 – 11 meses após o final da guerra.

De acordo com Davidson, esta e outras atividades anarquistas mostram que “o ativismo de Joseph e outros como ele, tanto via discurso quanto via correio, cumpriram um papel chave no estabelecimento de uma identidade e cultura anarquista distintas na Nova Zelândia e no exterior – uma cultura que emergiu e envelopou simultaneamente ao redor do mundo”. Os anarquistas não só existiam na Nova Zelândia; fizeram parte de uma das mais tumultuadas disputas industriais, e transmitiram uma mensagem unicamente radical para os trabalhadores ao redor do país.

“No mínimo, o Grupo Liberdade foi obviamente uma característica visível e vibrante da contracultura da classe trabalhadora de Wellington, e facilitador de conversas em que emergiam pensamentos provocativos (e talvez politicamente transformadores)”.

A luta do Grupo Liberdade por transformação social – por uma sociedade baseada nas pessoas e não no lucro – conectou a Nova Zelândia ao movimento anarquista global da atualidade. Também sinalizou o primeiro de muitos coletivos anarquistas a desempenhar um papel vibrante na história da esquerda na Nova Zelândia.

http://sewingfreedom.org

Tradução > Malobeo

agência de notícias anarquistas-ana

o crisântemo branco
ainda que pisado
é crisântemo branco

Sérvio Lima
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Entrevista: Anarquismo, Tamarod e a violência sexual no Egito

ago13
por cordellibertario em 13 \13\-03:00 agosto \13\-03:00 2013 no 11:27
Postado em: Notícias Libertárias

Entrevista: Anarquismo, Tamarod e a violência sexual no Egito


Por Joshua Stephens – 9 de julho de 2013

Há seis meses, logo depois do segundo aniversário da Revolução egípcia e dos protestos que marcaram tal evento, me encontrei com Nana Elhariry em Talaat Harb (uma rotatória acerca da Praça Tahrir no Cairo que também serve de ponto de encontro) no meio de uma surpreendentemente grande e animada manifestação contra a violência sexual. Um organizador anti-guerra dos Estados Unidos insistiu em buscá-la devido a sua experiência como ativista e por sua familiaridade com as organizações anarquistas e feministas da cidade. Em seguida, se voltou a algo parecido com um guia, facilitando minha apresentação a um número de organizadores locais, especificamente em lutas estudantis.

Nos últimos dias, de acordo com informes de meios sociais, Talaat Harb se tornou notória por diferentes razões: tem sido palco de um número de ataques – os ataques sexuais de gangues que parecem acompanhar os protestos massivos na capital do Egito. Esta ocasião ressalta os casos distintos do que a imprensa e a discussão ocidental aludem ao cobrir os eventos contemporâneos no Egito: a distinção entre o poder Estatal e a resistência popular – um tema enfatizado pelo pequeno, mas cada vez mais visível, movimento anarquista do Egito. 

Com a história do Conselho Supremo das Forças Armadas e as milhares de pessoas que foram levadas a tribunais militares nos meses que seguiram a revolução inicial do Egito, junto ao papel amplamente suspeito que tomaram na violência sexual organizada desde então – para não dizer nada do controle militar de um terço da economia do país – a ideia do exército e o povo como “uma só mão” choca a muitos como uma triste e negligente amnésia. Enquanto algumas vozes ocidentais foram tão longe como declarar a falta de materiais básicos para a democracia no Egito, muitos nas ruas argumentam que os protestos populares que tomaram lugar em 30 de junho e seus resultados representam um capítulo em uma historia que começou em 25 de janeiro de 2011. Um capítulo desordenado para uma historia desordenada.

Reencontrei Elhariry em 8 de julho para discutir os eventos recentes.

Joshua Stephens > Que aconteceu ontem? Pelas notícias soa como uma nova indicação de uma guerra civil de baixa intensidade no Egito.

Nana Elhariry < Bom, os seguidores da Ikhwan (Irmandade Muçulmana) argumentam que foram atacados durante as orações do amanhecer na mesquita de Raba’a Adwyia, com mulheres e crianças entre eles e sem ambulâncias para ajudar os feridos e retirar os mortos. Muitas fotos de crianças mortas circularam cedo nesta manhã. Enquanto isso, figuras da oposição e ativistas mostraram grande indiferença ao massacre, justificando-o, e dizendo que era exatamente o que eles receberam da Ikhwan durante os enfrentamentos na rua Mohamed Mahmoud em novembro de 2011 junto aos eventos mortais em Maspero. Também alegavam que nas fotos que estavam circulando haviam crianças sírias mortas em um dos ataques de Bashar Al-Assad, e que o exército abriu fogo logo depois das orações, quando usaram gás lacrimogêneo para dispersar as pessoas, e o Ikhwan respondeu com munição real.

Stephens > Quando falamos, em 7 de julho, você estava lamentando que as pessoas estavam aplaudindo a polícia em manifestações de ontem como se tivessem esquecido completamente o que aconteceu na rua Mohammed Mahmoud. O massacre desta manhã afetou isso ou é muito cedo para dizer?

Elhariry < Pelas reações que eu vi esta manhã – lendo ou o que ouvi no transporte público – muita gente ainda tem no exército o único salvador e acreditam que tudo o que está passando é de alguma maneira uma conspiração da Ikhwan. Mas também existem pessoas que estão incomodadas com o assassinato de crianças e estão colocando a culpa na brutalidade do exército. Nada do que tenho visto na rua tem me feito pensar que tem aumentado ou diminuído significativamente o apoio à polícia ou ao exército.

Stephens > Sei que tem havido operações militares em Sinai e Suez nos últimos dias. Isto parece ir mais além de uma mera transição de poder. Com distanciamento, parece uma reencenação de Pinochet, enquanto a cobertura de nossos meios tem sido repugnante. Como isto é sentido na rua?

Elhariry < Sinai sempre foi uma zona quente para este tipo de coisas entre a polícia ou o exército e os Beduínos. Só que está sendo exagerado pelas tensões em curso. Os Beduínos sempre foram negligenciados pelo Estado e parece que dominaram toda sua terra. Não me está claro o que é que está animando as coisas lá agora mesmo, mas usualmente é o rechaço dos Beduínos em serem dominados pelo Estado.

Stephens > Outros anarquistas com o quais tenho falado no Egito parecem entender adiantadamente que Tamarod estaria de acordo com um ditador ou regime civil ou militar, assim que não os surpreende o que está passando. Você parece estar um pouco cautelosa também, como quando falamos há quase um mês sobre isso – que pode ser uma vitória até para os Salafis. Agora o modelo do Tamarod (recolher assinaturas para tirar um líder do poder) está sendo implementado na Tunísia e na Síria, etc. Acha que isso é um erro?

Elhariry < Meu problema com o Tamarod é que eles tiveram tempo para criar algum tipo de alternativa para logo depois de queda de Morsi, mas nunca o fizeram. Não tinham um plano claro do que passaria uma vez que ele saísse. Por isso temia um massacre. Honestamente, se o exército não houvesse intervido, teria sido muito, muito pior. Senti que os Salafis eram o único partido pronto para dominar o cenário, como o Ikhwan durante as eleições posteriores a Mubarak.

Stephens > Quer dizer que haviam muitos planos de oposição mas nenhuma visão de reconstrução real?

Elhariry < Não estou segura de que tenhamos uma oposição real. A "Frente de Salvação Nacional" (National Salvation Front) é absolutamente inútil e o resto dos ativistas passam dia e noite "tuitando" especulações sobre a situação. Basicamente isso é tudo.

Stephens > Como anarquista, como está processando o que está se desenvolvendo desde o dia 30? Pode estabelecer uma relação e sentir a utilidade disso?

Elhariry < Creio que eliminar a etapa dirigida por fanáticos é um passo adiante. Eu acho que tem havido movimentos para entender que a religião é melhor para se deixar na mesquita ou na igreja, do que como um mecanismo para governar. Isto pode provar ser muito útil logo, quando argumentarmos sobre as ideias radicais que defendemos. É uma fase da revolução de 25 de janeiro; uma que temos que observar muito de perto. Para mim é muito difícil estar do lado do felool (seguidores de Mubarak) quando sei que, de fato, eles são tão doentes quanto o Ikhwan e concordam com qualquer forma de opressão e ditadura.

Stephens > Parece que as formas horizontais de organização são o único jogo na cidade em relação a combater a violência sexual em Tahrir – Operação Contra o Assédio / Agressão Sexual (Operation Anti-Sexual Harassment/Assault), Guarda costas Tahrir (Tahrir Bodyguard), e outros. É este o caso?

Elhariry < Essa é minha experiência com eles. Geralmente são auto-organizados e não hierárquicos, ainda que sejam muito distintos um do outro. Além de estar presente em eventos grandes, os Guarda costas Tahrir não estão ativos além de buscar novos voluntários, enquanto a Operação contra Assédio/Agressão Sexual está mais interessada na sensibilização e mudança da sociedade em geral.

Stephens > A Operação Contra Assédio/Agressão Sexual tem se mantido fora de Tahrir nos últimos dias pela segurança de seus voluntários. Sei que você mesma me disse que estava reconsiderando a possibilidade de se juntar as recentes manifestações. Parece haver no momento um obstáculo muito grande para os movimentos de base no Egito. Devido à toda organização contrária desde 25 de janeiro, acredita que exista um sentido de mudança nas coisas depois de 30 de junho? Ou tudo só tem piorado?

