Pelo 2º ano consecutivo realizou-se em Setúbal um 1º de Maio anticapitalista e anarquista. Ao apelo responderam cerca de 200 pessoas de diversas partes de Portugal, que se manifestaram de uma forma coesa e anti-autoritária. As palavras de ordem, bandeiras negras, verdes e negras e rubro negras e as faixas não deixavam sombra de dúvida: a guerra social, a  insurreição, a recusa de submissão ao patrão, ao Estado, ao capital: ” o povo unido não precisa de partido”,  “auto-organização”, “o povo organizado não precisa do Estado”, “Sabotagem… greve selvagem!”
Um manifestante que enfrentou a polícia foi baleado em ambos os joelhos, pensa-se que com balas de borracha, embora fossem utilizadas armas reais. Testemunhas recolheram fotos e cápsulas de balas reais. O manifestante foi preso, tendo sido acionado imediatamente contato com advogado. Inúmeras pessoas foram feridas seja pela utilização de cassetetes seja pela utilização de gás lacrimogêneo e balas de borracha a pequena distância. Os polícias atiravam sobre garrafas vazias de modo que estilhaços atingissem os manifestantes. Pequenos grupos em fuga foram perseguidos tendo sido atiradas balas de borracha que atingiam com gravidade, nalguns casos os manifestantes.
Vale ressaltar a colaboração solidária da população que abrigou em suas casas alguns dos feridos com gravidade. A polícia barrou o final da manifestação e iniciou a repressão. Muitas pessoas atingidas no pescoço e muitas nas costas e abdômen.
O que se assistiu em Setúbal foi uma tentativa de impor terrorismo policial numa manifestação pujante e solidária plena de revolta perante uma situação insustentável: o ataque capitalista e a ingerência do FMI em Portugal.

Emília Cerqueira

agência de notícias anarquistas-ana
Vamo-nos, vejamos
a neve caindo
de fadiga.
Matsuo Bashô