Na última quinta-feira, 11 de julho, à noite, dois anarquistas foram presos em Tessalônica após gigantesca operação das forças de repressão gregas. A polícia invadiu a ocupação anarquista Nadir, destruindo parte da infraestrutura do espaço, confiscando diversos materiais de propaganda e prendendo um companheiro que se encontrava no local. O outro anarquista foi preso no bairro de Stravroupoli. Ambos são acusados, especificamente, de participação no Projeto Fênix (grupos de guerrilha urbana anarquista).

Ao mesmo tempo, houve uma operação orquestrada da mídia com os mesmos jornalistas que andam lado a lado com a polícia. No jornal Vima, por exemplo, lugares particulares e um companheiro específico foram retratados por meio de fotografias.

Na tarde de sexta-feira (12), os policiais realizaram um pronunciamento desprezível.

Acusações graves foram atribuídas sem conexão com a “evidência” confiscada. Há uma acusação por “posse de explosivos” sem que tenham encontrado explosivo algum.  Em um delírio estúpido, os policiais também incluíram em seu pronunciamento uma ação em um hotel de Jakarta, na Indonésia. Obviamente, estão testando nossos limites, os limites de todas as camadas sociais, enforcando-as até que encontrem resistência.

A cena se repete: policiais prendem camaradas, conhecidos ou não, os carregam de acusações graves de terrorismo e – como um modismo – anarquia, acusações que não são acompanhadas de evidências ou achados, seguido pela exposição dessas pessoas, de seus amigos, parentes, e finalmente, serão chamados após anos na prisão, para provar ao tribunal que não são elefantes, e que não fizeram aquilo que dizem as acusações.

Infelizmente, o totalitarismo que cresce em todo canto irracionalmente, e a arbitrariedade, tendem a se tornar uma regra. E a regra só pode ser seguida por meio do hábito, da apatia, e da indiferença.

Os presos em Tessalônica foram transferidos para Atenas, para GADA (o covil da polícia de Atenas), visto que suas acusações também incluem participação em organização terrorista e especificamente uma tentativa de os conectarem ao grupo de guerrilha urbana Conspiração das Células de Fogo (CCF), o que significa que em breve receberão a visita de um interrogador encarregado do caso CCF.

Logo após os incidentes em Skouries, que incluem prisões, espancamentos, confrontos (como o dos professores no Ministério da Educação), ataque dos machões brutamontes da Polícia Delta na intervenção por Kostas Sakkas, e o ataque conjunto de policiais e neonazistas no espaço social “Synergio” em Ilioupoli, o Estado grita “eu estou e estarei aqui”.

O ministro da segurança e da opressão, Dendias, logo após o pronunciamento dos policiais sobre as prisões em Tessalônica, lembra que o Estado realmente é: opressão e “unidade nacional”.

Nenhum refém nas mãos do Estado.

Solidariedade a todos aqueles que se revoltam.

Segurem firme: nós estamos com vocês.

Notícia de última hora…

Hoje, 15 de julho, foi concedido o pedido de libertação do anarquista Vaggelis Stathopoulos. Ele havia sido condenado no caso Luta Revolucionária. Sua prisão foi substituída por medidas cautelares: 2 mil euros de fiança, obrigação de se apresentar a cada duas semanas na delegacia de polícia mais próxima e proibição de sair do país.

Tradução > Malobeo

agência de notícias anarquistas-ana

Só uma metade…
Quem foi que escondeu
O resto da Lua?

Maria Helena Lourenço Tavares