Elhariry < Com tantos civis armados, primordialmente na Ikhwan, tudo se tornou pior. Sei por um amigo da Operação Contra Assédio/Agressão Sexual que estão arriscando sua própria segurança só por se meter entre as gangues e ajudar a qualquer vitima. Imagino que com a quantidade de armas em mãos, nessas manifestações têm se tornado muito piores. Pessoalmente, desde finais de 2011, tenho pensado duas, três, até quatro vezes antes de me juntar a qualquer manifestação.

Stephens > Tuitaram ontem que houve quatro ataques, três deles em que puderam intervir.  Isso soou consideravelmente menor que há apenas alguns dias atrás.  Isto foi só uma coincidência?

Elhariry < Tive o mesmo pensamento. Não há duvidas de que a maior parte dos ataques são organizados; isso é óbvio desde os dias da SCAF no poder. Mas há algo além disso com as pessoas em geral. Não posso colocar a culpa somente no sistema. Tenho que pensar em homens e garotos jovens aterrorizando as mulheres nas ruas no dia a dia. Isso existe e parece ter seu ponto mais alto durante as comemorações religiosas.

Stephens > Você acha que há coisas que as pessoas de fora do Egito possam fazer para apoiar este trabalho útil que está sendo executado?

Elhariry < Creio que não julgar a situação com normas que não se aplicam é um bom ponto de partida.

Stephens > Certo

Joshua Stephens é membro do conselho do Instituto de Estudos Anarquistas, e tem sido ativo em movimentos anticapitalistas e de solidariedade internacional nas últimas décadas. Ele passou grande parte dos últimos dois anos cobrindo movimentos sociais desde Nova York até Atenas, Cairo, Palestina e México para Truthout, AlterNet, NOW Lebanon, Jadaliyya, entre outros veículos. É autor de “Self and Determination: An Inward Look at Collective Liberation”, (2003, AK Press).

Tradução > Caróu

Fonte:

http://www.truth-out.org/news/item/17465-interview-anarchism-tamarrod-and-sexual-violence-in-egypt 
  
agência de notícias anarquistas-ana

chuva constante
o guarda-roupa mudou
agora é varal
Eder Fogaça
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[Espanha] Faixa gigante é estendida em festa de São Firmino em solidariedade com os torteiros

ago13
por cordellibertario em 13 \13\-03:00 agosto \13\-03:00 2013 no 11:27
Postado em: Notícias Libertárias

[Espanha] Faixa gigante é estendida em festa de São Firmino em solidariedade com os torteiros

Anteontem (12 de julho), pela manhã, na Praça Navarrería de Pamplona, durante a tradicional festa de São Firmino, foi desfraldada uma grande faixa em solidariedade com os acusados pelas tortadas contra o TAV (Trem de Alta Velocidade) e na cara de Yolanda Barcina, ação de desobediência civil que ocorreu em Toulouse, na França, em 2011. Atualmente há quatro pessoas acusadas por tal ato e que as autoridades pedem penas de prisão que vão dos 5 aos 9 anos, e multas de até 5.400 euros.

Entenda o caso…

Há um ano e meio, três ativistas anti-TAV (Trem de Alta Velocidade) da plataforma de desobediência civilMugitu! Mugimendua jogaram várias tortas contra a Presidente do Governo de Navarra, Yolanda Barcina, quando ela participava de uma cerimônia na cidade francesa de Toulouse. Com dita ação, a plataformaMugitu! Mugimendua denunciava a imposição do TAV em Euskal Herria e queria simbolizar que a classe política no poder, junto com as empresas construtoras e os bancos, ficavam com todo o “bolo” da construção do TAV.

Embora o caso tenha sido arquivado na França, os processos continuam abertos no Supremo Tribunal da Espanha, onde três dos quatro réus são acusados de “atentado grave à autoridade”. O quarto, Mikel Alvarez, que se limitou a participar de uma conferência de imprensa para contar o sucedido, é acusado de ser “cooperador necessário”. Recentemente, a Promotoria pediu cinco anos de prisão e uma multa de 2.700 euros para cada um dos réus, enquanto a acusação particular de Barcina eleva ainda mais o pedido: seis anos de prisão e uma multa de 3.600 euros para três dos ativistas e nove anos e 5.400 euros para Gorka Obejero.

Campanha internacional…

Por outro lado, a plataforma anti-TAV Mugitu! Mugimendua anunciou o lançamento de uma campanha internacional para apoiar os réus como de repúdio e resistência à construção de grandes infraestruturas, como o TAV.

Vídeo da tortada:

http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=xuKUv_FAktI
agência de notícias anarquistas-ana

selva de pedra
condor solitário
vôo triste

Manu Hawk
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[França] Inauguração da universidade popular autogerida “Castelo no Céu”

ago13
por cordellibertario em 13 \13\-03:00 agosto \13\-03:00 2013 no 11:26
Postado em: Notícias Libertárias

[França] Inauguração da universidade popular autogerida “Castelo no Céu”

Comunicado:

Nós fomos expulsos sob grande pompa em 4 de abril de 2013. Depois de muitas decepções, aventuras de voo alto, e peregrinações que não foram nada além de prova da nossa determinação, nossa tenacidade, nosso coração à obra, e generosidade de querer perseverar… Nós voltamos mais entusiastas que nunca! Em 13 de julho de 2013, das 11h às 18h.

Em 13 de julho, a universidade popular “O Castelo no Céu” será vestida com suas mais belas indumentárias e oferecerá a vocês a inauguração de sua nova sede: um castelo situado na doca 71 da Perrache.

Não aguardaremos até 14 de julho para celebrar!

Venham com seu entusiasmo, suas ideias e a vontade de reconstruir juntos aquilo que tentaram destruir.

A luta continua!

Animações, debates, ateliês de permacultura, refeições repartidas, espetáculos, concertos, e muitas outras surpresas pontuarão esse dia rico em convívio, partilha e convergência.

Desde já, não hesite em:

• Nos contatar pelo e-mail: chateau-dans-le-ciel@riseup.net.

• Passar para nos encontrar, tomar um café e discutir amigavelmente.

• Propor sua ajuda nos espaços coletivos que estiverem em curso.

• Propor projetos de atividades.

• Propor seus projetos de animação para o dia da inauguração.

Somos muitos e entusiastas!

São vocês quem vão retomar o espaço para fazer dali um espaço de liberdade, de criação e de mudança que vos congregue!

Apresentação da universidade popular autogerida:

Num espírito de mudança e de compartilhamento, essa universidade popular tem por meta por em comum ideias, conhecimentos, saber-fazeres, e cultura… um salão de chá e café livre e ainda uma biblioteca e uma sala de informática serão acessíveis a todos. No local, vocês descobrirão os vários ateliês propostos: teatro, palhaçaria, café-debate, projeções de documentários e de filmes. Grandes discussões serão organizadas, conferências, jardinagem, atividades manuais e uma cozinha partilhada. Os muitos visitantes enriquecerão as mudanças.

 “O Castelo no Céu” é uma universidade popular autogerida que tem por vocação agregar os ateliês manuais, conferências, cursos… etc.

Uma assembleia pública terá lugar toda sexta às 19 horas a fim de discutir a gestão do lugar.

Ela será completada por uma assembleia dos habitantes nas segundas, quando os pareceres serão publicados.

Filosofia de vida

Chegando nessa universidade, vocês entrarão em:

• Um lugar sem hierarquia entre as pessoas e os saberes;

• Um lugar que se quer aberto à cada ideia e à cada projeto. Você pode propor ou participar;

• Um lugar que visa autonomia pela reflexão, a decisão e a elaboração de soluções coletivas;

• Um lugar de boa vontade onde se aprende a escutar mutuamente, a trabalhar juntos e partilhar;

• Um lugar autogestionado onde participar da ampliação da liberdade coletiva contribui para a ampliação da liberdade individual.

Por isso, cada um por todos:

• Respeita a integridade do outro, pelas atitudes, linguagens e atenção. Uma sala para fumantes está prevista. Venham sem drogas.

• Respeitar o lugar garantindo coletivamente sua manutenção.

“A liberdade dos outros estende a minha ao infinito” – Bakunin

Mais informações em: www.lyon-alter­na­tif.fr 

Tradução > TAZ

agência de notícias anarquistas-ana

debaixo das folhas
formigas se agasalham
frio de inverno

Sérvio Lima
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[Espanha] Galícia: Manifestação contra touradas em Corunha reúne cerca de 2000 pessoas

ago13
por cordellibertario em 13 \13\-03:00 agosto \13\-03:00 2013 no 09:38
Postado em: Notícias Libertárias


Aproximadamente 2000 pessoas se reuniram no centro de Corunha, na Galícia, no domingo (4 de agosto), para protestar contra as touradas, os maus-tratos aos animais, o uso do dinheiro público em festas taurinas e por uma Galícia livre desta cruel e bárbara prática.

A concentração dos manifestantes começou ao meio-dia no relógio do Obelisco. Meia hora depois a mobilização seguiu pelas principais vias do centro da cidade, com os manifestantes segurando faixas e cartazes, e gritando palavras de ordem, como: “Galícia, sem touradas”, “Touradas, abolição”, “Fora o sangue das nossas festas”, “Nem arte, nem cultura”.

A passeata acabou em frente à Câmara Municipal, com dezenas de faixas, discursos e mesmo um boneco com trajes de toureiro enforcado, mostrando com energia a oposição social às touradas. Essa foi uma das maiores manifestações anti-taurinas celebradas na cidade, segundo os organizadores do ato.

