[Grécia] Expropriações em supermercados, guerra a patronal
jan19
[No sábado, 24 de dezembro, dezenas de anarquistas dos bairros da metrópole se reuniram no bairro ateniense de Peristeri, cortaram uma avenida central, desfraldaram faixas e expropriaram artigos em dois supermercados locais. Na sequência, gritando slogans, foram ao vizinho mercado e distribuíram todo material expropriado para a população. As pessoas aceitaram a ação de uma maneira muito acolhedora. A seguir o texto que foi distribuído.]
Expropriações em supermercados, guerra a patronal
Hoje em dia não há nada mais frustrante do que ver os patrões continuando com a mesma série de mentiras, como se nada tivesse acontecido, como se nos esperava um futuro brilhante sob o capitalismo. Como se a ofensiva que estamos vivendo fosse um simples parênteses devido a alguns políticos corruptos, e não todo o sistema de exploração. E agora que alguns tecnocratas-banqueiros se encarregaram, já oficialmente, da gestão da “nação”, tudo vai ser resolvido num passe de mágica, basta que tenhamos “paciência”, que façamos mais sacrifícios, que baixemos diariamente a cabeça… Nós, os trabalhadores, os desempregados, os estrangeiros. Nós, os oprimidos, e em nenhum caso o Capital e seus mecanismos.
E agora, mesmo sob essas circunstâncias, em que o conto do consumo sem fim e o capitalismo têm um lugar onde tudo acabou, nos chamam novamente para que ponhamos nossa roupa formal, para irmos correndo para as lojas para comprar, comprar, comprar, ou pelo menos lembrar os dias em que podíamos fazer isso com dinheiro emprestado. Nos chamam para que montemos uma festa de Natal, esquecendo conscientemente que amanhã nos esperam novas medidas, mais humilhação e que, embora resistamos, cada amanhecer será pior.
Este mundo, que sob a brilhante luz tem escondido a degradação constante de nossas vidas, não se reforma. Tem que ser derrubado, e não há uma solução pronta para derrubá-lo.
A confrontação das consequências e as condições geradas pelo funcionamento da máquina capitalista, em tempos de crise ou de desenvolvimento, requer a criação de estruturas de solidariedade mútua entre os oprimidos. De estruturas que apóiem as práticas de enfrentamento e lutas de classe. De estruturas que respondam a satisfação coletiva das necessidades diárias de todos e de todas, e cada um de nós.
Solidariedade, auto-organização, Contra-ataque
Trabalhadores, Desempregados dos bairros da metrópole
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esperando orvalhar
para perfumar
Quintella DaCosta