Dois desafios: Lutar contra a tarifa e rearticular a luta autônoma em SSA

Por: Saruê, Espectro, Mano

Relato do 2º Ato Contra a Tarifa

Foto Espectro
Hoje, dia 23 de Janeiro, com a persistência do aumento da passagem de ônibus, ocorreu em Salvador o 2º Ato Contra a Tarifa, puxado pela Frente Tarifa Zero.
Foto Saruê
O ato foi marcado para as 16:00 na Praça do Campo Grande, em frente ao TCA. Por volta das 16:30, haviam cerca de 25 pessoas no local. Essas, começaram a puxar uma batucada junto com os gritos de ordem para dar inicio a agitação.
Foto Saruê
Após a batucada, foi realizada uma assembléia com cerca de 45 pessoas, para decidir o que fazer:
Primeiramente foi feita uma panfletagem com as pessoas que estavam no ponto de ônibus e ocupando a pista durante o sinal vermelho para puxar gritos de ordem e fazer a panfletagem também com os buzús que paravam no sinal.
Foto Saruê
Em seguida, foi dada uma volta na praça, por volta das 18h finalizando no centro da praça do campo grande, onde ocorreu um encontro com o grupo de Teatro Anexu’s, que fazia ali uma intervenção artística com uma encenação que tinha como alvo a mídia e suas manipulações. Nesse momento as pessoas que estavam no ato se voltaram à encenação, agregando também os jovens que se encontram comumente na Praça Campo Grande. 

Foto Saruê
Foto Saruê

Haviam tochas queimando no chão que estavam sendo usadas na apresentação, o que motivou a colocar fogo também em uma catraca que o Tarifa Zero utilizou como símbolo da comercialização do transporte público dentre outros setores. Algumas pessoas chegaram a pular a catraca em chamas. Com toda essa movimentação foi possível observar alguns guardas municipais próximos, mas se mantiveram apenas observando e não interferiram diretamente no ato.

Rearticular a luta autônoma é preciso.
Foto Saruê
Desde 2003 após a revolta do buzu, o movimento passe livre ou contra a tarifa tem sofrido um desgaste muito grande, onde aqui destacamos duas questões principais: uma a pelegagem partidária, entre elas as principais PT e PCdoB (as mesmas responsáveis em vender o movimento em 2003) com suas juventudes (JPT e UJS) que todos os anos entram no movimento com o objetivo de desmobilizar e também obter espaço dentro de secretárias, e a outra questão se refere a uma autocritica, que se ignorássemos seriamos injustxs, que é a responsabilidade dxs próprixs lutadorxs autonomxs nesse processo, que ao se afastar das escolas e dos espaços de luta popular isso também acarretou no distanciamento dxs secundaristas/trabalhadorxs, que foram xs protagonistas da luta em 2003, e também por esse motivo o movimento a cada ano passou a ter em sua maioria a presença dxs estudantes universitárixs e antigxs lutadorxs.
Mesmo com as demandas que são postas pela burguesia/estado temos que ter em vista a conjuntura de luta presente em salvador/ba, e buscarmos principalmente fortalecer a luta autônoma, tendo em vista que a relação com xs partidos, seja governistas ou ditos de esquerda historicamente nos mostrou que é uma relação em que muitas vezes os objetivos finais são opostos. E para fortalecer essa luta é imprescindível o retorno aos trabalhos de base já tentando construir desde o inicio relações autônomas e libertárias, que talvez não será fácil, mas serão duradouras, não só para a luta contra a tarifa mas as lutas populares em geral.
Força para todxs que buscam construir a luta libertária em Salvador e em todos os cantos!!!!