O protesto, plural, foi organizado pela plataforma Galícia – Melhor Sem Touradas (GMST), e apoiado por entidades de defesa dos direitos dos animais e dezenas de associações e organizações políticas e sociais.

agência de notícias anarquistas-ana

Virada do morro:
Ipê e seu grito amarelo
perpendicular.

Eolo Yberê Libera

[Austrália] 3ª Feira do Livro Anarquista de Melbourne acontece neste sábado

ago13
por cordellibertario em 13 \13\-03:00 agosto \13\-03:00 2013 no 09:37
Postado em: Notícias Libertárias


[A terceira edição da Feira do Livro Anarquista de Melbourne acontece neste sábado (10), a partir das 12 horas. Com a presença de diversas banquinhas de livros, as pessoas que passarem pelo Convento Abbotsford poderão conferir músicas e performances, além de terem oportunidade de participar de bate-papos e oficinas.]

Comunicado:

A Feira do Livro Anarquista de Melbourne será um evento livre sediado no Convento Abbotsford (Rua St. Heliers, Abbotsford) das 10h às 18h, no sábado, dia 10 de agosto de 2013. A feira do livro consiste em 40 bancas de vendedores de livros independentes e grupos ativistas. Conjuntamente às bancas, haverá em torno de 21 horas de oficinas durante o dia inteiro, sobre todo tipo de assunto no que se refere a anarquismo e ação direta.

Também haverá um pequeno espaço infantil com voluntários para ajudar a cuidar, ou para os assistentes auto-organizarem o cuidado das crianças, ou se as crianças só quiserem brincar do lado de dentro. Para se voluntariar no espaço infantil, entre em contato conosco.

Sobre os organizadores:

As pessoas do “A Melbourne Events”, coletivo organizador da Feira do Livro Anarquista de Melbourne, são de uma extensa variedade de grupos anarquistas e ativistas, que incluem: Anarquistas Feministas, Livraria Barricada, Campanha Eureka, Guerrilheiros Jardineiros, Trabalhadores Industriais do Mundo, Biblioteca Kate Sharpley, M.A.C, Melbourne Indymedia, Sociedade de Apreciação Ned Ludd, The Sharehood, Squatters e Trabalhadores Aeroviários não-Remunerados (SUWA), 3CR, Grupo de Comemoração Tunnerminawait & Maulboyhneer, Upsiders, Grupo de Ação Quarta-feira, e Rede de Trabalhadores Solidários.

Somos Margaret, Peter, Rebecca, Levin, Tristan, Dimitri, Molasses, Dave, Pauli, Lydia, Nick, Liam, Agne e Shane. Também organizamos um Acampamento Ácrata anual em março.

Mais infos e o programa do evento:

http://www.amelbournebookfair.org/

Tradução > Malobeo

agência de notícias anarquistas-ana

O vento, o galho
balança e longe lança
a gota de orvalho.

Sérgio de Mesquita

[Alemanha] Ataque solidário contra a empresa ThyssenKrupp em Hamburgo

ago13
por cordellibertario em 13 \13\-03:00 agosto \13\-03:00 2013 no 09:37
Postado em: Notícias Libertárias


Comunicado:

Entre a noite de 31 de julho e o início da madrugada de 1 de agosto, o edifício da ThyssenKrupp Industrial Solution  AG, em Hamburgo, foi atacado. Foram destruídas as janelas e as portas da frente e arremessadas duas dúzias de garrafas com tinta na fachada do imóvel. A rua em frente ao prédio foi bloqueada com barricadas incendiárias.

ThyssenKrupp é uma das maiores empresas produtoras de armas de guerra.  Seus produtos bélicos são distribuídos para forças armadas de todo o mundo.

Este ataque foi feito em solidariedade com as compas presas Sonja e Sibylle, que tomaram uma posição inflexível contra o Estado e sua justiça. Sonja é acusada de envolvimento nos ataques da “Revolutionäre Zellen-RZ” (Células Revolucionárias) nos anos 70. Sibylle está presa por não cooperar com a justiça. O julgamento de ambas está em curso.

Esta ação também foi dedicada à revolta de junho na Turquia. Saudações militantes para Istambul, Ancara, Diyarbakir, Eskisehir… a todos processados e presos rebeldes e em memória daqueles que caíram.
agência de notícias anarquistas-ana

AMOR A TERRA

Laranja na mesa.
Bendita a árvore
que te pariu.
Clarice Lispector

Lançamento de documentário sobre a ocupação do Parque Gezi e o seu despejo violento

ago13
por cordellibertario em 13 \13\-03:00 agosto \13\-03:00 2013 no 09:35
Postado em: Notícias Libertárias


 [“Taksim Commune: Gezi Park and the Turkish Uprising” (Comuna Taksim: Parque Gezi e o Levante Turco) é o nome do mais recente documentário da série “Global Uprisings” (Revoltas Globais). O vídeo tem duração de 33 minutos, e conta a história da ocupação do Parque Gezi, seu despejo violento e a revolta em massa que sacudiu a Turquia. Abaixo uma breve apresentação dos produtores deste instigante documentário, Brandon Jourdan e Marianne Maeckelbergh.]

Desde o final de maio de 2013, a agitação política varreu a Turquia. Em Istambul, uma grande parte da área central de Beyoglu tornou-se uma zona de batalha durante três semanas consecutivas com conflitos continuando depois. Até agora, cinco pessoas morreram e milhares foram feridas.

Inicialmente, os protestos visavam salvar o Parque Gezi de Istambul de ser demolido como parte de um projeto de renovação urbana em grande escala. A polícia usou força excessiva durante uma série de ataques policiais, que começaram no dia 28 de maio de 2013 e que chegaram a um ponto dramático nas primeiras horas da manhã de sexta-feira, 31 de maio, quando a polícia de choque atacou os manifestantes que dormiam no parque.

Ao longo de alguns dias, os ataques das forças de segurança cresceram para proporções chocantes. Como as imagens da brutalidade policial se propagaram por todo o mundo, os protestos rapidamente se transformaram em uma revolta popular contra o primeiro-ministro Tayyip Erdogan e seu estilo de governo autoritário.

Este pequeno documentário conta a história da ocupação do Parque Gezi, o despejo em 15 de julho de 2013 e os protestos que continuaram durante o rescaldo. Inclui entrevistas com muitos participantes e filmagens nunca antes vistas.

Para assistir ao documentário, clique aqui:

http://vimeo.com/71704435

Tradução > Caróu

agência de notícias anarquistas-ana

Em volta à fogueira,
a dança. Avançando a noite,
ferve a brincadeira.

Tomoko Narita Sabiá

[França] Em Toulouse, autoridades despejam dois squatters

ago13
por cordellibertario em 13 \13\-03:00 agosto \13\-03:00 2013 no 09:34
Postado em: Notícias Libertárias


[Nos dias 26 e 30 de julho, autoridades francesas desalojaram dois squatters em Toulouse, numa verdadeira operação “modo de limpeza”. A seguir, um comunicado da Campanha de Requisição, Ajuda Mútua e Autogestão (CREA).]

Comunicado:

Próximo de completar o sétimo mês de ocupação, o Centro Social Autogerido (CSA), do bairro Faubourg Bonnefoy, foi despejado nessa sexta (26) de manhã por volta das 6h30. Uma centena de policiais, a Polícia de Fronteira (PAF), Dominique Bacle da Direção Departamental de Coesão Social e uma dezena de caminhões de mudança estavam presentes no local para tirar a nós e as nossas coisas, e varrer as pessoas sem documentos logo no início da manhã (“é melhor para trabalhar, faz menos calor”, disse um policial de bigode). Enquanto cada um de nós era controlado, podíamos escutar os projetos de férias dos policiais, sob os olhares dos militantes presentes. O Estado utilizou grandes recursos para botar as pessoas na rua.

Mais de 40 pessoas na rua, uma única noite em hotel para as duas famílias que tinham crianças presentes (as outras foram postas em albergues sem previsão de expulsão) e três pessoas encaminhadas ao posto policial pela PAF. Essas pessoas encontram-se agora com seus documentos de expulsão (Obrigação de Evasão do Território Francês), com tempo de um mês.

E para “melhorar”, nessa terça (30) de manhã, aconteceu a expulsão da La Caillasserie, também no bairro Faubourg Bonnefoy. A prefeitura realizou seu meticuloso trabalho. A PAF e a Senhora Bacle estavam lá presentes. Vendo que ali não havia pessoas sem documentos, rapidamente retornaram a seus escritórios. O despejo foi expedido, e logo veio um trator para destruir tudo.

Nos prédios vazios, tínhamos feito-os cheios de vida, de transformações, de organização. A Prefeitura esvazia o bairro Faubourg Bonnefoy de seus squatters e seus habitantes, e os prédios novamente se tornam vazios. E tudo isso retorna à especulação imobiliária e à preparação para a chegada do LGV (Trem de Alta Velocidade). Os pobres são postos longe da cidade, em privilégio dos grandes projetos inúteis.

A despeito da intensa repressão, continuamos com as demandas sempre e ainda!

Os membros da Campagne de Réquisition d’Entraide et d’Autogestion (Campanha de Requisição, Ajuda Mútua e Autogestão)

O que é a Campanha de Requisição, Ajuda Mútua e Autogestão (CREA)?

