[Entre os dias 5 e 11 de agosto, acontece a “Semana Pela Libertação Animal“, na ZAD, em Notre Dame des Landes. Na programação do evento, encontros, conversas, debates, oficinas, concertos…]

Apresentação:

Em toda parte do mundo e a cada dia, milhões de animais não humanos de todas as espécies sofrem e morrem para satisfazer as necessidades da humanidade. Isso é o que chamamos de exploração animal.

O capitalismo moderno já está bem compreendido – ele que foca nessa exploração – assim como os sofrimentos que ele engendra a um nível jamais alcançado, através da produção de carne, leite, ovos, couro e mel, experimentação em animais de laboratório, ou o aniquilamento puro e simples de ecossistemas e de seres que aí vivem. Todas essas práticas têm por meta aumentar os lucros das classes dirigentes, permitindo manter em atividade o modo de vida de uma grande parte da população mundial, particularmente nos países ricos, que dependem dos produtos animais.

E é raramente, mesmo no cerne dos movimentos anarquistas e anticapitalistas, que a questão da opressão sobre os animais é abordada. Nós, grupo de indivíduos anticapitalistas e antiautoritários, estamos convencidos de que a emancipação dos humanos não faz sentido se não acompanhar a emancipação de todos os seres vivos. Nós não pensamos que os animais não humanos nos são inferiores, nem que é legitimo os fazer sofrer, por qualquer razão que for. Da mesma maneira que nós lutamos no cotidiano tentando acabar com o sistema de dominação capitalista, sexista, racista e outros, nós queremos lutar para dar uma chance aos animais de viver sem assassínio, doença nem tortura.

Não pensamos que a solução seja a reforma do sistema de exploração animal para torná-lo suportável. Não reclamamos jaulas maiores para as galinhas, mas a supressão das jaulas e das indústrias que as usam. A libertação animal é, aos nossos olhos, uma necessidade ética que nenhum interesse pecuário colocará em prática. De qualquer maneira, não temos as soluções prontas: o veganismo a nível individual, o fato de não consumir nenhum produto de exploração animal, não é claramente em si uma solução para o problema global.

Muitos de nós vivemos e lutamos na ZAD [Zona de Desenvolvimento Reduzido, dito doutro modo Zona a eliminar], lugar de luta contra um aeroporto, mas também contra o mundo capitalista que ele engendra. Aqui, milhões de animais são ameaçados pela concretagem, mas nesse momento já existem milhões de cabeças de gado que vivem aqui doentes, condenados à morte quando estiverem próximos da maturidade. Muitas pessoas que participam dessa exploração são, portanto, habitantes que lutam aqui mesmo contra o mesmo inimigo que nós, alguns há muito mais tempo. Tudo que renda luta contra a exploração animal é ainda mais atual aqui do que em outras partes, mas igualmente difícil de manejar no meio de um movimento que recusa essa ser uma dominação a destruir. Pensamos por isso que aqui há muito por construir nesse aspecto, na luta que parece ter aberto uma brecha na França sobre a questão animal e da natureza.

Por isso, convidamos à ZAD, de 5 à 11 de agosto, todas as pessoas interessadas na questão animal e que se reconheçam nos princípios antiautoritários. Amaremos fazer dessa semana um espaço de encontro de pessoas envolvidas ou desejosas de se envolver com as bases radicais de luta pelos animais, mesmo que num espaço de debates sobre a exploração animal em geral e no seio das lutas sociais, na ZAD e em outros lugares.

Mais infos e a programação:


Tradução > Tio TAZ

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A fogueira branca
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Oldegar Franco Vieira