Uma CAMPANHA, isto é, um movimento social, um coletivo com todas e todos aqueles que queiram nele participar: os desalojados, as famílias deixadas na rua pelo Estado e pelo capitalismo, as pessoas que já não conseguem pagar as rendas de casa, as pessoas que estão fartas deste sistema, as pessoas solidárias, velhos, crianças, estudantes, desempregados, trabalhadoras precárias e sem esperança de uma remuneração decente…

Pela REQUISIÇÃO, há cada vez mais habitações vazias, cada vez mais gente que vive na rua e na miséria. Assim, nós que não esperamos nada do Estado e das autoridades que nos desprezam, requisitamos diretamente todos os edifícios e casas vazias, com aquelas e aqueles que têm necessidade. Não só para nos alojarmos mas também para organizarmos aí toda uma variedade de atividades, workshops, livres e gratuitos, postos à disposição dos bairros. Esta forma de alojamento, permite-nos a emancipação, uma maior disponibilidade para uma melhor reflexão noutros modos de vida, de organização, etc.

A AJUDA MÚTUA, nós não recebemos qualquer subvenção, nem desejamos alguma no futuro. Nós baseamos-nos na solidariedad e, na recuperação, na reciclagem e na partilha para nos alimentarmos, nos vestirmos, nos mobilizarmos, e até para festejarmos a vida. Quanto às bases dos nossos encontros, elas guiam-se pela aprendizagem, troca e desenvolvimento dos saberes…

E a AUTOGESTÃO, nós não temos chefes, nem queremos. Tudo é decidido nas Assembleias Gerais que são reuniões públicas. Nós somos numerosos na CREA a tentar ultrapassar esta sociedade piramidal baseada no dinheiro, no poder, no racismo e no sexismo. É assim, que juntos, procuramos maneiras para destruir estas opressões que nos incomodam.

Pensamos firmemente que o Estado não é a solução, que ele faz parte do problema e que melhor que ninguém, nós somos as pessoas mais aptas para cuidar de nós. Assim, desde já, nós substituímos tudo isso, aqui e agora, pela solidariedade, pela igualdade e pela autonomia, reais e concretas.

Vídeo “O que é a CREA?”:

http://www.youtube.com/watch?v=FjyFWlNHLek (Visualização) 

Tradução > Tio TAZ

agência de notícias anarquistas-ana

Me comovem
tuas mãos limpas
e tua cabeça suja.

Eliane Pantoja Vaidya

[Ucrânia] Relato do Acampamento Anarcofeminista Good Night Macho Pride 2013

ago13
por cordellibertario em 13 \13\-03:00 agosto \13\-03:00 2013 no 09:33
Postado em: Notícias Libertárias


[Segue abaixo um relato do que rolou no Acampamento Anarcofeminista Good Night Macho Pride 2013, realizado na Crimeia, em uma zona rural, entre os dias 13 e 17 de julho. O encontro reuniu ativistas da Ucrânia, Rússia, Polônia e Alemanha.]

Entre 13 e 17 de julho aconteceu na Ucrânia o Acampamento Anarcofeminista Good Night Macho Pride 2013. Participaram representantes de diversas organizações antiautoritárias (Ação Autônoma, União Autônoma de Trabalhadores, União Internacional de Anarquistas) e também anarquistas não organizados. O evento contou com muita gente da Rússia (Moscou, São Petersburgo, Ekaterinburgo) e da Ucrânia (Kiev, Khárkov, Lvov). Também marcaram presença pessoas da Cracóvia (Polônia), Colônia e Hamburgo (Alemanha).

Todas as questões sobre o funcionamento do acampamento foram decididas através do consenso na assembleia geral. A alimentação, servida 3 vezes aos dia, era vegana e muito saborosa. No acampamento foi organizado um “espaço feminino”, para que a permanência das mulheres fosse mais confortável, minimizando assim a pressão patriarcal sobre a personalidade. Tinha menos homens no acampamento do que mulheres, porém seu número fora significativo para um evento feminista. Nas bancas de materiais era possível encontrar revistas feministas e anarquistas.

Durante o dia aconteciam várias oficinas e bate-papos sobre temas atuais. Foram apresentados diversos projetos feministas, como o zine “Martelo das Bruxas” e o sítio “Svobodna!”. Também houve uma série de discussões, abordando os casos da banda punk feminina Pussy Riot, da anarquista e antifascista presa em Moscou Irina Lipskaia, dos presos de 6 de maio e as possíveis ações de solidariedade. Por outro lado, aconteceram treinamentos de autodefesa e de superação das hierarquias dentro dos coletivos, e também um grupo de crescimento da consciência. As ativistas da Ucrânia compartilharam as experiências de resistência às leis contra o aborto, que estão sendo movidas pelo partido de ultradireita “Liberdade”. Squatters de Sevastópol falaram sobre o projeto do Centro Social Cultural e de diversos aspectos de ocupação das casas desocupadas na Ucrânia.

Europeus compartilharam as experiências de criação de coletivos anarcofeministas em seus respectivos países. Se na Alemanha esta criação é bastante fácil, na Polônia existe uma aversão ao feminismo devido às ideias de ultradireita, muito difundidas no país. Ativistas de Hamburgo falaram sobre um time de futebol chamado St. Pauli e o fanatismo dos seus torcedores, e acerca das percepções do sexismo e homofobia dentro do movimento antifascista alemão como um todo. A participação de ativistas de outros países é muito interessante, pois devido à predominância do machismo dentro da cena anarquista do Leste Europeu é necessário conhecer as experiências progressistas de combate a ele em outros lugares e praticar a relação com anarquistas de outros países, sem se isolar e se fechar.

Uma atenção especial foi dedicada aos conflitos dentro do movimento anarquista e ao machismo dentro da cena. Cada um compartilhou a situação que se dá em sua região e caminhos de saída destas situações de conflito. Também foram discutidas as possibilidades de comunicação e apoio mútuo de diversos grupos anarcofeministas, do espaço pós-soviético e europeu.

Em geral, o encontro foi bom, sem excessos sérios. Foi discutida a possibilidade de outros encontros com o assunto anarcofeminista como eixo – hoje em dia, um fórum com temática de gênero é um caso raro. O feminismo é muito importante para os movimentos anarquista e antifascista, uma vez que a discriminação pelo gênero virou norma, não somente na sociedade em geral, mas entre companheiros de esquerda. Para combater esta discriminação é necessário prestar mais atenção às questões de gênero no contexto anarquista, juntamente com outros problemas sociais. O feminismo liberal se esgotou completamente e, para a malta anarquista, é importante à ação juntamente com os movimentos que reivindicam a igualdade de gêneros e a luta em conjunto contra o sistema vigente.

Tradução > A vagalume

agência de notícias anarquistas-ana

uma folha salta
o velho lago
pisca o olho

Alonso Alvarez

[EUA] Entrevista a Mumia Abu-Jamal sobre a música negra

ago13
por cordellibertario em 13 \13\-03:00 agosto \13\-03:00 2013 no 09:32
Postado em: Notícias Libertárias


[Mumia conversa com Michael Coard sobre música negra desde os tempos da escravidão até a época do hip hop, passando por sua entrevista com Bob Marley em 1980. É o segundo episódio do Radio Prision Show realizado em 3 de julho em 900AM-WURD, na Filadélfia. Agora este programa se transmite todas as primeiras quartas-feiras de cada mês, às 11 horas da manhã, durante o último segmento do programa Radio Courtroom (Tribunal pela Rádio). Se perdeste o programa, leia a transcrição abaixo.]

Michael Coard > Este é o Radio Prision Show, um segmento do Radio Courtoom Show, aqui em 900AM WURD, apresentando Mumia Abu-Jamal. Vocês se lembrarão de que mês passado Mumia esteve conosco para a estreia do Radio Prision Show. Vamos conversar sobre vários temas, mas para alguns de vocês que talvez não conheçam o nome de Mumia Abu-Jamal, digamos que tem vivido em uma jaula durante as últimas duas décadas, permitam-me lhes dizer quem é: um pai, um esposo, um autor e um inquilino temporário de uma prisão, mas um revolucionário permanente. Sem mais delongas, aqui está conosco Mumia Abu-Jamal. Como está Mumia?

Mumia Abu-Jamal < Mais ou menos bem, Michael. É um bom dia para estar vivo. E um bom dia para estar conversando contigo.

Michael > Bem dito, Mumia. Tenho que te dizer que no mês passado quando fizemos nosso primeiro programa, a sala estava abarrotada, não sobravam assentos, se tal coisa é possível para um show de rádio. As pessoas ficaram assombradas. As convidei a mandar suas perguntas para conversar contigo sobre elas, mas disse que nos primeiros programas queremos escutar sua voz e o que tem a dizer. Agora estamos no mês de julho e você vai estar conosco nas primeiras quartas-feiras de cada mês. Mas uma das coisas que não tivemos a oportunidade de conversar contigo foi a respeito de música. Impressiona-me cada vez que escuto mais sobre você. O que quero dizer é que conheço seu trabalho para os despossuídos, os desamparados, conheço sua luta como revolucionário, mas esta não é a totalidade de Mumia Abu-Jamal. De fato, me interei ao conversar com outras pessoas que você sabe muito mais de música que alguns chamados profissionais da música. Alguém me perguntou por que não havia falado contigo mês passado sobre o mês da Música Negra e o que significa para você, o que significa para nosso povo e o que significa para os revolucionários, porque há aqueles que pensam que se você está ai, na primeira linha lutando pelas pessoas, não pode apreciar a música. Fale-nos sobre tudo isto, começando com a importância da música, se é que é importante, e em particular a música negra.

Mumia < Então, acho que a música negra tem uma importância vital. Quando pensa em nossos antepassados que chegaram principalmente de várias partes da África Ocidental, o que nos ajudou a suportar a noite escura da escravidão foi a música. Por que seria um crime tocar tambores? O que aprenderam os inteligentes observadores da gente africana foi que na África e em outras partes das Américas, era possível enviar mensagens sobre imensos espaços com os tambores. Assim se comunicaram e por isso o fizeram ilegal. O que fizemos é o que sempre fazemos. Usamos o que tínhamos para superar a situação e prevalecer. Os irmãos e irmãs em grilhetas bailaram. Seus pés descalços golpearam a terra. Bailaram. Cantaram. Deixa eu te dar um exemplo.

Michael > Sim, sim.

Mumia < Há vários anos li um livro autobiográfico escrito por uma das pessoas mais importantes das Américas. Chama-se “A Narrativa da Vida de Frederick Douglass”, publicado primeiro em 1845. Te dou uma breve citação.
Michael > Sim, por favor.

Mumia < É sobre o poder das canções que se conhecem como “as espirituais”, para que entenda. Diz: “Quando eu fui escravo não compreendi o significado profundo dessas canções rudes e aparentemente incoerentes, eu mesmo estava dentro do círculo, por isso não via, tampouco escutava o que alguém de fora poderia ver ou escutar. Contaram uma história de infortúnio que ia além de minha pobre compreensão. Os tons eram fortes, longos e profundos. Exaltaram as preces e queixas de almas que ferviam com a angústia mais amarga. Cada tom foi um testemunho contra a escravidão e uma oração a deus para libertá-los de suas correntes. Escutar essas notas selvagens sempre deprimia o meu espírito e me enchia de uma tristeza indescritível. Com frequência eu chorava ao escutá-las. Até agora a repetição dessas canções me aflige. E enquanto escrevo estas linhas uma expressão de sentimento me corre pelo rosto. Essas canções me levaram a minha primeira tênue percepção do caráter desumanizante da escravidão. Nunca posso me desfazer dela. Essas canções me perseguem para afiar meu ódio pela escravidão e avivar minha simpatia com meus irmãos e irmãs em grilhões”.

Este é Frederick Douglass quem nos dá um sentido da força que nossa gente conseguiu comunicar, do profundo sentimento que transmitiram em nossas “espirituais”, as quais eram nossa primeira forma de música nas Américas. Devido ao fato desta ser a nossa única maneira de se expressar, houve uma explosão, geração após geração de gente negra se expressando através da música. Este era o espaço onde dizíamos: somos seres humanos, exigimos liberdade e isto é o que sentimos. Era uma maneira de nos comunicarmos não só entre nós, senão com todo o mundo. E agora, que música negra não é mundial? O rap se escuta em cada canto do planeta. A música pode ser uma ferramenta revolucionária se usada corretamente.

Michael > Bem dito, Mumia, e me agrada que ao princípio de seu comentário deixou claro que estava citando a narrativa de vida de Frederick Douglass escrita em 1845. Se você não tivesse esclarecido, eu poderia ter pensado que se referia a John Coltrane em 1965.

Mumia < (risos) Soa assim, sério?

Michael > Absolutamente. É muito poderoso. Antes que se acabe o tempo Mumia, gostaria de escutar seu ponto de vista sobre o rap, sobre o hip hop. Tenho lido seus escritos sobre muitos artistas. O que diz agora? Eu dou aulas sobre hip hop e me parece que muitas pessoas que tem mais de 40 anos o desaprovam. Dizem que é destrutivo, que é negativo, que não tem nada a ver com os velhos tempos, com a idade dourada do hip hop. Que acha disso tudo?

Mumia < Se me permite, tenho duas respostas. Uma é de memória e outra é uma nota que escrevi em preparação para momentos como este.

Quando Miles, o grande Miles Davis ainda vivia e estava tocando todo tipo de música, algumas pessoas o criticavam por suas mudanças, suas adaptações, suas criações. E Miles, sendo Miles, disse “Só há dois tipos de música – boa e ruim”. Pois bem, existem dois tipos de rap, bom e ruim. A música que te prende obviamente é a boa. A que não te alcança é ruim para você. Mas eu entendo que não se componha para pessoas de sua idade ou para minha idade. Compõe-se para gente mais jovem.

Michael > Sim, sim.

Mumia < Tenho outra citação. Do livro de Jay-Z, “Decoded” (Decifrado). Esta citação me impressionou porque penso que nos diz muito: “Penso que nós, os rappers, os DJs, os produtores fomos capazes de contrabandear algo da magia daquela civilização moribunda em nossa música e usá-la para construir um novo mundo. Éramos meninos sem pais. Por isso encontramos nossos pais na cera, nas ruas e na história. Em certo sentido, isto é um presente. Podemos escolher os antepassados que haviam inspirado o mundo que íamos criar para nós mesmos. Era parte do espírito e valores dos tempos e do lugar e se incorporou na cultura que nós criamos. Já se tinham partido nossos pais. Normalmente, se recuperaram. Mas tomamos seus velhos discos e os usamos para construir algo fresco”.

Isto é poderoso em muitos níveis.

Michael > Sim, é sim. Nunca imaginei que chegaria o dia quando estaria citando Mumia e Jay-Z ao mesmo tempo, mas é exatamente o que vou fazer. Mumia, você mencionou que há bom rap e mal rap. Qual sua posição sobre a chamada vulgaridade, a profanidade que vem até dos chamados rappers conscientes ou progressistas? Vê isso como algo desfavorável, algo negativo?

Mumia < Bem, eu não sou doutrinário sobre isso, por haver estado perto do pessoal do MOVE durante tantos anos, me acostumei a escuta-los usar o que se chama de “profanidade”. Mas eles dizem que não há nada mais profano que uma bomba, uma bomba atômica ou uma bomba de hidrogênio. Há gente que as constrói e as utiliza e isto não é entendido como uma profanidade. Por outro lado, se escuta uma palavra, te tiram uma onda. Eles queriam dizer que as palavras seguramente tem seu poder, mas os governos e estados tem outro tipo de poder e usam sua lei, seus exércitos, seus policiais e tudo para impor um tipo de obscenidade às pessoas diariamente. E suas ações não se entendem como obscenidade. A mim não me molestam as palavras porque todos as usamos. A questão é para quê.

Michael > Falando das palavras, sei que as usa para falar dos grandes músicos que você como jornalista entrevistou, entre eles Bob Marley. Conte-nos sobre isto.

Mumia < Uau! Em que ano foi?  1980, creio. Ele havia chegado a Filadélfia e se encontrava em um hotel na cidade. Falei com seu agente e consegui uma entrevista. Fui ao hotel com uns irmãos e, como te direi? Compartimos o sagrado sacramento.

Michael > (risos) Ah sim, a comunhão, como não.

Mumia < Tremendo. Poderoso. (risos) Bob Marley era uma alma realmente linda. Uma alma amorosa negra. Uma alma amorosa do mundo. Fizemos uma entrevista de mais ou menos vinte minutos.

Michael > Sim, te escutamos.

Mumia < Ele falava de como quisera que o povo negro neste país conhecesse ao movimento rastafári e escutasse ao reggae, que usasse dreadlocs e pensasse na África, coisas assim. Doía-lhe que poucas pessoas negras neste país assistissem a seus shows ou escutassem sua música ou a de outros artistas do reggae. E isto era certo naquele momento. Não acredito que seja agora. Mas sim o doía. Na verdade fizemos uma entrevista maravilhosa, muito bonita. Foi algo do mais memorável na minha vida, conhecer um dos meus heróis musicais, Bob Marley.

Michael > E falando de entrevistas maravilhosas, esta está para terminar. Conte pra gente nos últimos quarenta segundos, quem são alguns dos seus favoritos MCs e artistas de hip hop. Seguramente Public Enemy, Dead Prez, The Coup, Immortal Technique.

Mumia < Eu gosto dos irmãos que dizem muita verdade e colocam muita alma, muito espírito em sua música. KRS é lendário. Existem muitos irmãos talentosos e irmãs também.

Michael > Immortal Technique. Que acha?

Mumia < Immortal Tech. Um monstro.

Tradução > Caróu

Notícia relacionada:

http://noticiasanarquistas.noblogs.org/post/2013/07/28/eua-a-entrevista-de-mumia-abu-jamal-que-tentaram-esconder/  

agência de notícias anarquistas-ana

No final da tarde
compridas sombras no muro.
E o som dos teus passos…

Regina Carvalho

[Grécia] Forças de segurança desalojam 3 espaços okupados em Patras

ago13
por cordellibertario em 13 \13\-03:00 agosto \13\-03:00 2013 no 09:31
Postado em: Notícias Libertárias


Hoje, 5 de agosto, por volta das 7 horas da manhã, a polícia grega invadiu 3 okupas na cidade de Patras. Trata-se, especificamente, do espaço okupado Parartima, da okupa Maragopoulio e do Espaço Autogestionado nas instalações do Instituto Tecnológico Educacional (TEI). As forças de segurança confiscaram equipamentos e materiais das 3 okupas e emparedaram as entradas dos edifícios.

Durante a repressão, 16 compas foram detidos, 5 que resistiram ao ataque desde o telhado da okupa Maragopoulio e 11 solidários que tentavam se aproximar dos fatos, enquanto se desenrolava o despejo.

Por volta das 14 horas (horário local), foi anunciado que as autoridades haviam liberado os 11 solidários, enquanto que os outros 5 ainda permaneciam detidos  na delegacia. Ao mesmo tempo, acontecia uma concentração solidária e contrainformativa na praça Olgas.

Fotos:

https://athens.indymedia.org/front.php3?lang=el&article_id=1484956

agência de notícias anarquistas-ana

chuva na praia
o céu beija o mar
– gaivota espera

Zezé Pina

[EUA] Chamado para artistas: Exibição de Arte da Feira do Livro Anarquista de Nova Orleans

ago13
por cordellibertario em 13 \13\-03:00 agosto \13\-03:00 2013 no 09:30
Postado em: Notícias Libertárias


Comunicado:

Você é um incrível artista antiautoritário? Seus trabalhos são à base de texto ou arte em livros? Caso a resposta seja sim, queremos mostrar seu trabalho na Feira do Livro Anarquista de Nova Orleans. Textos ou livros são encorajados para envio, mas não há limitação de categorias. Por favor, envie-nos a arte que você sente que deve constar na nossa exposição.

Limitado a 3 assinaturas de trabalho por artista.

Favor enviar e-mail para abookfair.artexhibit@gmail.com. Favor incluir também imagens da obra, dimensão e preço (se está a venda).

Se a obra for vendida, serão coletados 10% de comissão. Os fundos arrecadados irão para Books 2 Prisoners (Livros para Prisioneiros).

Em função do espaço limitado de exibição, as obras serão selecionadas dentre as enviadas. Se sua obra for selecionada, deve estar pronta para exposição (se necessário, emoldurada). Se existem critérios para pendurar/expor sua obra, por favor, inclua uma descrição no e-mail de requisição.

Datas importantes:

Feira do Livro/Exposição de Arte ocorrerá nos dias 18, 19 e 20 de outubro.

Abertura da Exposição: sexta-feira, 18 de outubro.

Limite de registro de obras: 19 de agosto.

Notificação das obras selecionadas: primeira semana de setembro.

Prazo de chegada das obras: quarta-feira, 16 de outubro.

Data de coleta: domingo, 20 de outubro.

Mais infos:

http://www.nolaanarchistbookfair.org/

Tradução > Malobeo
agência de notícias anarquistas-ana

Ninho de colibri,
no cantinho da varanda,
no vaso de avenca.
Angela Togeiro Ferreira

[Espanha] III Encontro Veganqueer ocorre nos próximos dias em Soria

ago13
por cordellibertario em 13 \13\-03:00 agosto \13\-03:00 2013 no 09:29
Postado em: Notícias Libertárias


[Parte para a terceira edição o Encontro Veganquerr. O evento ocorrerá na Coletividade Anarquista de Manzanares, em Soria, entre os dias 7 e 14 de agosto, com ampla programação. Confira a seguir a chamada do Encontro.]

Comunicado:

Os convidamos para participar do III Encontro Veganqueer, que acontecerá de 7 a 14 de agosto.

A organização do Encontro ficará à cargo de quem puder ajudar, para torná-lo mais horizontal possível, evitando papéis incômodos e desnecessários e tratando de dividir assim o compromisso entre todas. O lugar escolhido é a Coletividade Anarquista de Manzanares, situada na cidade de Soria e que já tem duas décadas de existência. A comida será toda vegana e com opção crudivegana, sem açúcar e sem trigo. Toda a comida que o público trouxer será coletivizada e irá ser gestionada pelos grupos de cozinha que forem se criando a cada dia nas assembleias de gestão, que se darão cada manhã para criar grupos de trabalho (reabilitação de uma casa, criação de um banheiro seco, grupo de cozinha, horta, forno solar, composteira e os que forem surgindo).

Algumas atividades já estão previstas: excursões nudistas, roda de conversa-debate sobre adultocracia, oficinas contra a monogamia, roda de conversa-debate sobre maternidade cativante, apresentação do fanzine “Espaços Perigosos”… outras oficinas serão propostas nas assembleias diárias, por isso caso queira dar alguma oficina, bate-papo, debate… pense e antecipe os materiais que possa necessitar para realizar e propondo em assembleia. Traga barraca e saco de dormir, uma garrafa de água, e alguma garrafa, copo e talheres, já que não teremos para todas melhor que cada um traga o seu. Pedimos que não tragam animais por favor, a não ser que seja imprescindível devido a uma dependência vital do animal.

O Encontro não utilizará dinheiro e gostaríamos que não tivesse drogas, as fumantes entendemos que não podem deixar de fumar, mas o resto das drogas se pode prescindir delas. Não haverá eletricidade, portanto os celulares ficarão melhores desligados ou que se usem em casos de necessidade real.

Teremos chuva de estrelas cadentes e a região é um dos melhores espaços da península para a astronomia, assim, te animamos a trazer um telescópio se o tiver. Passaremos uma semana em coletividade e sem propriedade privada, nem nenhum tipo de discriminação ou autoridade. Esperamos você; para confirmar assistência escreva um e-mail dizendo o número de assistentes e se algum tem qualquer dieta especial para o e-mail: veganqueermanzanares@riseup.net.

Tradução > Tio TAZ

agência de notícias anarquistas-ana

O OCASO

No rio profundo,
o sol parece outro sol
a emergir do fundo.

Abel Pereira

[Chile] Santiago: Detida e processada Io Giuria, companheira encapuzada filmada lançando um coquetel molotov

ago13
por cordellibertario em 13 \13\-03:00 agosto \13\-03:00 2013 no 09:28
Postado em: Notícias Libertárias


Em 13 de junho de 2013, em meio a um protesto estudantil, Io Javiera Giuria foi filmada encapuzada, atirando um coquetel molotov contra um esquadrão de forças especiais da polícia chilena, e gravada por equipes de inteligência ao trocar de roupa. Posteriormente foi detida apenas por desordem. Ao analisar as filmagens, a polícia identificou e conseguiu emitir um mandado de prisão contra ela.

Após permanecer um mês e uma semana foragida da justiça, a companheira é presa pela polícia. O pessoal da OS-9 haveria seguido pelo Facebook, onde acessou uma foto de Io em que alguns edifícios podiam ser vistos pela janela.

A polícia cruzou alguns dados e reconheceu o lugar, ficando estacionada do lado de fora do prédio por volta de 72 horas até observar a companheira na varanda, confirmando assim sua presença e, posteriormente, é presa em 19 de julho de 2013.

A companheira é levada ao centro de (in)justiça onde a promotora Marcela Adasme formaliza a detenção por posse de dispositivo incendiário e desordem pública. O Sétimo Tribunal de Segurança considerou que havia risco de fuga, depois de passar um mês foragida. Como uma alternativa para a prisão preventiva, o juiz estipulou uma fiança imediata de 500 mil pesos.

Esta particular e incomum medida, imediatamente conseguiu ser contornada [pagamento da fiança] por diferentes familiares, amigos e companheiros solidários, que foram ao tribunal garantindo assim que a companheira não fosse para a prisão.

Por fim, a companheira conseguiu sair à rua, com um prazo de 90 dias de investigação. A intendência apelou da resolução, buscando aprisionar Io.

Solidariedade à Io Javiera Giuria!

Em defesa dos presos e processados pela luta urbana!

agência de notícias anarquistas-ana

árvores dançando
desvairadas na janela:
temporal

Ademir Antonio Bacca

[Polônia] Polícia desaloja brutalmente okupa em Cracóvia

ago13
por cordellibertario em 13 \13\-03:00 agosto \13\-03:00 2013 no 09:28
Postado em: Notícias Libertárias


[Há poucos dias, a polícia polonesa desalojou com violência uma recém-okupação anarquista no centro da cidade de Cracóvia. Abaixo, um comunicado que os okupantes divulgaram após o despejo e o emparedamento do edifício.]

Comunicado:

A Okupa “Gromada” foi criada no centro de Cracóvia, perto da estação ferroviária principal, no distrito, o que é particularmente atraente para desenvolver atividades. Por muitos anos o prédio esteve vazio, então sua condição está ficando cada vez pior. No dia 12 de julho um grupo de ativistas em Cracóvia anunciou a abertura oficial de um centro sociocultural neste edifício. O evento foi acompanhado com os Ritmos de Cracóvia de Resistência [grupo de batucada que usa ritmos afro-brasileiros para apoiar-animar manifestações]. Os ativistas também organizaram um piquenique para os vizinhos.

Os okupantes conseguiram manter o prédio por 6 dias. Todos os dias brotavam na porta da okupa hordas de policiais. No dia 13 de julho, por volta das 5 horas da madrugada, uma patrulha da polícia dirigiu-se ao edifício. Os policiais queriam falar com os moradores. Dois ativistas, que estavam do lado de fora do edifício, foram atacados quando tentavam filmar a intervenção. Policiais os algemaram e levaram a dupla para a delegacia, onde foram insultados, intimidados e agredidos pelos policiais. O caso foi para o Ministério Público.

Na tarde do dia 19 de julho, o Centro Social “Gromada” foi expulso pelo representante dos coproprietários, que não têm direitos legais para fazê-lo. O representante foi ajudado pela polícia. Trabalhadores contratados demoliram janelas e portas, e então emparedaram o centro. O despejo durou cerca de quatro horas.

Os okupantes planejam recorrer aos tribunais para a defesa de seu estatuto de propriedade e direitos de arrendamento. Construído na rua Worcella nº 8, este é mais um exemplo de política antisocial das autoridades de Cracóvia. Enquanto muitas pessoas são afetadas por despejos e desabrigadas, um grande número de edifícios são deixados vazios e usados como forma de especulação imobiliária, para empreiteiras e investidores gananciosos.

A Luta continua!

Recuperar a Cracóvia!

Mais infos sobre o Centro Social “Gromada”, fotos, e notícias de piquetes de solidariedade com a okupa, clique aqui:

https://squatkrakow.wordpress.com/

Tradução > Caróu

agência de notícias anarquistas-ana

Cochicho de folhas.
Varre o vento na calçada
secas lembranças.

Anibal Beça

[Alemanha] Havelberg: fogo na caserna militar!

ago13
por cordellibertario em 13 \13\-03:00 agosto \13\-03:00 2013 no 09:27
Postado em: Notícias Libertárias


Um grande incêndio, provocado por explosivos colocados em veículos do exército, devastou na noite de sexta (26) para sábado (27 de julho) uma caserna militar em Havelberg de Saxe-Anhalt, no nordeste da Alemanha.

O incêndio que se desencadeou por volta das 2 horas da madrugada não fez vítimas, mas danificou ferozmente “ao menos 16 veículos militares”. O fogo foi controlado após mais de duas horas de trabalho de várias guarnições dos bombeiros.

O montante dos danos causado pelo incêndio calcula-se em milhões de euros. Até o momento nenhum grupo assumiu a autoria do ataque, mas “pode ter vindo de grupos radicais”, segundo a imprensa local.

Tradução > Tio TAZ

Notícia relacionada:

http://noticiasanarquistas.noblogs.org/post/2013/06/27/alemanha-veiculos-da-deutsche-telekom-e-siemens-sao-atacados-em-bremen/

agência de notícias anarquistas-ana

O vento, o galho
balança e longe lança
a gota de orvalho.

Sérgio de Mesquita

[Chile] O companheiro Hans Niemeyer foi condenado a 5 anos de prisão

ago13
por cordellibertario em 13 \13\-03:00 agosto \13\-03:00 2013 no 09:25
Postado em: Notícias Libertárias


No último dia 12 de julho, o companheiro Hans Niemeyer foi condenado a 5 anos de prisão por “porte de artefato explosivo”, nos termos da Lei de Controle de Armas e Explosivos, e a 10 meses de prisão pelo delito de “danos”, tudo isto enquadrado num ataque incendiário [detonação de um artefato explosivo de tipo artesanal] ao Banco BCI em novembro de 2011. Descontando-se o tempo que já está preso, a pena total seria de 4 anos e 6 meses aproximadamente.

O Poder Judiciário, apesar de rejeitar a aplicação da Lei Antiterrorista neste caso, não quis perder a oportunidade para encarcerar os que se opõem e questionam a ordem dominante, seja nos termos da lei que for… Os juízes não puderam evitar a tentação de cobrar revanche pela clandestinidade do companheiro e por sua atitude na hora de enfrentar o processo.

Durante a audiência, quando o grupo TAR (Traslado de Alto Risco) dos carcereiros levava o companheiro, houveram gritos de apoio como “Força Hans! Abaixo o Estado policial! Vamos, Hans, força! Aguenta irmão!”, ao que o companheiro respondeu com uma saudação. Entretanto, do lado de fora do Centro de Justiça se realizou um comício em solidariedade com o companheiro, distribuição de panfletos e exibição de cartazes.

Atualmente o companheiro Hans se encontra no Módulo de Segurança Máxima da Prisão de Alta Segurança. Desconhecemos se será transferido ou se haverá alguma mudança em sua situação carcerária. Como sempre a chamada é para estarmos atentos.

A defesa comentou que apelará da sentença, enquanto que a promotoria também estudará se irá ou não apelar, buscando a aplicação da Lei Antiterrorista.

Força indômita para Hans e sua família!

Para que nenhum revolucionário esteja só, nem agora nem nunca: Solidariedade ativa!

Tradução > Sol de Abril

agência de notícias anarquistas-ana

A lua, cansada,
adormeceu por instantes
no leito do rio.

Humberto del Maestro

[Suécia] Carta para Ações em Kallak Gállok, em Sapmi

ago13
por cordellibertario em 13 \13\-03:00 agosto \13\-03:00 2013 no 09:25
Postado em: Notícias Libertárias


Neste momento está ocorrendo uma batalha contra a mineração em Sapmi, norte da Suécia. Levantamos barricadas na estrada que leva até o local onde a mineradora Beowulf (Beowulf Mining Plc.) quer realizar minas de teste. Esta é a terra do povo Sami, roubada pelo Estado sueco e colonizada tempos atrás. Nós nos levantamos em solidariedade às culturas indígenas e lutamos contra a mega-máquina da mineração. A polícia sueca está agora no local removendo obstáculos para ajudar a corporação mineradora a prosseguir. Pelo menos 6 pessoas já foram presas, mas os protestos continuam. Por cinco dias a polícia está na missão de ajudar esta empresa perversa, e por isso precisamos agora de pessoas para ajudar.

Esta é uma batalha estratégica; se a resistência à mina for forte o suficiente, a Beowulf não será capaz de vender a sede da mineração para outra corporação (é o que planejam). Tem um raio de segurança de 150 metros das minas de teste; se as pessoas estiverem no interior deste raio, a corporação não pode detonar os explosivos. Quão longe esta mineradora está pronta pra ir? Estão prontos para explodir pessoas para conseguir seu minério? Não sabemos, mas estamos prontos para morrer para barrá-los. Protestos de solidariedade, novos guerreiros, preces, ações e qualquer coisa que você pode imaginar para ajudar será bem-vindo!

Para que tudo seja Selvagem e Livre!

Mais infos:

http://www.kolonierna.se

Tradução > Malobeo

agência de notícias anarquistas-ana

Bambu furado
Vento quente e úmido
Soprando flauta

Paulo Munhoz

[Espanha] Novo curta-documentário: O cinema libertário, a revolução na sétima arte

ago13
por cordellibertario em 13 \13\-03:00 agosto \13\-03:00 2013 no 09:24
Postado em: Notícias Libertárias


Filme editado pelas estudantes da Universidade de Murcia María Pérez, Ana Mendoza e Lucia Rodriguez, dirigido por Leny Sánchez, companheira da CNT de Cartagena, e produzido por Jorge López. Conta com a colaboração do Sindicato de Ofícios Vários da CNT de Cartagena.

O documentário faz uma introdução a este tema tão denso e exemplar, ignorado pela história cinematográfica nacional e internacional.

Entre os títulos dos filmes produzidos durante este período são: o musical “Nosotros somos así” (“Somos assim”), o filme neorrealista de Armand Guerra “Carne de Fieras” (“Carne de Feras”), o cinema social como “Aurora de Esperanza” (“Aurora de Esperança”), a comédia “Nuestro Culpable” (“Nosso Culpado”) ou o longa-metragem tão alcançado e visto nos cinemas de Cartagena da época, “Barrios Bajos” (“Bairros Pobres”), que pode levar-nos a ver como eram estes bairros naquela época, trazendo-nos até os bairros de Cartagena como El Molinete ou os de Barcelona, como Las Ramblas ou Raval.

Para ver o curta, clique aqui:

http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=KOWJjUhGl-k
agência de notícias anarquistas-ana

O trem vai sumindo
entre túneis e montanhas.
Ouço os tucanos.

Sérgio Francisco Pichorim

[Grécia] Patras: confronto entre antifascistas e fascistas da Aurora Dourada; polícia detém 25 antifascistas em retaliação

ago13
por cordellibertario em 13 \13\-03:00 agosto \13\-03:00 2013 no 09:23
Postado em: Notícias Libertárias


Em Patras, na tarde do dia 24 de julho, membros locais da Aurora Dourada haviam programado um encontro e tentaram se reunir na praça que fica ao lado do Estádio do Panahaiki (um time de futebol local). Antes da reunião, aproximadamente 50 antifascistas foram barrados pela polícia antidistúrbios que vigiava a praça em nome dos nazistas da Aurora Dourada.

Mais tarde, por volta das 23 horas, um carro com membros da Aurora Dourada passou pela praça Olgas, um local popularmente conhecido do rolê anarquista/antifascista. O carro foi rapidamente atacado pelos antifascistas, e membros do esquadrão da polícia motorizada DELTA os atacou em represália.

Aproximadamente 25 antifascistas foram presos pela polícia e alguns foram subsequentemente torturados na delegacia. Pelo menos dois antifascistas que foram seriamente feridos tiveram seu pedido de atendimento médico rejeitado por horas.

Por volta das 02h40, todos os 25 antifascistas foram finalmente liberados.

Tradução > Malobeo

Notícia relacionada:

http://noticiasanarquistas.noblogs.org/post/2013/07/29/grecia-segunda-passeata-antifascista-de-motos-em-preveza/
agência de notícias anarquistas-ana

Junto ao meu ouvido
o mar fala comigo
no sussurro da concha.

Jack Rubens

[Rússia] Apoio para Irina Lipskaya, anarquista e antifascista presa em Moscou

ago13
por cordellibertario em 13 \13\-03:00 agosto \13\-03:00 2013 no 09:21
Postado em: Notícias Libertárias

7 de junho de 2013, a prisão de Irina Lipskaya foi prolongada até o dia 2 de outubro. Ela foi presa no dia 2 de julho de 2012, portanto, agora Irina já passou mais de um ano na prisão sem julgamento! O aprisionamento de Irina foi prolongado em função de declarações duvidosas de suas alegadas “vítimas” que ainda não haveriam tido contato com os resultados da investigação.

Irina é acusada de participar de um assalto armado contra um concerto nazista em um clube de Moscou chamado “Barrikada” no dia em que foi presa. Ela foi acusada de três crimes, incluindo “vandalismo, cometido por um grupo com intenção preliminar” e “envolver menores em crime de ódio”, visto que uma das pessoas presas tinha 17 anos de idade no momento da prisão.

Irina foi presa alguns dias após concluir sua graduação em Jornalismo na Universidade do Estado de Moscou (em anexo uma imagem dela durante a sua diplomação). Ela precisa de cuidados médicos para sua mão, pois foi esfaqueada por nazistas durante uma briga no dia 1º de Maio de 2011, mas em detenção preventiva ela não pode receber assistência médica apropriada.

Durante a sessão do Tribunal sobre a detenção preventiva no último dia 27 de junho, Irina foi forte e mostrou que o sistema não irá esmagá-la. Ela também não precisa de ajuda material. Porém, apoio moral é necessário, um ano inteiro de prisão preventiva é difícil para qualquer um e durante a investigação ela já foi traída por antigos camaradas.

Você pode escrever para Irina no seguinte endereço:

Irina Antonovna Lipskaya, k. 308
SIZO-6 “Pechatniki”
Ul. Shosseynaya 92
109383 Moscou – Rússia

Mas lembre-se que cartas em inglês são raramente aceitas nas prisões russas, então se você não tiver como escrever em russo (por exemplo, utilizando frases simples e traduzindo-as através do programa de tradução do google) apenas mande fotos e cartões postais.

Tradução > Malobeo

agência de notícias anarquistas-ana

girassol
a luz da manhã
a menina dos olhos dança

Fred Maia

[França] “Semana Pela Libertação Animal” em Notre Dame des Landes

ago13
por cordellibertario em 13 \13\-03:00 agosto \13\-03:00 2013 no 09:21
Postado em: Notícias Libertárias

[Entre os dias 5 e 11 de agosto, acontece a “Semana Pela Libertação Animal“, na ZAD, em Notre Dame des Landes. Na programação do evento, encontros, conversas, debates, oficinas, concertos…]

Apresentação:

Em toda parte do mundo e a cada dia, milhões de animais não humanos de todas as espécies sofrem e morrem para satisfazer as necessidades da humanidade. Isso é o que chamamos de exploração animal.

O capitalismo moderno já está bem compreendido – ele que foca nessa exploração – assim como os sofrimentos que ele engendra a um nível jamais alcançado, através da produção de carne, leite, ovos, couro e mel, experimentação em animais de laboratório, ou o aniquilamento puro e simples de ecossistemas e de seres que aí vivem. Todas essas práticas têm por meta aumentar os lucros das classes dirigentes, permitindo manter em atividade o modo de vida de uma grande parte da população mundial, particularmente nos países ricos, que dependem dos produtos animais.

E é raramente, mesmo no cerne dos movimentos anarquistas e anticapitalistas, que a questão da opressão sobre os animais é abordada. Nós, grupo de indivíduos anticapitalistas e antiautoritários, estamos convencidos de que a emancipação dos humanos não faz sentido se não acompanhar a emancipação de todos os seres vivos. Nós não pensamos que os animais não humanos nos são inferiores, nem que é legitimo os fazer sofrer, por qualquer razão que for. Da mesma maneira que nós lutamos no cotidiano tentando acabar com o sistema de dominação capitalista, sexista, racista e outros, nós queremos lutar para dar uma chance aos animais de viver sem assassínio, doença nem tortura.

Não pensamos que a solução seja a reforma do sistema de exploração animal para torná-lo suportável. Não reclamamos jaulas maiores para as galinhas, mas a supressão das jaulas e das indústrias que as usam. A libertação animal é, aos nossos olhos, uma necessidade ética que nenhum interesse pecuário colocará em prática. De qualquer maneira, não temos as soluções prontas: o veganismo a nível individual, o fato de não consumir nenhum produto de exploração animal, não é claramente em si uma solução para o problema global.

Muitos de nós vivemos e lutamos na ZAD [Zona de Desenvolvimento Reduzido, dito doutro modo Zona a eliminar], lugar de luta contra um aeroporto, mas também contra o mundo capitalista que ele engendra. Aqui, milhões de animais são ameaçados pela concretagem, mas nesse momento já existem milhões de cabeças de gado que vivem aqui doentes, condenados à morte quando estiverem próximos da maturidade. Muitas pessoas que participam dessa exploração são, portanto, habitantes que lutam aqui mesmo contra o mesmo inimigo que nós, alguns há muito mais tempo. Tudo que renda luta contra a exploração animal é ainda mais atual aqui do que em outras partes, mas igualmente difícil de manejar no meio de um movimento que recusa essa ser uma dominação a destruir. Pensamos por isso que aqui há muito por construir nesse aspecto, na luta que parece ter aberto uma brecha na França sobre a questão animal e da natureza.

Por isso, convidamos à ZAD, de 5 à 11 de agosto, todas as pessoas interessadas na questão animal e que se reconheçam nos princípios antiautoritários. Amaremos fazer dessa semana um espaço de encontro de pessoas envolvidas ou desejosas de se envolver com as bases radicais de luta pelos animais, mesmo que num espaço de debates sobre a exploração animal em geral e no seio das lutas sociais, na ZAD e em outros lugares.

Mais infos e a programação:

http://antispezad.noblogs.org/

Tradução > Tio TAZ

Notícia relacionada:

http://noticiasanarquistas.noblogs.org/post/2011/05/08/franca-manif-ocupacao-contra-o-aeroporto-e-o-seu-mundo/
agência de notícias anarquistas-ana

A fogueira branca
dos vagalumes parece
um baile de estrelas.

Oldegar Franco Vieira

[Grécia] Ataque fascista contra casa de imigrantes em Tavros

ago13
por cordellibertario em 13 \13\-03:00 agosto \13\-03:00 2013 no 09:20
Postado em: Notícias Libertárias


“Ataque fascista contra uma casa de imigrantes em Tavros pelos brutamontes da Aurora Dourada”, é o que descreve o movimento “Unidos Contra o Racismo e a Ameaça Fascista” (KEERFA).

O comunicado relata:

“O ataque ocorreu sexta-feira a noite, quando 6 fascistas invadiram uma casa de imigrantes quebrando a janela. Em um primeiro momento, fingiram ser policiais e exigiram “papéis” (documentação), mas quando os imigrantes pediram por um carro de patrulha policial para dar assistência, os fascistas começaram a cometer uma série de abusos e espancamento contra eles, dizendo fazer parte da Aurora Dourada.

Após o espancamento, roubaram papelada relativa à trabalho, pequenos objetos eletrônicos e uma pequena quantia em dinheiro. Tudo isso, com os vizinhos pasmos observando. Quando os imigrantes reconheceram dois dos agressores, então resolveram fugir.

Chamamos aos coletivos, sindicatos e atores locais para denunciar este crime racista contra trabalhadores imigrantes.

Nós denunciamos os atos racistas dos brutamontes e assassinos da Aurora Dourada que tentam aterrorizar o movimento dos trabalhadores. KEERFA, em conjunto com o bairro, irá responder com mobilização coletiva para que possamos isolar as táticas homicidas dos grupos fascistas.”

Tradução > Malobeo

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agência de notícias anarquistas-ana

Girando em cores
Sobe a bolha de sabão
– Gritos também sobem.

Mary Leiko Fukai Terada

[Uruguai] 2ª Feira do Livro Anarquista acontece neste final de semana em Montevidéu

ago13
por cordellibertario em 13 \13\-03:00 agosto \13\-03:00 2013 no 09:19
Postado em: Notícias Libertárias


[A segunda edição da Feira do Livro Anarquista estará acontecendo no próximo final de semana, 3 e 4 de agosto, no Centro Social “La Solidaria”, em Montevidéu. Além das banquinhas de livros, a programação do evento contará com palestras, encontros, música, almoço… Em anexo segue o programa completo da Feira do Livro.]

Apresentação:

A Feira do Livro Anarquista é outro espaço de fortalecimento, mas não qualquer espaço de fortalecimento.

As práticas anárquicas – o viver livre, em reciprocidade, solidariedade, com o apoio mútuo e compreensão – estão apenas na prática.

Praticar, enfatizar, pensar o livre é fazê-lo. E é para fazê-lo aqui e agora, para projetar à frente que a feira do livro existe.

Acontecem em dois dias, várias palestras e debates relacionados a conflitos sociais atuais e passados. Para quê? Para impulsionar a luta atual contra o capital, o Estado e toda autoridade.

Assim, então, um olhar crítico sobre as diversas insurreições que se iniciaram a nível mundial, as passadas, presentes e as por virem. Haverá também palestras, memórias para lutar, a partir de diferentes conflitos sociais no território e várias tentativas de refletir sobre alguns dos conceitos-chaves que precisamos para transformar o mundo do domínio.

Além disso, durante os dias da feira haverá diversos encontros para reunir os distintos projetos que acontecem para o fazer livre e autônomo.

A feira contará com bancas de livros, materiais antiautoritários e espaços de reunião.

Com estas palavras, convidamos a todas as pessoas livres, antiautoritárias, rebeldes, refratárias e com boas intenções para participar e compartilhar estes dois dias de um espaço destinado a uma vida mais plena, onde cada indivíduo pode desenvolver-se ao máximo.

Na feira anarquista, como de costume nos espaços livres, não haverá lugar para qualquer expressão de poder, nenhuma expressão autoritária. Em vez disso, se buscará fortalecer a mentalidade, a solidariedade, o desejo de aprender-ensinar a viver em liberdade.

A anarquia não só é possível, é inevitável.

http://feriaanarquistamvd.wordpress.com/

Notícia relacionada:

http://noticiasanarquistas.noblogs.org/post/2013/06/25/uruguai-campanha-contra-a-desocupacao-do-espaco-autogestionado-la-solidaria/
agência de notícias anarquistas-ana

A chuva caindo
é cantiga de ninar
nas telhas de barro.
Fausto Rodrigues Valle
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